Capítulo Oito

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Wei Ying

"— MÃE... NÃOOO... — Olho para o corpo deitado no chão sem conseguir sair do lugar. Sinto meu corpo perder a força e desabo no chão. Olho para o lado quando alguém entra e sinto meu coração quebrar quando vejo meu pai sendo arrastado por um homem que não conheço.

— Pai... — Digo num sussurro e o homem mais velho levanta a cabeça com lágrimas descendo por seu rosto cheio de machucados.

— Fi-Filho... — Ele diz apenas mexendo a boca.

— Olha só, não é que o tão famoso Wei Ying é mais bonito pessoalmente. — O homem que arrastou meu pai fala se aproximando e agachando na minha frente. Ele segura meu queixo e me força a olhar em seus olhos.

— Quem é você? — Pergunto num fio de voz que ainda resta.

— Alguém que deu uma escolha ao seus pais. Mas, eles infelizmente não fizeram a escolha certa. — Ouço passos atrás de mim e sei que mais alguém entrou na sala.

— Te darei outra chance senhor Wei. Ou o senhor me diz onde estão as reliquias da família ou farei coisas ruins com seu amado filho, na sua frente. — Meu coração acelera quando sinto uma mão tocar meu ombro e apertar com força.

— N-Não toque nele... — Fecho os olhos quando o homem a minha frente se levanta e chuta meu pai com força, fazendo ele soltar um gemido de dor.

— ONDE ESTÁ? — Meu pai balança a cabeça.

— Eu juro que não sei. Meu pai nunca me contou a localização. — Ele diz com a voz fraca e cheia de dor. 

— É uma pena. Eu lhe dei uma chance. — O outro diz e sinto meu corpo ser levantando.

— NÃOO... ''

Me sento respirando fundo, tentando acalmar minha respiração. Não tento secar as lágrimas que descem por meu rosto, seria inútil. Abraço meu próprio corpo até senti-lo relaxando.

Sonhar com meus pais é como trazer toda a dor de volta. Faz com que eu me lembre dos sorrisos perdidos, dos abraços que eu nunca mais irei receber. É uma forma de tortura.

Me forço a sair da cama e começar a me arrumar. Já devo estar atrasado para o café da manhã e minha tia deve ter mil jeitos diferentes de implicar comigo por isso.

— Está atrasado. De novo. — Diz antes de qualquer outra coisa. Nem um bom dia ela acha que eu mereço.

— Sinto muito. — Respondo com a cabeça baixa.

— Deixe o menino. Não é como se eles fossem chegar atrasados na faculdade de qualquer maneira. — Meu tio intervém, o que a deixa ainda mais irritada.

— Você dá muita liberdade a ele, uma liberdade que nem nossos filhos tiveram. Os pais mortos não podem ser usados como desculpa para sempre. — O silêncio se faz presente após suas palavras. O tom que ela usa faz meu sangue ferver. O pesadelo já me deixou instável e vê-la falando assim só piorou tudo.

— Não fale sobre eles desse jeito. — Sinto o olhar de todos em mim, mas continuo com os olhos fixos na minha tia que tem uma expressão de desdém.

— Por que eu não falaria?! Seus pais sempre se acharam melhores que nós. E tudo porque seu avô resolveu deixar mais dinheiro para o inútil do seu pai. — Aperto o copo em minhas mãos e o coloco na mesa em um baque.

— Inútil? Meu pai criou uma empresa do zero. Sim, o dinheiro do meu avô ajudou. Mas quem o fez se multiplicar foi meu pai. Você só tem raiva de não conseguido chegar ao mesmo nível que eles. Você sabe que nunca faria o que os dois fizeram. — Minha tia se levanta e me fita com ódio.

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