Capítulo Cinco

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Wei Ying

Acordo sentindo um calor diferente por perto e meu corpo parece relaxar contra esse calor. Mas, porque isso parece tão estranho? Abro os olhos devagar por causa da claridade e olho ao redor não reconhecendo o lugar, sinto o medo querendo tomar conta, mas paro ao reparar quem está me abraçando. Lan Zhan?!

As memórias da noite passa voltam aos poucos e sinto meu estômago embrulhar. Só sei que de alguma forma, o garoto ao meu lado me ajudou. Ele também acorda e me encara por vários minutos fazendo meu rosto esquentar.

- Bom dia. - Ele diz baixinho e sinto meu coração acelerar um pouco.

- Bom dia. - Me afasto do seu abraço e fico parado sem saber o que fazer.

- Você está bem? - Ele pergunta se sentando também. Essa é a primeira vez que não acordo com um pesadelo.

- Sim, obrigado por... Sabe, ter me ajudado. - Não olho para seu rosto, porque tenho medo de demonstrar mais do que deveria.

- Não foi nada. Aquele cara é um idiota. - Assinto e depois caimos em um silêncio estranho, que foi felizmente quebrado com a batida na porta.

Lan Zhan vai até ela e logo vejo um garoto bonito entrar. Se não estou errado, ele é Lan Xichen.

- Bom dia para os dois. - Ele diz, mas não levanto a cabeça para me olhar. Ele parece... Envergonhado?! Talvez seja porque estou na cama do irmão dele. Apenas deixo isso de lado.

- Eu... Eu vou indo. Yanli pode estar preocupada. - Digo vendo que Lan Xichen parecia querer conversar com o irmão, mas comigo ali isso não aconteceria.

- Quer uma carona? - Lan Zhan pergunta e eu nego com um sorriso sem graça.

- Tenho certeza que Yanli já deve estar lá embaixo me esperando, conhecendo-a. - Ele assente e vendo que não tínhamos mais o que dizer, eu saio dando um tchau para os irmãos. Confesso que não queria sair dali, a presença dele, ao mesmo tempo que me assustava, também era o que me trazia calma. Sou tão contraditório.


🐇🐇🐇

Jiang Cheng

Acordei sozinho no quarto e confesso que me senti decepcionado. E penso rapidamente no que posso fazer para que a noite passada se repita novamente.

Vou até o quarto onde Wei Ying dormiu, talvez ele ainda esteja lá e quero saber se meu primo está bem. Estou prestes a bater na porta quando ouço a voz que estava gemendo no meu ouvido ontem.

- No que você estava pensando?! - Outra voz diz friamente e imagino que seja o Lan Zhan.

- Eu... Eu não sei. Quando eu vi já estávamos fazendo. - Lan Xichen diz em uma voz baixa e tenho certeza que está falando sobre a noite passada.

- Não faz nem dois meses que você terminou com aquele cara. - A voz do garoto mais novo fica um pouco mais alta. Isso tudo só porque dormimos juntos?!

- É que... Na hora, eu visualizei o Yao e não consegui parar. - E é nesse momento que meu corpo trava. Minha mente não consegue digerir essas palavras mesmo quando elas se repentem várias vezes na minha cabeça.

- Não bastou dormir com o cara, você ainda agiu como se ele fosse um substituto? - Todo o "prazer" da noite passada se torna "humilhação".

Eu fui um substituto?! A melhor noite da minha vida foi passada com um cara que imaginou outra pessoa?!

- Eu... Não era minha intenção... - Sua voz sai cheia de vergonha e finalmente forço meu corpo a se mover, ignorando todos as células do meu corpo que querem entrar naquele quarto e fazer besteira.

Não se preocupe senhor Lan, não haverá mais "acidentes" como esse novamente. Você será apenas outra pessoa que passou pela minha cama.

Lan Zhan

Olho para o meu irmão mais velho sem esconder a irritação. Nesse momento, estou me segurando para não soca-lo. Sei que Xichen não é esse tipo de pessoa, mas o fim do namoro com aquele homem acabou com ele.

- O que você vai fazer agora?! Você saiu e não falou nada para o Jiang Cheng e apesar de vocês dois estarem bêbados, acho que pelo menos um pedido de desculpas ele merece, afinal, bêbado ou não, ele foi usado. - Meu irmão suspira

- Eu vou falar com ele. Não se preocupe. - Depois disso ele sai do meu quarto e meus pensamentos voltam para o moreno que dormiu nos meus braços na noite passada, me fazendo esquecer o problema em que meu irmão se enfiou.

Wei Ying teve um sono difícil, mas hoje ele parecia não se lembrar disso. Meu coração doeu ao ver seu desespero e a forma como ele chamava os pais tão baixo que se eu não estivesse próximo não ouviria.

Sinto ainda mais uma necessidade de me aproximar. É como se houvesse um fio entre nós dois e esse fio estivesse ficando cada vez menor, me puxando em direção a ele. O destino parece estar movendo suas peças no tabuleiro, fazendo com que eu precise me mexer até que consiga alcancá-lo.

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