Inesperado

Prólogo

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Quando cheguei ao Brasil para estudar moda e cuidar da minha avó que insistiu em continuar nesse país, não estava em meus planos casar muito menos ter filhos.

Conheci Bruno no quinto ano da faculdade, acabei apaixonada por ele no momento em que nossos olhos se encontraram e em menos de um ano eu já estava grávida de Maitê, assim que descobri a gravidez ele logo arrumou um emprego, porem o trabalho consumia todo o seu tempo, sendo assim, mesmo com a chegada da nossa menina ele não parava em casa.

Com a chegada de William tudo pirou, eu ficava sozinha com as crianças enquanto, Bruno trabalhar dobrado para sustentar nossos filhos, no entanto, quando quatro caras armados bateram a nossa porta na noite em que Samuel nosso terceiro filho completava dois messes de vida, cobrando uma dívida de milhões o meu mundo foi por água a baixo.

Naquela noite descobri que o homem por qual eu me apaixonei, me entreguei, larguei os meus sonhos para ter a nossa família, fazia parte da máfia mais poderosa e consequentemente a mais perigosa do Rio De Janeiro e o dinheiro que ele colocou em casa, os presentes que comprou para os meninos veios da pior forma, ele era sujo, de forma ilegal e tinha sangue de gente inocente.

Foi nessa noite que peguei todas as minhas economias e as crianças e aluguei um quarto na pousada que estou há 8 meses.

A única pessoa que sabe de tudo que passei durante esses 3 anos é Amélia uma amiga que tenho desdá faculdade. Hoje Amélia que é casada com Owen, tem um filho 6 anos e outro de 3 e mais dois a caminho.

Ela me arranjou um trabalho e assim estou sustentando meus filhos e tentando juntar o dinheiro e voltar para os Estados Unidos com eles e me livrar do medo que tenho a cada segundo do dia.

Durante meu horário de trabalho deixo meus filhos com a Amanda sobrinha da dona da pousada e vou fazer faxina na casa dos Milani.

— Bom dia! — Sorrio ao entrar no escritório do senhor Carlos.

Amélia me informou que Carlos vulgo seu sogro para qual trabalho, quer conversar comigo hoje antes do expediente achei estranho, já que geralmente quem conversa sobre qualquer coisa comigo é Dona Vânia.

— Bom dia, sente-se — ele diz apontando para a cadeira.

Sento na cadeira já tremendo a perna direita, com várias teorias pelo qual ele me chamou aqui e a que vem primeiro é obviamente me mandar embora. No entanto, no momento que sento sinto todo o cansaço e de várias noites mal dormidas me atinge com força.

William está doente faz três dias, de noite fico com ele enquanto Maitê mesmo tão pequena me ajuda com Samuca como pode e assim se alastra noite até dar a hora de vir trabalhar.

— Sei que está cansada, faz quase 8 meses que está trabalhando conosco, Amélia e Owen voltará a Boston e querem te fazer uma proposta.

Ele para de falar assim que Owen entra no escritório com sua mulher logo atrás.

É agora ou depois que digo que já estou quase sem unha de tanta ansiedade?

— Mara, sei que não quer ficar aqui no Brasil, minha esposa acabou contando tudo que aconteceu com você e seus filhos e sentimos muito. Vou direto ao ponto... queremos que venha para Boston com sua família e ajude Amélia no seu novo trabalho no qual ela quer que você seja o seu braço direito assim você terá dinheiro e poderá trabalhar na área que estudou.

Acho que estou, bêbeda e olha que nunca bebi, olho para a cara dos três na minha frente ainda sem intender nada, paro de comer minhas unhas, me levanto ando pela sala, cruzo os braços e olho para eles novamente.

— O quê? — É tudo que consigo falar, pois essa ideia é absurda!

— Mara essa proposta foi a única que consegui pensar para você proteger Maitê, William e Samuel das mãos do Bruno ele é perigoso e você ficar naquela pousada todo esse tempo me surpreende como ele ainda não veio atrás de vocês.

Amélia passa a mão no cabelo e joga meu maior medo na minha cara.

— Nós, duas nessa coleção será a única forma de você ter o dinheiro que precisa, sei que não aceitaria meu dinheiro mesmo que fosse emprestado...

— Não mesmo! Mas mesmo assim é insano — Respiro fundo.

—Não, não é, pensa nos seus filhos, eles têm que ter uma vida boa e não ficar morando em pousada correndo o risco de o pai maluco encontrar eles, se aceitar e eu sei que vai! Prepararemos toda a papelada e assim você ficaria com eles no meu apartamento e estaremos temporariamente trabalhando juntas até você lançar a sua coleção solo.

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Trabalhei a semana toda com a cabeça doendo de tanto pensar, não posso dizer que me arrependo de ter me envolvido com Bruno, pois ele me deu o motivo pelo qual acordo todos os dias, meus filhos são tudo que tenho, tudo que me restou no meio dessa merda toda. Claro que eu não tinha planos de ser mãe tão nova, muito menos em ter três assim com pouca diferença de tempo, mas ser mãe foi tudo para mim e ainda é!

Cada sorriso, carinho que recebo deles faz com que meu coração doer de tanto amor que tenho por eles e sei que eles tem por mim... Tudo que aconteceu afetaram eles principalmente Maitê, vejo ela chorando pelos cantos e a noite sempre tendo sonhos ruins como ela mesmo as chamas, sempre foi apegada ao pai e essa mudança toda vai deixar um buraco nela, porém ela é muito nova para entender o porquê tenho que fazer isso tudo, mas um dia explicarei para todos eles tudo que aconteceu naquela noite ou melhor, anos.

Sei o que tenho que aceitar a proposta que eles me deram, pois, ela é a única vantagem que tenho. Realmente quero ir embora e sem olha para trás, educar meus filhos, criá-los e dar um futuro no qual aqui eu não poderei dar com o medo que sinto sempre que os deixo eles para ir trabalhar ou de alguém entra pela porta e tirá-los de mim.

Quando cheguei na mansão a dona Vânia estava à minha espera, ela me levou até a sala onde todos estava, seu Carlos, Owen e Amélia com um sorriso estampado na cara que logo me abraçaram.

— Sabia que aceitaria!!!

— Bom dia também, você nem sabe se aceitei ou não doida — sorrio, olho para o pai e filho lado a lado — Bom dia!

Eles apenas acenam com a cabeça e Owen dá um passo à frente enquanto dos nós sentamos, eu ao lado da Amélia, senhora e senhor Milani no sofá a nossa frente.

— Como vai às crianças?

— William finalmente teve uma noite de sono tranquilo os outros dois muito bem.

Diferente de mim, alguém tem que dormi!

— Fico feliz — Owen sorri de lado - Pensou a respeito do assunto?

— Bom o que tenho presenciado na minha vida nesses últimos tempos não é nada fácil. Sei que meus filhos não merecem viver assim, então, é apenas por isso que eu aceito... — Respiro fundo e continuo — Pagarei tudo para vocês, vou investir na minha própria linha, e assim devolverei cada centavo.

Quero dar um futuro para meus meninos, poder realizar os sonhos deles e assim os meus também e apenas poderei se aceitar.

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Bem vindos, angels!!

Vamos começar essa nova aventura juntos e espero de coração que vocês ame!