Capítulo 10 - Min Yoongi - Parte 2

300 42 5
                                    

Parte 2

POV Yoongi

Seis Meses Depois...

O tempo passou voando e o fim do ano já se aproximava, a S/n e eu estávamos prestes a nos formar no colégio e uma proximidade muito grande acabou se criando entre a gente. Eu gostava de ter a patricinha por perto e ela também parecia apreciar a minha presença em sua vida, pois a cada dia ela se chegava mais a mim. Ficamos praticamente inseparáveis e passamos a fazer tudo juntos. O pessoal da sala acabou se acostumando com a nossa amizade, apesar de claramente alguns deles não aprovarem a S/n andando comigo, afinal eu não era a pessoa mais querida daquele logar. Nós éramos completos opostos e nem eu entendia como a gente se dava tão bem. Bom, nem tanto assim, na verdade nós brigávamos quase todo dia, mas eram atritos bobos e pareciam não importar para nós dois, porque dez minutos depois já estávamos nos falando como se não tivesse acontecido nada.

Acho que eu preciso admitir aqui que aquela menina mexia comigo de um jeito estranho, eu sempre gostei de me gabar de não me apegar a ninguém, mas com ela era completamente diferente. Era um fato, a S/n havia mesmo se tornado especial para mim e eu me acostumei a tê-la por perto quase o tempo todo. O jeito de patricinha deixou de me incomodar e eu passei a achar até bonitinho, confesso, tanto que o apelido para ela permaneceu, mas agora era usado como uma forma carinhosa de chama-la.

Nós éramos verdadeiros opostos, era como se ela fosse um dia ensolarado e eu fosse uma tempestade. Lembra quando eu disse que ela tinha trazido cor para os meus dias? Pois é, a S/n era sempre radiante e amável, já eu... Bom, você já sabe. Mas durante esse tempo em que passamos a conviver diretamente, algo em mim mudou. Eu já não era assim tão mal-humorado, não tinha mais tanta raiva do mundo e até as minhas brigas com o meu pai diminuíram. Lógico que eu não vou admitir aqui que isso era o efeito dela em mim, não conte com isso.

O fato era que a minha vida nunca havia estado tão boa quanto nos meses em que ela passou a fazer parte dos meus dias e eu tinha plena consciência daquilo. Nós tínhamos tanta coisa em comum, apesar da personalidade completamente diferente, nós dois tínhamos problemas com o nosso pai e tínhamos planos de nos emancipar o mais rápido possível, além disso, descobrimos uma infinidade de coisas que gostávamos, músicas, filmes, livros. Era bom ter uma pessoa para conversar sobre o meu gosto pessoal e melhor ainda era quando o gosto casava perfeitamente, o que era o nosso caso. Passamos a curtir vários momentos juntos e a única sala de cinema da cidade passou a ser o nosso lugar. Vimos todos os filmes que entraram em cartaz nos últimos seis meses, não importando se era bom ou ruim, aquele era o nosso momento. Na maioria da vezes a sala era só nossa, então se o filme fosse ruim, nós simplesmente nos desligávamos da tela e passávamos o tempo inteiro conversando.

Toda aquela proximidade acabou fazendo com que eu me sentisse um pouco estranho, os meus sentimentos começaram a se embolar e eu fiquei meio confuso com o que eu estava acontecendo dentro de mim. Outras reações também começaram a aparecer, como o ciúme louco que eu passei a sentir da patricinha e cada cara que se aproximava dela ganhava o meu olhar mortal. Ela nunca pareceu perceber que eu sentia ciúmes dela ou não se importava com aquilo, mas eu só faltava querer matar o idiota que demonstrava algum interesse na minha melhor amiga.

"Melhor amiga", até hoje esse título ainda parece estranho para mim, eu nunca tive um melhor amigo, ainda mais sendo uma garota. Nunca fui santo e é claro que eu tive algumas experiências amorosas com algumas meninas, mas nada nunca foi tão significativo como a minha amizade com a S/n. Era até engraçado pensar que eu estava colocando uma amizade no topo da minha lista, na frente até das minhas conquistas.

Confesso que a importância que a S/n havia tomado na minha vida me deixava um tanto apreensivo porque ia de encontro ao que eu vinha planejando há anos, que era me livrar do domínio repressor do meu pai. Eu contei coisas para aquela menina que não havia dividido com ninguém, como a morte da minha mãe, por exemplo. Aquele era um assunto delicado para mim e a maior razão do meu ressentimento pelo meu pai. Mas mesmo assim, eu contei a ela no momento em que o assunto surgiu, fazendo com que eu me surpreendesse por ver o quanto era fácil falar sobre qualquer coisa com a patricinha. Contudo, não sei bem o motivo, eu não contei a minha amiga que ansiava sumir no mundo quando me tornasse maior de idade e com a data já havia passado, era tempo de ir embora. Sempre que a S/n falava de planos para o futuro, ela me incluía neles e eu imediatamente me sentia péssimo, pois eu não pretendia estar ali quando ela fosse para a faculdade e nem em todos os anos seguintes. O meu plano era deixar a cidade assim que a escola acabasse, já havia até comprado a minha passagem.

Série Melhores Amigos - BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora