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───── ❝Me beije nos lábios, esse vai ser um segredo 

somente entre nós dois. Estou 

profundamente viciado na prisão que é você.❞ ─────

                                                                         Blood Sweat & Tears



Seu corpo trabalhou mais rápido que o resto de sanidade que existia na sua mente. Os dedos cobertos de anéis seguraram a maçaneta instante depois de ver os fios castanhos claro se balançando para dentro do pequeno banheiro. A área estava limpa, e mesmo se não estivesse ele não pensou quando abriu a porta em um segundo solavanco e pôs se para dentro. Ignorou sua advertência de que estava ocupado. Odiou a forma que seu nome soou da boca dela, pois era tão hipnotizante quanto o som emitido pela flauta de um encantador de serpentes.

─── Eu sinceramente não sei. ─── respondeu ao ser contestado da sua aparição. ───Mas se ficasse te olhando de longe, hoje, eu acho que iria morrer. ─── admitiu em um sopro.

Suas respirações de chocaram, o cheiro de álcool que perdia facilmente para o perfume amadeirado com toque floral que ele usava. Era sutil, mas não se perdia facilmente. Alina desejou afundar o rosto na curva do seu pescoço, beijar a pele bronzeada. Grunhiu internamente. 

─── Nós terminamos, se lembra? ─── fechou os dedos envolta da alça da bolsa. ─── Deveria estar na pista de cima com seus amigos.

─── Estava me observando? ─── indagou rápido demais com a sobrancelha ferozmente arqueada. 

─── Não. ─── sua cota de boas mentiras havia se esvaído. ───Ainda não disse o que esta fazendo aqui. 

─── Me manda sair. ─── pediu dando um passo a frente, ela recuou imediatamente e se chocou contra a parede. ─── Por que você não me manda sair?

Seria de bom tom que ela tivesse controle das suas próprias ações naquele momento. Havia um cara no bar esperando para ouvir mais sobre o intercâmbio que ela havia feito anos atrás para a Argentina. E havia um homem á sua frente que deixava sua corrente sanguínea disputando um rali. Como ela poderia resistir quando sabe o que aquelas mãos poderiam fazer? Ela não queria resistir, por mais errado que fosse.

─── Isso não pode acontecer. ─── resmungou agarrando sua jaqueta e o puxando para perto. ─── Hoseok! ─── choramingou sentindo seus lábios se esfregarem aos deles. 

─── Você me quer, porra. 

Mais do que uma afirmação, aquilo era uma certeza. Alina queria ele como um andarilho no deserto queria água. Como um louco no seu momento de sanidade desejando a cura. Então cedeu, sem mesmo ter vontade de lutar. Da suas respirações que se chocavam nasceu um beijo urgente e sedento, os lábios se buscavam em um embate truculento que só tomou ritmo quando suas línguas se chocaram. O gosto de pêssego que ele sempre sentia no final da noite. Gemeu contra os lábios dela pensando nas posições mais sujas em que poderia a colocar naquele banheiro. 

Cada célula do seu corpo desejava isso. Mordeu e epiderme salgada trilhando beijos molhados por toda a sua clavícula. A mulher soltou um gritinho ao sentir a bunda no mármore frio. Mas não o parou. Eles andavam no mesmo compasso. Beijos, toques, gemidos. Os dedos finos com unhas que mais pareciam garras se atentaram ao cós da calça, desenhou a linha da sua virilha e deslizou o zíper tendo um membro praticamente ereto em mãos. Salivou, havia sonhado consigo mesma durante inúmeras noites tê-lo outra vez em sua boca. Hobi não se via tão diferente, se deleitando em meio ao decote da mulher, arrastando as alças por seus ombros até que tivesse frente aos olhos o belo par de peitos. Soltou um palavrão contra sua pele ao sentir a estocadas, a palma da mão tão delicada tomava de conta do seu pau em movimentos espertos. E o que ela fazia com suas bolas não era justo. 

O espelho na parede a frente da pia era de tamanho real. Alina enxergava o corpo de Jung entre suas pernas, os ombros fortes e arqueados, a bunda macia que ela não se envergonhou em apertar. Apertou e gemeu. A mão cheia de veias do homem acabara de encontrar o meio de suas pernas, o polegar apertou seu clitóris e o reflexo atrás de si mostrou o olhar obsceno que ele carregava no rosto. Afundou o rosto no pescoço perfumado, roçou o nariz na pele úmida pelo suor enquanto se contorcia com os dedos se movendo dentro de si. 

─── Me fode logo! ─── vociferou em um gemido contido pelos lábios cerrados. ───Quero você, agora. 

─── Claro que quer. ─── provocou curvando os dedos dentro da sua intimidade. ─── Os seus olhos me diziam isso antes mesmo do seu corpo dar sinais. ─── estocou o pau algumas vezes antes de posicionar a cabecinha na sua entrada. ─── Canta pra mim, baby. 

A coisa sobre cantar havia surgido quando ainda flertavam apenas, quando foram nada menos do que sexo casual. Alina cantava em meio aos seus gemidos despudorados chamando pelo seu nome, pedindo por mais, ordenando que ele não parasse até que suas pernas estivessem bambas. Hoseok não cantava, ele era o maestro e guiava a música da sua orquestra de puro tesão. Cada nota perdida, desafinada, era graças ao desejo que nascia entre os dois. 

Se afundou entre as suas pernas recebendo o calor da sua intimidade, estocava com calma deixando ambos se deliciarem com o barulho rítmico das suas peles se tocando. Fundo e forte. Xingou quando ela moveu o quadril, sua boceta massacrava seu pau e ele se sentiu obrigado a aumentar a velocidade. O espelho vibrava com o balançar dos seus corpos. No instante seguinte se viu contra um pequeno divã no canto da parede, se não estivesse tão ocupado sugando o mamilo duro de Alina teria se atentado a arquitetura do banheiro feminino. 

"Não posse acreditar que estão transando lá dentro." 

Alguém berrou do lado de fora da porta. 

Alina riu jogando a cabeça para trás e sendo amparada por Hoseok que tinha uma expressão tão divertida quanto. Com os joelhos apoiados de cada lado do corpo do homem ela se ocupava em quicar, rebolar, se esfregar até que sentisse cada centímetro dele a devorando. Alimentando o orgasmo que parecia cada vez mais próximo. 

───Porra eu... ─── resmungou Hoseok levantando o rosto para buscar a boca da mulher. 

─── Eu também Hobi. ─── gemeu seu nome se entregando ao beijo.

Mais algumas estocadas desleixadas indicavam que ambos estavam sendo levados ao ápice do prazer. Apertou as coxas grosas da mulher e estapeou sua bunda. Sentiu sua intimidade se contrair violentamente envolta do pau que pulsava ávido dentro de si, seus olhos se encheram de lágrimas. Sentiu demais. Do prazer ao medo.

Os lábios em forma de coração de entreabriram soltando um urro arrastado, estava chegando lá. Despejou seu líquido na coxa interna da mulher que ainda espasmava em seus braços.

Dos gemidos as respirações ofegantes. De repente seus corações estavam pesados. Alina afundou o rosto na curva do pescoço dele aspirando seu cheiro como se o momento dependesse daquilo. Era a última vez que iria se sentir daquela forma? Com ele? Teve medo de olhar nos olhos seus, por que imaginava que ele tinha agora um pesar que ela não saberia como suportar. 

Era hora de dizer adeus. 

E talvez para sempre. 

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