capítulo 60

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Estou preocupada com essa geração

Tão tola...

Tão quebrada....

Mesmo que as aulas voltem, mesmo que tenhamos uma nova chance.

A maioria de nós, incluindo eu.

Não vai querer continuar.

Não desta maneira

Adquirimos tantos problemas mentais neste período que chega a ser difícil sair de casa

A ansiedade dominando novamente

Tudo voltando a estaca zero

Eu não quero voltar aquele ambiente tóxico

Não quero ter que me apresentar

E agora eu só consigo pensar:

Quando vamos começar a falar de todos os jovens que tiraram suas vidas  nesse período?

Os que não aguentaram os sintomas voltando.

Em setembro?

Aí vão colocar os pôsteres de "ajuda"?

Olha, eu não quero morrer.

Para falar a verdade, eu sinto cada celula do meu corpo implorando para viver

Não como isso

Viver de verdade

Sinto que não posso fazer isso no momento

Fazer tudo o que eu desejo, conquistar minha independência, poder ser adulta.

Não estou implorando para crescer como uma criança faz.

Estou passando por esses anos, no intuito de moldar minha mente.

De formar uma maturidade.

Queria ir para casa.

Mas não consigo imaginar nenhum local próximo do qual eu me sinta em casa.

"Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, é justamente ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado"

-Albert Camus










































Sangue por sangue?

Haha, não.

Essa merda não é real.

Até um mosquito tem seu sangue.

Minha família me excluiu por tanto tempo, que sinceramente, até meus amigos eram mais família que eles.

A pressão psicológica sobre mim me matava.

Tinha que ser o melhor nos treinos.

Me esforçava tanto que as vezes eu tinha que passar por cirurgias.

Até que em um dia...

Eu tive que ir a uma missão.

E foi aí que tudo mudou.

Meu nome é Jeon Saegull.

E essa é minha história.















Estávamos em um grupo de 10

Meu melhor amigo estava entre nós

Entramos em um shopping abandonado

Iríamos atacar alguns russos

Mas as coisas saíram do controle

Atiraram nele

Mas o tiro também me atravessou

Ficamos caídos no Chão, e minhas últimas memórias são de ver ele morrendo

Acordei em um hospital

Ele não estava lá

Na época eu tinha 15 anos

Minha mãe também não estava lá

Para falar a verdade

Ninguém estava lá

Só eu e o barulho das máquinas.

Sinto que nunca mais fui o mesmo

Eu não poderia ser

A partir daquele dia, eu nunca mais senti mais nada

Raiva, tristeza, afeto...

Nada

Eu estava vazio

Comecei a melhorar na luta

Me tornei o melhor

Os anos foram se passando

E em um dia em específico

Quando ela entrou no quarto

Os sentimentos voltaram....


































Como uma chuva.

O último suspiro Onde histórias criam vida. Descubra agora