Chapter 2: "Como eles foram capazes?..."

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Noite de segunda, 22:45

Hoje o dia foi extremamente corrido para mim, começou por aquela moça que estava triste e a tarde eu tive que ouvir várias pessoas no trabalho, não é algo que eu odeie, muito pelo contrário, eu amo meu trabalho de psicólogo, amo ajudar outras pessoas e ver que desabafar comigo faz elas se sentirem melhor

~ Enquanto eu caminhava em direção a minha casa e olhando aquele céu estrelado, um som me chamou a atenção ~
- Saia da minha casa, você é uma aberração na nossa casa.
- Eu nunca vou te ver como filha, sua... Estranha

~ Ouvir tudo aquilo foi como uma facada em meu peito e a cena se tornou "pior" ao ver uma garota jogada na frente de uma casa, chorando muito e pedindo desculpas, ao ver a porta se fechar, corro até aquela menina e me agacho próximo a ela ~
- Ei pequena, o que aconteceu?
- Meus pais me odeiam...
- Mas... por que? Por que eles falaram tudo aquilo para você?
- Eu não vou dizer... Você vai dizer que sou uma estranha, igual eles fizeram...
- Ei, confie em mim, eu não vou dizer isso
~ Ela permaneceu chorando e sem dizer nada durante alguns segundos, até que finalmente ela disse ~
- Eles disseram isso tudo por causa de eu ter me assumido Lésbica
~ Nessa hora, eu tremi de raiva, como eles foram capazes de falar tudo aquilo para a própria filha? ~
- Venha comigo, você não pode ficar aqui no frio... ~ Ela ficou com medo de ir, até por que, um estranho está oferecendo abrigo a uma jovem ~...Eu não irei te obrigar a ir certo?
- Tudo bem, eu vou com você, mas, por favor, não me faça mal, eu te imploro... ~ Ela começou a chorar muito após dizer isso, ver aquilo partiu meu coração ~
- Eu juro por minha vida, eu não irei te machucar ~Me levanto e estendo minha mão para a menor, ela se levanta, segura minha mão e eu sigo junto com ela até minha casa ~

Enquanto caminhava, pensei comigo mesmo, o que leva uma família a fazer isso com a própria filha? Ela só está sendo feliz da forma que ela se sente melhor, eu entendo que cada família tem sua forma de pensar, mas, deveria ter respeito de ambas as partes, não?

- Ei ~ A garota diz me tirando de meus pensamentos ~
- Sim?
- Por que decidiu me ajudar?
- Eu gosto de ajudar as pessoas, faço tudo que posso para poder ver alguém bem e feliz
- Então, você é como um anjo?
- É, você pode me ver assim se quiser ~Olho para a menor e dou um leve sorriso~

Caminhamos por algum tempo até chegar em casa

- Vá descansar você precisa, amanhã cedo eu te levo para a sua escola e converso com seus pais
- Por favor... Não fala com eles, eu não quero voltar para lá... ~Ela dizia enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas de novo~
- Ei Pequena, calma ~Me aproximo da menor e seco suas lágrimas~ Infelizmente eu preciso ir falar com eles, eu não vou te obrigar a voltar a morar com eles se você não quiser, certo?
- Tudo bem... Se você não vai me levar para lá, você vai fazer o quê?
- Eu vou procurar uma forma de cuidar de você ou algo parecido, mas, você precisa ir descansar agora
- Tudo bem, eu vou ~Eu aponto a direção dos quartos e ela segue até o mesmo~

Eu achei que minha noite iria ser mais calma e menos turbulenta, mas, eu estava errado...

O Anjo Que Absorvia DorOnde histórias criam vida. Descubra agora