XEQUE-MATE

Fraquezas

Rafa Kalimann Point Of View

O jardineiro de boa idade cortava os galhos que estavam fora do lugar no jardim da frente. A mansão Melim contava com uma enorme extensão de terreno, um gramado bem cuidado, e um belo chafariz no centro do espaço, onde a todo instante jorrava água, repetidas vezes. O homem parecia concentrado em seu serviço,o que atraiu minha atenção até ouvir a voz aveludada ao fundo.

"Agente Kalimann."

Eu senti aquele arrepio percorrer minha nuca assim que senti a mulher se aproximar. Virei de frente para a morena, deparando-me com a visão mais tentadora daquela manhã. Engoli em seco, deixando que meus olhos fracos analisassem cada mínimo detalhe da latina.

- Bianca. – foi o que conseguir pronunciar.

A mulher curvou o canto dos lábios em um sorriso cínico, provavelmente se dando conta de como eu praticamente a engolia com os olhos. Em minha defesa, eu tentei empregar todas as minhas forças no pingo de sanidade que me restava. Bianca estava nesse exato instante a minha frente, usando apenas um mini short de tecido soltinho, na parte de cima um pequeno top preto cobria seus seios. Ela tinha uma toalha branca nas mãos, no qual delicadamente deslizou por seu pescoço, onde pequenas gotas de suor escorriam.

-...Quer dizer, Sra. Melim.

Seu abdômen liso estava totalmente livre diante de meus olhos, igualmente como a parte superior de seus seios. O top tinha um belo decote, eu poderia dizer. Era notável como a latina dava certa atenção ao seu preparo físico, o corpo de Bianca era simplesmente invejável, para mim, delicioso.

Não, Rafaella.

- Andrade, Rafaella. Senhora Andrade. – corrigiu ela. - Enfim, a que devo a honra de sua visita em minha casa?

Eu devo ter piscado mais vezes do que o normal, pois Bianca sorriu abertamente antes de se aproximar mais da janela.

- Estou aqui a trabalho, Sra. Andrade. Fui escalada temporariamente para fazer sua segurança particular.

- Temporariamente?

Bianca deslizou a toalha por cima de seus seios, atraindo meus olhos teimosos, que se fixaram nos mesmos. Meneei com a cabeça negativamente, e voltei à atenção para um canto qualquer da casa.

- Sim, até encontrarem uma substituta.

A morena assentiu, com um sorriso desacreditado. Onde você esta se metendo, Rafaella?

- Isso vai ser interessante.

- O que disse? – me fiz de desentendida.

Os olhos castanhos de Bianca se fixaram em mim, e sua expressão se suavizou.

- Nada, Kalimann. Precisamos conversar melhor, quero saber como isso vai funcionar.

- Claro, posso explicar. – falei me afastando dela.

Seria cômico, se não fosse trágico. Eu queria manter distancia daquilo que mais poderia me perturbar ali, mas seria impossível.

- Certo, é melhor você me esperar no escritório particular do Diogo. Eu não quero os empregados ouvindo a nossa... – Bianca se calou por alguns segundos, e depois voltou à atenção para mim. – conversa.

- Não vejo problema, Sra. Andrade.

- Mas eu vejo, agente Kalimann. – disse em tom decidido. – Eliza!

Bianca chamou. Em poucos segundos a mulher se apresentou na sala, devidamente uniformizada.

- Leve a agente Kalimann até o escritório de meu marido. Eu vou tomar um banho, e logo desço.