Vamos come-lo!"

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Odeio mortal , é isso que Eddie sentia em relação ao cabeça de teia, por vezes ele tentará assassinar aquela maldita aranha e por vezes ele falhou miseravelmente. O mesmo se aplicava à Peter Parker, um cara ridículo que vivia roubando seu trabalho, suas fotos, tudo! Mas o que ele podia fazer em relação à isso? Nada.
Em seus crimes como Venom tinham sido julgado como inocente, sendo que o simbionte fora lhe arrancando e deixado para estudo em um laboratório afastado.
A vida de Eddie se aplicava mais uma vez à tirar fotos de segunda mão e expor a vida de quem não queria, mostrar o lado mais horrível e traiçoeiro das pessoas mais bondosas. Seu público gostava disso,  gostava de receber as verdades nuas e cruas sobre outras pessoas. O repórter tinha descoberto uma área na qual o Homem-Aranha não poderia competir contra si. Ele ja não via Peter com frequência, na verdade podia o ver de relance uma vez ou outra quando entregava algumas fotos à mais para a empresa, as vezes um dinheiro a mais era bom.
Com o tempo a vida criminosa do loiro passou apenas à ser um sonho antigo e esquecido do passado. Sendo que seu único e mais divertido passa tempo era o de correr atrás de criminosos.
Com Venom longe parecia que tudo era silencioso e sem graça, Eddie não negava, ele sentia falta daquela massa sádica e obscura. Das vezes nas quais ele tinha muito discretamente consolado as suas mágoas com palavras idiotas e violentas.
Porém não era daquilo que ele mais sentia falta, em seus ombros uma gigantesca saudade do cabeça de teia vinha pesando, mas por qual motivo deveria sentir falta do idiota que mais odiava?
"O tempo apaga a raiva.."
Estava confuso sobre o que sentia em relação ao idiota aranha, era estranho, extremamente estranho. A última vez que caminhava na rua e acabou dando de cara com o herói tinha acelerado seu coração como nunca e não tinha sido necessário Venom para lhe dizer aquilo.
Os olhos azuis buscavam uma brecha por onde pudesse adentrar finalmente o laboratório no qual estava documentando em segredo. Haviam boatos sobre testes agressivos em humanos, e ele tinha o apoio de uma cientista na qual tinha lhe dado as chaves e prometido burlar a segurança. O que era ensinar à alguém hackear a câmera e repetir imagens de outro dia qualquer? Nada para Eddie. Simplesmente algo que fazia parte de seu cotidiano. O homem suspirou quando viu a câmera ser desligada por um único instante, foi rápido e ágil, passando a correr em silêncio pelos cantos do estabelecimento, era gigantesco, não seria nada fácil encontrar o centro de testes, adentra-lo então. Por Deus , onde estava a maldita cientista? O único problema do local naquele instante eram os guardas em grande quantidade. Aquilo fazia com que o loiro fosse devagar em sua corrida contra o tempo. Ele suspirou mais uma vez ao finalmente encontrar a frente de uma porta a palavra "Laboratório".
- Finalmente!
Soltou baixinho, tirou o cartão do bolso e passou-o pela porta eletrônica, fazendo com que a mesma se abrisse no mesmo instante. La dentro não havia ninguém, para sua sorte.
O laboratório era composto por várias cabines de vidro nas quais se encontravam lacradas , em algumas delas haviam homens deitados, ensanguentados e provavelmente mortos. Sacou sua câmera e tirou logo as fotos necessárias, foi quando um barulho lhe assustou, algo tinha batido contra o vidro de uma cabine próxima. Ele engoliu em seco , se aproximando lentamente com a câmera em mãos pronto para fotografar seja la o que estivesse tentando chamar sua atenção. Foi então que ele arregalou os olhos, era uma mulher, ela batia contra o vidro tentando fugir de algo que ele não conseguia ver. Eddie não sabia como ajuda-la , ele afastou-se suavemente, sentindo um arrepio subir lhe as costas. Foi quando ela gritou e bateu contra o vidro da porta que a separava do homem, rachando-a gravemente. O loiro se afastou, aquilo não estava certo! Havia algo à mais. A destra da mulher se guiou até a rachadura maior, não havia como ela sair, porém o que aconteceu logo em seguido assustou Eddie. Da mão dela passou a emanar uma aura escura, uma massa escura deixando-se a escorrer pela rachadura, caindo ao lado de fora da cabine. Aquele era..
- Você estava aqui? Todo esse tempo?
Eddie respirou com dificuldade franzindo as sobrancelhas, antes de decidir se aproximar lentamente e levar o polegar até o ser alienígena. Venom não exitou e com saudade penetrou a pele do loiro deixando de ser visto em poucos segundos.
"Eles não me deram um se quer corpo decente! "
Rosnou o alien dentro da mente de seu hospedeiro, fazendo-o rir suavemente. Fazia tempo que não houvia aquela voz rouca e grave, e sem dúvidas era um alivia ver que a criatura ainda se encontrava bem. Mesmo com todo o sangue que espalhavam ainda tinham um laço profundo em seus relacionamentos.
-  então sentiu minha falta?
"Sua? Seu bosta, você é um hospedeiro de Quinta categoria! "
Eddie fingiu estar indignado antes de rir e olhar para os lados buscando ver se havia alguma outra coisa de interessante naquele lugar. Ele tirou mais algumas fotos e como o combinado saiu antes das duas da manhã. Tomando o máximo de cuidado possível com os guardas. Tinha seu simbionte de volta, mas isso não significava que voltaria à carnificina. Venom parecia mais calmo que o normal, talvez o fato de Eddie ter se livrado da raiva fosse o motivo. Ou talvez apenas estivesse cansado , não havia como saber. 
"Eddie, fome."
- calma, vamos achar uma lojinha 24 horas.
O taxista observou de relance o loiro que falava sozinho e deu de ombros, Eddie fingiu não ver a reação do homem e apenas soltou um riso baixo. Ele desceu algumas quadras depois observando tudo a sua volta com sono. As orbes azuis pararam em um restaurante aberto , perfeito. Sorriu colocando-se a caminhar na direção do local, porém parou ao sentir-se ser puxado para trás com força,  imaginou logo que fosse Venom , entretanto sentiu uma tremenda dor em seua ombros e abdômen, pesadas garras de metal lhe apertavam ali. Eddie grunhiu dolorido podendo finalmente observar várias pessoas correndo e o tão famoso doutor Octopus atacando o restante dos presentes ali, sentiu seu corpo finalmente se solto, porém sendo lançado ao ar, Venom ameaçando rapidamente envolver seu corpo.
- Não!
O loiro foi rápido em ditar a resposta, mesmo que fosse se machucar fodidamente , não deixaria o mundo saber que tinha seu simbionte de volta. Chegando próximo ao chão sentiu um enorme baque contra suas costas , lhe puxando para cima.
- Justo você, grandão?
A voz conhecida fez o coração de Eddie bater forte contra o peito , fazendo-o hesitar em olhar para o rosto daquele quem o segurava. Era ele mesmo, o idiota cabeça de teia.
"Vamos comer ele!"

Desde que ele esteja abaixo de nós!Onde histórias criam vida. Descubra agora