3. Alina

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República da Moldávia

Anos 2000

Os sons de risadas e cacofonia me deixaram assustada. Eu sei que já deveria ter me acostumado com a porcaria de vida que a vadia da minha mãe levava. Aquela porca aborteira me dava nos nervos. Ela trazia inúmeros homens para dentro de casa, e deixava que a fodessem em qualquer canto de nossa casa. Ela sempre ganhava uma gorjeta a mais se minha irmã mais nova ficasse por perto no momento que era fodida. Eu estava contando os dias para matar aquela vagabunda. Queria arrancar a sua cabeça fora e jogar no poço. Não valeria nem a pena comer sua carne.

Encarei Alina deitada ao meu lado, dormindo feito um anjo. Ela tinha apenas dez anos e já havia visto mais coisa do que eu gostaria. Eu não conseguia fazer muita coisa para poder ajudá-la, fazia o que podia e como dava. Eu não era lá grande coisa para proteger minha irmã. Eu tinha apenas quatorze anos. O que se sabe com essa idade? Bom, a vadia da minha mãe queria que eu já soubesse como foder. Ela sempre traz seus clientes e tenta me deixar no mesmo ambiente que eles. Mas, eu sempre levo a melhor quando ameaço os matar. Eu posso ser muito ameaçadora quando quero.

Pego a faca com a ponta quebrada que está embaixo do meu colchão, mantenho muito perto do meu peito e sigo para fora do quarto. Fecho a porta e vou até a ponta da escada. Aquela casa tem tanto lixo que ninguém vai conseguir me ver ali, escondida. Tenho a pior visão do andar de baixo, que uma garota poderia ter. Meu pai enchendo a cara de vodca barata, enquanto minha mãe dá o rabo para um homem completamente imundo. Ela me vê enquanto acende um cigarro e o sorriso de prazer fingido foge de seus lábios.

Exibi a faca e sai de perto.

Alina ainda permanece dormindo feito um anjinho.

Em algumas semanas, eu irei matar meus pais.


Degradação - Uma História De Inverno Russo - Vivian AngelovOnde histórias criam vida. Descubra agora