CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

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Encostei-me no carro e fiquei ali observando Olívia desaparecer colégio adentro junto com suas amiguinhas. Há poucos metros de mim, Christopher conversava com sua amiga, Allie, que embora tentasse disfarçar, eu conseguia notar seu olhar sobre mim. A dúvida que eu tinha sobre era saber se ela sabia ou não sobre Christopher e eu, afinal, assim como meus dois melhores amigos sabiam, já tinha ficado claro que os dois eram tanto amigos quando eu era de Anahí e Alfonso.

Não quis chamá-lo para sair dali, porque apesar de ter meus ciúmes com relação aos dois, não queria que ele pensasse que eu fosse possessiva e porque eu temia que um desentendimento poderia fazer aquela mulher, a qual eu me recusava tentar uma aproximação, pudesse colocar a boca no trombone sobre Christopher e eu e a última coisa que eu precisava era que nosso relacionamento fosse explanado à essa altura do campeonato.

Acabei entrando no carro, não por impaciência ou porque não quisesse vê-los conversando, mas porque o sol já não estava mais quente o suficiente para evitar que o vento que batia na minha pele me fizesse sentir frio. O verão estava acabando e a chegada do outono traziam ventos frios e fortes na medida suficiente para começar a derrubar as folhas secas das árvores.

— Perdoe-me a demora, estava perguntando uma coisa para ela.  — Disse Christopher entrando no lado do motorista.  — Não foi minha intenção deixar você esperando.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro.

— Ela sabe sobre a gente?

— Não que eu saiba, por quê?

— Uma mulher reconhece o olhar de ciúmes de outra a metros de distância, Chris.

Christopher deu um sorrisinho enquanto ligava o motor do carro.  — Não sei se fico mais preocupado com ela descobrir o seu olhar de ciúme ou de você não entender que o que tenho pela Allie é apenas amizade.

— Amigos não se beijam como vocês se beijaram no dia do casamento.

— Já disse que ela me beijou e eu fui pego de surpresa.  — Fiquei em silêncio, olhando pela janela enquanto ele começava a dirigir.  — Dul, meu anjo, eu tenho mil e um motivos para poder ficar com ela, mas dentre todos eles, eu resolvi ficar com você, mesmo correndo risco de vida, mesmo sabendo que nosso relacionamento possa ser interrompido a qualquer instante, então deixa de paranoia, tá? Vamos apreciar o dia que vem pela frente.

— E para onde o senhor está me levando?

— Não vamos estragar a surpresa antes da hora.

— Esntão está me sequestrando?

— Longe de mim, estou apenas pegando emprestada.  — Ergui minha sobrancelha. Christopher tinha um sorriso malicioso no rosto que entregava que independente do nosso destino, não era apenas um passeio qualquer.  — Prometo devolver você à sua residência antes das três da tarde.

— Acho bom!

— Só não disse que seria inteira.

— Christopher!

Dei um tapa na perna dele e ele finalmente deu uma gargalhada maléfica e debochada. Ele já tinha me dito uns dias antes que estava planejando algo, mas desde então não voltou a mencionar o que exatamente seria e muito menos onde. Tentei manter minha curiosidade para mim, tentando descobrir, pelo caminho que ele seguia, onde seria nosso ninho naquele dia, mas eu não reconhecia aquelas estradas desertas que levavam para longe da cidade.

Achei um pouco estranho quando ele estacionou o carro na parte de trás de um galpão que parecia estar abandonado. O vi sair do carro e dar a volta no veículo, abrindo em seguida, a porta para que eu pudesse sair.

Proibido | VONDY (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora