POV Sue

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Senhora Dickinson felizmente não havia demorado para chegar e levar a Emily para casa, acho que tudo que ela deve estar precisando é descansar um pouco depois do dia de hoje, nem posso imaginar o que ela deve estar sentindo com tudo isso que aconteceu. Me sinto bem por ter encontrado ela, sinto que devo muito à sua mãe já que ela cuidou e cuida tanto de mim, e ela também deve estar sofrendo de estar vendo sua filha tão mal assim.

Austin ficou para me levar para casa, não o conheço muito, nos falamos uma ou duas vezes em momentos que vi ele no consultório da senhora Dickinson, mas foram conversas rápidas, ele me parece ser um cara legal e simpático. 

- Então... Vamos? - Austin sorri sem ânimo para mim, me esqueci por um momento que ele também está sofrendo com o que aconteceu.

Apenas concordo com a cabeça sem saber bem o que dizer e o sigo até o carro, mas como sempre, ao me aproximar do carro meu corpo trava.

- Sue? Tá tudo bem? - Ele me olha preocupado. - Ah... É claro, deixa que eu abro a porta pra você, te juro que já fui mais cavalheiro do que isso!

- Não! Não é nada disso. - Minhas mãos estão suando então tento as secar na minha calça. - Olha, você pode ir para casa, eu vou andando. 

-Andando? Mas já está escuro e é perigoso. - Ele se aproxima de mim. - Não precisa ficar desconfortável comigo, se é esse o caso, eu não vou fazer ou falar nada que te deixe desconfortável.

- Não é isso também Austin, eu sei que você não faria nada disso. - Encaro o chão, evitando o olhar nos olhos. - Sofri um acidente de carro quando criança, nele meus pais morreram e.... Desde então eu não consigo estar dentro de um carro sem me sentir apavorada, como se revivesse esse momento dentro da minha cabeça.

Austin e eu ficamos em silêncio por um momento, ainda não conseguia o olhar. Então senti uma mão tocando meu braço de maneira sútil, era Austin.

- Eu não imagino o que você tenha passado, toda dor... Mas compreendo seu medo e é claro que vou respeitá-lo, mas nunca deixaria você voltar para casa sozinha, Sue. - Ele me puxa delicadamente para caminharmos juntos. - Podemos caminhar até sua casa então.

- Austin... - Paro de andar e ele me encara. - Obrigada. 

Assim seguimos para minha casa, conversamos pouco, ele não estava bem e eu ainda me sentia desconfortável por lembrar do acidente que sofri com meus pais, mas realmente apreciei o cuidado que ele teve por mim. Em casa, nos despedimos e mais uma vez o agradeço, logo me preparo para dormir e assim faço.


NA MANHÃ SEGUINTE

Acordo, faço minha higiene matinal, pego minha mochila que tinha tudo que preciso: Um caderno, uma borracha e um lápis, meus fieis amigos. Decidi que iria desenhar alguma coisa que me inspirasse o suficiente. 

A manhã estava linda, os pássaros pareciam cantar exclusivamente para mim, e o vento derrubava as folhas das árvores e batia em meu rosto, o sol fraco da manhã tocava minha pele, isso tudo me fazia pensar como é bom estar viva! A maioria das pessoas não apreciam esses pequenos detalhes ao seu redor, sempre passam despercebidos... Sempre me questionei como poderia alguém simplesmente não notar toda vida ao seu redor? Suspiro e deixo meus pensamentos irem embora aos poucos, me sento embaixo de uma árvore, aqui seria o lugar de hoje, pego meu caderno e o lápis me preparando para desenhar algo, até que noto que estou em frente a casa dos Dickinson's. 

Vejo uma pessoa na janela do segundo andar e era Emily, ali deve ser seu quarto. Ele parecia estar ocupada fazendo alguma coisa, talvez escrevendo? Não dá para dizer com certeza, mas parecia ser isso. Ela estava linda distraída, a maneira como a luz do sol tocava seu rosto... Eu precisava desenhar esse momento. Então começo a desenhar Emily, todo o meu foco está nela e no caderno em minhas mãos. 

What a Volcano Feels LikeOnde histórias criam vida. Descubra agora