12 - Final

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───── ❝Ei, lembre-se agora. Desde aquela época,

a diferença de tempo tem aumentado.

Mesmo se eu tentar repetir, a teoria não vai mudar,

mesmo assim eu ainda clico no botão "curtir" .❞ ─────

Dois meses é muito tempo. Dois meses é pouco tempo. Na realidade, se torna uma batalha interna entre os ponteiros do relógio e os dias da semana. É muito tempo para a ansiedade que toma conta de cada molécula do seu corpo, e ao mesmo tempo é pouco tempo em face das decisões que precisam ser tomadas.

Pessoas com mais experiência gostam de dizer a todo tempo que a vida é sobre fazer escolhas, e que nem sempre vamos conseguir tudo que queremos ao mesmo tempo. Então basicamente estamos fadados a escolher uma coisa e abrir mão da outra. Ganhar e perder, felizmente não na mesma proporção, pois seria crueldade demais até para o universo caótico. A questão é que fazer escolhas é irritante, e frustrante, e as vezes vai doer.

Mas a dor nos faz crescer, pelo menos é o que dizem por ai. É o que Alina vinha se convencendo nas semanas seguintes a viagem de Hoseok. Dividida entre o bom senso e as batidas azucrinantes do seu âmago.

O anel de brilhantes ofuscava sua visão, ela de fato não se lembrava de ter visto ao vivo e a cores uma pedra tão grande. Suava frio a encarando em sua mão, as de alguma forma sabia que tinha feito a escolha certa, sem tentar se convencer. Sem aquela paranoia de ciclos e momentos certos. Estava de cabeça feita e não iria mais mudar de ideia, não como fez umas quatro vezes guiada por um sentimento que ela apenas acreditava que ainda residia no seu peito.

─── Tem certeza que vai fazer isso? ─── perguntou Hyejin carregando algumas sacolas de compras ao seu lado. Estavam no shopping a algumas horas escolhendo presentes para o Natal, apesar de ainda faltar algumas boas semanas.

─── Tenho. Quando desisti nas outras vezes foi por puro medo, acho que sei o que as pessoas esperam que eu faça e não queria decepcionar ninguém, mas essa é a minha vida. ─── suspirou levando o canudo de papel ao lábios e tomando um gole do chá de bolhas. ───Preciso fazer o que o meu coração manda e é isso. ─── encarou outra vez a joia. Absurdamente linda.

─── Ele vai ficar devastado. ─── Alina estreitou os olhos encarando a amiga como quem perguntava do lado de quem ela estava. Enrugou o nariz e fungou.

─── Vai ser pior se eu sustentar isso só para evitar dizer um "não" a ele. ─── pararam próximas a parede de vidro que protegia os visitantes do espaço de cair e enfrentar uma morte dolorosa. ─── Não é como se ele fosse insignificante na minha vida, como se não tivéssemos historia. Ele é um dos caras mais incríveis que já conheci na vida e talvez nunca encontre ninguém parecido. ─── tomou outra golada da bebida e inclinou a cabeça para o lado encarando a nova ruiva. ─── Só...

─── Só não deu certo. ─── disse completando a amiga que acenou prontamente.

───Ele vai sobreviver, nós sempre sobrevivemos. ─── disse em um tom tão seguro que não parecia ter sofrido para tomar aquela decisão, que não tinha chorado rios e se odiado por estar naquela situação.

Do fundo do seu coração ela esperava que ele ficasse bem, assim como pretendia ficar. Afinal a vida tem dessas, com analogia irritante sobre ciclos ou apenas aceitando que o mundo sempre te oferece uma infinidade de caminhos e cabe a você escolher por qual vai caminhar, virar a direita, pegar a rotatória e as vezes recorrer ao mesmo caminho, pois esse é o certo para você e você escolheu por si mesma.

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