Rafaella Kalimann's point of view.
Continuei parada ao lado da porta, enquanto Bianca invadia o interior de meu apartamento mesmo contra minha vontade. Ela caminhou até o centro da sala, sobre seus saltos escuros e finos, enquanto parecia procurar por algo no ambiente. Eu engoli em seco, e tomei o maximo de ar para me manter calma. Depois de alguns instantes, ergui a cabeça e encarei a mulher que estava na sala de estar, fitando-me fixamente. Empurrei a porta com força, e caminhei em passos preguiçosos em sua direção.
- Posso saber o que está fazendo aqui? Como tem a ousadia de aparecer no meu apartamento?
- Nós precisamos conversar.
Uma risada sarcástica deixou minha boca, enquanto encostava-me ao pilar de madeira, que dividia um cômodo e outro. Bianca mantinha sua postura firme, bem característica sua. Aquele ar imponente e poderoso tomava conta, até mesmo em momentos como aquele, que ela claramente estava em desvantagem.
- Conversar? Você é a ultima pessoa desse mundo com quem eu quero conversar, Bianca. Eu quero que você suma da minha vida! – exclamei irritada.
- Quer conversar com quem? Com Gabriela que roubou seu lugar na delegacia? Eu avisei que ela não era a melhor pessoa, Kalimann.
- Nenhuma de vocês são confiáveis!
- Não me compare com aquela mulherzinha. – retrucou.
- Claro! Você é muito pior do que ela. E me diga...
Eu franzi o cenho, e trinquei a mandíbula sentindo meu sangue esquentar.
- Como você sabe? – me aproximei dela, vendo a morena engolir em seco. Bianca ficou calada, nada respondeu.
– Ah! claro, sua cúmplice te contou. – constatei.
- Está feliz com isso, não é? Pode comemorar ao lado daquele desgraçado a vitoria de vocês contra mim. Era isso o que você queria, não? Desde o começo está me usando nesse jogo sujo, como um peão qualquer, para saciar tua sede de vingança contra aquele verme do seu marido.
- Não fale o que você não sabe. – ela deu um passo à frente. – Eu não estou do lado dele. Achei que isso estivesse bem claro.
- E nem do meu, pelo visto.
- Não existe seu lado. Existe o meu e o dele. – disse olhando fixamente em meus olhos.
- Agora existe o meu. Você não está mais lidando com um peão.
- Rafaella, tente se acalmar, ok?
Seu tom de voz manso me alertava suas intenções. Senti o toque suave das mãos de Bianca sobre meu braço, enquanto seu olhar buscava se conectar ao meu.
- Não comece! Você não vai continuar com essa manipulação!
- Não estou te manipulando. – rolou os olhos impaciente. – eu só preciso que me escute! Você está cega diante a sua revolta!
- Eu não vou escutar suas mentiras! Por Deus! Ainda quer que eu acredite em você? Depois de tudo?
- Preciso que acredite em mim. – pediu, fitando-me profundamente. - Eu imagino como deve está se sentindo, mas eu não podia fazer diferente!
Eu realmente não queria prejudicá-la.Qualquer frase dita por Bianca, em uma tentativa de se justificar, fazia meu sangue ferver. Ela mentia, e mentia sempre. Não era agora que diria a verdade, certo?
- Eu não consigo acreditar em nada que você diga! Você não passa de uma mulherzinha dissimulada. Eu não sei onde estava com a minha cabeça quando me envolvi com você, quando me permiti... – as palavras sumiram de minha boca. – você não faz idéia do que eu sinto por você agora. Mas se me permitir dizer...
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XEQUE-MATE
FanfictionUm jogo perigoso, repleto de armadilhas. Uma disputa de poder, dinheiro e desejo. De um lado a delegada Rafaella Kalimann, de outro, a esposa de um magnata, Bianca Andrade. Nesse jogo, apenas um cairá. Quem terá a melhor estratégia? Quem melhor sabe...