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Pov's Astrid

No caminho até a pequena cidade de Edda, coloquei meus fones e fiquei olhando as paisagens, uma sensação de conforto me preencheu ao avistar que chegamos.

Fria e distante, era o que as ruas transmitiam, não tinha muitos carros na estrada até nossa casa, o que eu agradeci muito, significa que não preciso lidar com pessoas, elas são muito difíceis de interagir.

Nunca fui boa nisso, ou quis ser, o mundo real é muito sem graça, perigoso, prefiro me refugiar em meus fones de ouvido. Senti o carro parar, olhei um idoso em uma moto elétrica, parecia ter dificuldade em virar a direita.

- Eu vou ajudá-lo. - Magne soltou seu cinto saindo do carro, apenas observei enquanto ele ajudava o idoso, voltei pro meu próprio mundo, brincando com um dos objetos que o psicológico receitou para aliviar minha ansiedade.

- Seu irmão é um bom garoto, devia tentar socializar também amor. - minha mãe sempre esteve comigo, ela sabe que não é fácil, mas vem tentando me tirar do meu casulo protetor, dizendo que já estava na hora de sair, mas eu não sei se estou pronta.

Magne voltou pro carro, um rosto confuso e pensativo, olhava pro céu lá fora.

- Acho que vai chover. - Franzi a testa, não tinha nenhuma nuvem.

- Você tá vendo coisas Mag.

- A previsão disse que o tempo vai ser bom o dia inteiro. - ela deu a partida no carro, mas não estava pegando.

Repentinamente começou uma chuva forte, estranhei e olhei ao redor, como? Não era possível.

Apesar desse estranho acontecimento, continuamos nosso trajeto até nossa casa, continuava a mesma, velha e mofada.

Saímos e o ar frio me fez encolher, um homem vestido em trapos e claramente drogado ou alcoolizado nos olhava de longe.

- Que legal, a gente vai morar perto dos marginais e traficantes. - reclamei pegando minha bagagem no porta malas.

- Quem sabe eles não te dão um emprego? - ela brincou, apenas bufei soltam o ar frio pela boca. - Magne pega aquilo ali pra mim? - uma sacola de roupas estava em seus ombros, logo entrando em casa. Mag pegou a caixa e eu fechei o carro, querendo me esquentar logo. Entramos e tudo continuava o mesmo, literalmente, parece que ninguém vem aqui há anos.

Subi as escadas atrás do meu quarto, escolhi o menos acabado, tinham uma cama e um pequeno armário no canto, suspirei começando a arrumar minhas coisas.

Guardei minhas roupas e tirei o pó da cama, tossindo com a poeira no ar, tive que abrir a janela para não morrer com tanta sujeira.

Desci e fui atrás de materiais de limpeza, não dormiria naquele quarto sem uma boa limpeza, não estando daquele jeito.

....

Me joguei cansada na cama, tudo estava limpo agora, me banhei e arrumei minha bolsa, amanhã já iriamos pra aula, escola nova, pessoas novas, nada de especial.

Era mais pra tortura psicológica, uma prisão, pra ser exato. Estou exagerando? Talvez, mas é a minha visão.

Batidas na porta me fizeram virar o rosto em sua direção, Mag sorriu pequeno.

Ragnarok - Astrid Seier Onde histórias criam vida. Descubra agora