Cavalinhos na chuva

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Estou tentando ao máximo não ceder a procrastinação. Nunca achei que escrever pudesse ser tão difícil.
Este capítulo ficou maior que os anteriores e foi bastante trabalhoso, espero que gostem do desenrolar dele. - Escrever diálogos é a parte mais difícil de tudo.

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"Você está andando toda torta, parece uma gazela."

Malévola grunhiu e se manteve de pé com as mãos encostadas no balcão da cozinha do estúdio ainda que suas pernas protestassem.

"Vai tomar no seu cu. Estou perfeitamente normal." Com algum mau humor, ela ligou a cafeteira. "Apenas não dormi muito bem, meu colchão parecia desconfortável."

"Sei, " Shrike sorriu, apoiando o rosto na mão. "E esse seu colchão tem uma boa pegada?"

Malévola imediatamente lançou um olhar de advertência para a amiga, que apenas gargalhou com sua carranca. Shrike adorava provocá-la, porque ela sabia como, e o pior é que dessa vez ela não estava errada.
Eram dez da manhã quando Malévola chegou ao estúdio, e desde então, Shrike não falava de outra coisa se não o tal moreno com cicatrizes, fosse tagarelando sobre o quanto ele era gostoso ou o quanto ela queria saber sobre o jantar da noite anterior. Felizmente para ela, Malévola não tinha planos de omissão, porque agora sua cabeça fazia muito barulho e se ela guardasse para si mesma, iria morrer.

Ela pegou o café da base da cafeteira e se arrastou com as pernas trêmulas até a mesa, puxando uma cadeira e gemendo com o desconforto, sem saber se o que doía mais era sua cabeça da ressaca ou as costas.

"Eu vou te contar, " Malévola resmungou. "Mas só se me arrumar Advil."

Antes que ela percebesse os comprimidos brilhantes estavam magicamente à sua frente, e sem saber exatamente como Shrike as tirou do bolso tão rápido, ela engoliu tudo misturado com o café e praguejou um palavrão quando queimou a língua. "Acho que cometi um erro ontem a noite."

"Não me diga. " Shrike cruzou as pernas.

"Estou falando sério. E é tudo culpa sua.  Você com essa porra de papo que preciso transar acabou me levando- 

"Espere, espere, espere." Ela a interrompeu com seus olhos arregalados como pires. "Vocês transaram?"

Malévola mentalmente se xingou de burra e idiota em 12 idiomas diferentes. "Eu não disse exatamente que nós transamos."

"Isso explica uma ou duas coisas." Ela sorriu de canto, observando Malévola de cima a baixo. "Mas... E seu período?"

"Seguro."

"Ótimo. E então? Como foi?"

Ela hesitou um pouco, colocando uma mecha de cabelo marrom atrás da orelha que imediatamente escorreu de volta para contornar suas bochechas agudas. "Foi... Normal, eu acho." Ela viu Shrike fazer um V com os dedos e colocar na frente dos lábios. "Shrike!"

A outra mulher gargalhou. "Vamos, me conte tudo! Tem noção do evento histórico que isso é? Eu jurava que você tinha teias de aranha entre as pernas."

"Oh, eu aposto que é muito melhor que um chute? Posso te acertar muito bem daqui." Malévola sorriu, olhando em volta para assegurar que estavam sozinhas. Feito isto, ela apoiou o rosto nas costas das mãos e suspirou. "Foi a melhor foda da minha vida."

"E a língua?"

"Ele sabia chupar. Por um momento me senti uma cadela."

"Ele te levou pra casa dele?"

"Foi um pouco... Mais complicado que isso. Não tínhamos tempo de ir pra casa."

"Então?"

"Então... Foi no banheiro."

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⏰ Última atualização: May 10, 2021 ⏰

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Tinta, Titânio e NicotinaOnde histórias criam vida. Descubra agora