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Orlando, 1845

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Orlando, 1845.



– Conta mamãe, conta! – pediu afobada.

– Filha, acalme-se. – pedi pacientemente. – eu vou terminar de contar.

– Então se apresse mamãe! Estou deveras curiosa!

– Alya! – rolei os olhos.

    Desde que comecei a contar a história da Alice no país das maravilhas, Alya não para quieta e todas as noites é o mesmo ritual; contá-la um pedaço da história até que o cansaço vença e ela durma.

Já estamos nisso há três dias.

    Deitei ao lado da menina, puxei o cobertor azul pastel e nos cobri. Acomodei Alya em meu braço enquanto o outro sustentava o peso do livro.

– Onde paramos? – indaguei.

– No gato risonho, mamãe.

– Oh, sim, claro. – abri o livro e procurei a página. – achei.

    Traguei a saliva, pronta para começar a leitura.

– “Após enfim sair da sala, agora com o seu tamanho minúsculo, Alice caminhou pela grande floresta desconhecida de flores e plantas exóticas, com gigantescas árvores em tom de roxo e verde, pequenos animais estranhos e insetos asquerosos.

“— Esse lugar… é estranho, onde estou?”

  “ Continuou caminhando, estava exausta. Já foi muito estica-estica e encolhe-encolhe o bastante para uma vida! Ela havia passado pelo espelho d'água e aquele pelicano, arara e camundongo não a ajudaram em nada, apenas haviam deixado tudo mais confuso na cabeça da pobre menina.”

“— Perdida, minha cara? — Alice se assustou com a cabeça flutuante que apareceu a sua frente. Era um gato, risonho demais para o gosto dela.”

“— Com licença, Senhor Gato. Por acaso sabe onde estou? — perguntou ainda receosa, não deveria falar com estranhos, ainda mais um gato que se comunica em sua língua.”

“— Você não vê? Está no País das Maravilhas, oras.”

“— País das Maravilhas? Em que continente fica? Como eu saí de casa até esse país apenas por cair em uma toca de coelho?”

“— Por acaso, você viu um coelho branco?”

“— De certo que sim, e ele usava uma capa vermelha. Ah, também segurava um relógio e parecia estressado. Será que ele está bem?”

“— Não se preocupe, O Coelho Branco é louco. — Sorriu abertamente e começou a sumir. — na verdade, todos aqui são. — seu sorriso horripilante foi o último a se esvair.”

“— Ótimo, já não bastava aqueles animais silvestres loucos e agora um gato metido a contador de charadas.”

    “Continuou caminhando até que avistou ao que pareciam duas crianças, rechonchudas e carecas. Vestiam roupas iguais e andavam lado a lado.”

Elisa In Wonderland || BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora