Pov Ludmilla:
Depois que a Stella saiu do meu quarto eu tentei dormir novamente, mas não consegui. Desci pra tomar café, já vestida pro fut vôlei.
Joguei por horas, almocei no quiosque da praia e no fim da tarde fiquei sentada olhando pro mar. Quando eu olhava pro mar era como se eu conversasse com Deus, pedisse uma intuição, uma ajuda.
E foi o que eu fiz, eu precisava de uma resposta. Por que a Brunna me deixou?
Lembrei da primeira vez que ela disse que me amava, no mar em Angra. Busquei dentro de mim uma resposta, e senti no meu coração que o amor dela não podia ter acabado assim.
O jeito que ela me olhou e me beijou na última noite que dormimos juntas, não era uma dúvida, era uma certeza.
E eu tenho certeza do nosso amor, mas, eu vou esperar o tempo dela.
Voltei pro hotel me sentindo melhor, me sentindo revigorada na certeza do nosso sentimento. E se isso não é um sinal, então eu não sei o que é.
Tomei meu banho, me troquei e coloquei uma série pra passar o tempo enquanto eu me divertia com Renatinho no WhatsApp.
Escutei batidas na porta do meu quarto e imaginei que seria a Stella, afinal ela não ia desistir.
_ Lud! Abre aqui! - abri a porta e era a própria, com vinho e um buquê de rosas vermelhas.
_ Ah você veio! Tudo bem? - eu disse dando passagem pra que ela entrasse e fechei a porta.
_ Trouxe o nosso vinho, e essas flores são pra você. - ele me entregou as rosas e me deu um beijo na bochecha.
_ Obrigada! Não precisava. - disse sem graça.
_ Pelos velhos tempos - ela piscou.
_ Senta aí. - eu disse tirando uma bagunça de roupa da cama e colocando na poltrona.
_ Tem taças aqui?
_ Vou pegar - peguei as taças em cima do frigobar, abri o vinho e nos servi.
_ Obrigada! - brindamos e bebemos
_ Muito bom esse vinho.
_ Eu trouxe de Portugal, na minha última viagem. Guardado para momentos especiais, pessoas especiais.
_ Toda vez que você viajava você trazia vinho pra mim. - nos rimos.
_ Saudades daquela época, eu chegava de viagem doida pra te ver. Ia direto pra sua casa. - Stella colocou uma mão na minha perna
_ Lembranças boas que ficam né?! - tirei a mão dela da minha perna. _ Mas, me conta do seu namorado gringo lá.
_ Terminei. Eu gostava muito dele, mas não tinha aquela paixão sabe?! Aquela paixão, aquele fogo que eu tinha com você. - ela pegou minha mão e colocou em sua coxa. Aí eu fiquei tensa! Ela sabia me provocar, e eu simplesmente não conseguia tirar a mão da coxa dela.
_ Mas, eu acho que um dia você encontra alguém que vai ter fazer sentir amor de verdade.
_ Pode ser, mas ninguém vai fazer eu me sentir como você fazia. Do jeito que você fazia. - Stella pegou minha mão e acariciou todo seu corpo com ela, desde sua coxa até seu seio. _ Saudade de ser submissa a você na cama. - ela pegou a minha mãe e apertou forte seu pescoço se enforcando.
_ Stella! Para! - tirei minha mão e me levantei da cama.
_ O que foi Ludmilla? Você não quer? Estamos solteiras, não estamos?
_ Sim, mas eu não quero me deixar levar por tesao, amanha eu acordo péssima.
_ Tudo bem, você quem sabe. Agora que terminou vai virar uma santa?
_ Stella, eu preciso me curar pra seguir em frente.
_ Ok.
_ Desculpa, tá? Melhor você ir.
_ Não precisa me expulsar também.
_ Não tô te expulsando, eu gosto de você como amiga e você agora vai dançar no meu DVD. Só que sei lá, talvez fique um clima estranho aqui.
_ Relaxa Lud, tá tudo bem. Vamos fingir que nada disso aconteceu. Como você mesma disse, somos amigas. - ela ergueu sua taça e brindou comigo.
_ Claro! - eu sorri sem graça
_ Vamos tirar uma foto? Estava com saudade de te encontrar.
_ Pode ser - eu disse
_ Pega o seu buquê então! Só pra você não falar que eu nunca te mimei. - ela riu.
Fizemos a foto que Stella tanto queria e assim que acabou a garrafa de vinho ela foi pro seu quarto. Confesso que foi muito difícil resistir as investidas dela, mas amanhã eu acordaria me sentindo um lixo.
Liguei pra recepção e pedi um whisky, bebi até pegar no sono.
Acordei quase duas da tarde, pedi almoço no quarto e liguei pra minha mãe📞 Celular Silvana tocando...
_ Alô! Filha! - minha mãe falou baixo
_ Oi mãe! Tá tudo bem? Onde você está que tá falando tão baixo? - perguntei
_ Esperai aí filha, deixa eu sair aqui pra falar com você.
_ Sair de onde mãe? Tá estranha!
_ Estou no hospital - fiquei apavorada
_ Mãe, pelo amor de Deus o que aconteceu com você? Ou foi com alguém lá de casa? - eu disse atropelando as palavras
_ Não filha, tá tudo bem lá em casa. Não era pra eu te contar mas vou...
_ Fala logo mãe!
_ A Brunna desmaiou e está em observação - senti um aperto no peito.
_ Meu Deus! Mas ela tá bem? Como ela está? O que aconteceu?
_ Ludmilla, se acalma! Ela está bem sim.
_ Tô indo pra aí.
_ Filha, não venha, não vai resolver nada. Pode ficar aí que eu cuido dela.
_ Vou arrumar minhas coisas e vou no primeiro voo que tiver. Não diga a ela que estou indo.
_ Ludmilla não venha
_ Xau mãe. Beijo, te amo!📞 Chamada encerrada
Assim que eu desliguei o telefone, já comecei a arrumar as malas pra voltar.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.O que vocês acham que vem por aí?