Episódio 9 | Amarrando uma ponta solta

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Na casa de Miguel, parti logo para o que interessava

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Na casa de Miguel, parti logo para o que interessava. Em algum momento eu teria que saber se ele estava psicologicamente bem pelo que houve naquele maldito quarto, mas não podia fazer isso agora — não enquanto antes não tirasse a pedra do meu caminho.

— Você conhece a camareira? — indaguei meticulosamente, em pé diante de Miguel. — Aquela senhora de cabelo grisalho?

Miguel estava sentado na cama, olhando para mim. Tinha acabado de sair do banho, e, mesmo em meio ao meu devaneio mental, consegui apreciar o seu cheiro amendoado. Isso foi bom para afastar o odor enferrujado que estava impregnado às minhas narinas.

— Sim. Ela se chama Amélia.

Trinquei os dentes. Puta merda. Eles são amigos.

— O que houve? — Miguel perguntou, notando minha indignação por trás da máscara.

— Ela me viu saindo do quarto — respondi, indo até a mesa, onde apertei a borda com as mãos, pensativo. Meu rosto continuava no rapaz. — Você sabe a localização da casa dela?

Ele quase se engasgou.

— Sei. Já fui lá uma vez.

— Ela é casada?

— Não. Não que eu saiba.

— Mora com alguém?

— Não.

— Tem filhos?

Ele ficou espantado com minhas perguntas apressadas.

— Sim, mas ele está em outra cidade. Tudo o que Amélia tem é uma neta, e ela está aqui com a mãe.

— Sabe o nome da garota?

Miguel se esforçou para pensar.

— Letícia.

— Certeza?

— Sim. Amélia vai visitá-la em alguns finais de semana.

Como fiz no elevador, regulei a minha respiração. Eu só poderia pensar com clareza se estivesse totalmente em paz.

— Quando o turno da camareira termina? — perguntei.

Ele hesitou. Seu olhar arregalado manifestava seu temor por algo, embora não soubesse exatamente o quê.

— Por favor, Miguel, me responda — exigi. — É importante.

Miguel inspirou fundo e pegou seu celular do bolso. Olhou para mim um segundo depois.

— Daqui a meia hora — ele me disse.

Soltei a madeira da mesa.

— Me leve até a casa dela.

Fiquei grato por ele não ter demorado a se levantar da cama.

No minuto seguinte, eu já estava na estrada com Miguel. Ele me passou o endereço assim que entramos no carro. Eu teria que agir contra o tempo. Em algum momento, talvez daqui a poucas horas, o pessoal do hotel encontraria o corpo de James. Ele era o gerente — era fácil alguém notar sua ausência. Uma investigação se desencadearia assim que a polícia o achasse. O futuro era fácil de ler.

INTENSÉMENT (temporada um)Onde histórias criam vida. Descubra agora