Capítulo 1

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Impotente!

Essa palavra de novo letras me define tão bem nos últimos anos, define uma mulher de 27 anos onde está apenas vivendo no automático. Mas essa impotência não vem de uma deficiência ou dificuldade, não. Ela vem das escolhas das quais não teve controle por elas, ou seja, outras pessoas as fizeram por mim achando que elas eram e são o melhor para mim.

Minha vida é um círculo constante onde apenas sou o ratinho na roda que corre sem parar para beber água, respeitar ou até mesmo gritar e eu daria tudo para gritar, para o mundo me ouvir.

Ouvir o tanto que doí!

Doí estar aqui,

Doí respirar....

Viver é uma dor 

                                                                                  SEMANAS ANTES...

↬↫

O corredor está escuro a única coisa que vejo é apenas portas, uma gota de suor desce da minha nuca passar por toda minha coluna, a adrenalina em meu corpo está veemente e a cada raio que cai do lado de fora da casa faz com que eu arrepiei por completo, não sei o que é pior frio insano ou silêncio profundo que está.

Mais um raio cai iluminando a casa e fazendo um estrondo alto dessa vez me assustando, dou passos lentos e calmos para não fazer nenhum barulho, mas quando escuto a voz dela.

— Mamãe! Mamãe! — Ela está chorando, tenho certeza, na verdade a única certeza que tenho é essa.

Corro abrindo cada maldita porta que tem nesse corredor e o que encontro são salas vazias e outras com móveis tampados por lençóis brancos, mas nada dela o desespero toma conta de mim, a voz delicada dela me chamando me acalma, me dói e me deixa em pânico tudo ao mesmo tempo e intensidade.

— Amor, cadê você? — Grito e espero, mas só escuto o vento balançando as árvores.

As lágrimas nas minhas bochechas estão pesadas. Não faz sentido, cadê ela? Por que ela está aqui? Cadê você Vitória?

— ME CHAMA DE NOVO VITÓRIA, por favor!

E por um segundo eu esqueço como se respira, ela aparece pela última porta e anda na minha direção, parou de chorar, mas ainda soluça com a sua chupeta rosa na boca e sua manta com desenhos de rosas brancas sendo arrastada no chão pela sua mão direita os olhos dela brilham e tenho certeza de que os meus também, ela está maior desde a última vez que a tive em meus braços. Dou um passo longo ao seu caminho e em questão de segundo finalmente sinto ela em meus braços.

Acordo com as bochechas molhadas, inspiro e não acho o ar, me levanto e vou até a varanda e mais uma vez puxo o ar com mais força o suficiente para encher meus pulmões e eles voltarem a trabalhar novamente. Ainda está escuro, não escuto nada além do puro silêncio, toda noite é isso sonho e mais sonhos, porém foi diferente dessa vez nunca acordei chorando, e sim, gritando ou apenas assustada.

Durante dois anos é a primeira vez em que peito dói, minha cabeça está girando, meu estômago está se revirando como uma betoneira ativa. Foi diferente porque ela estava maior e não apenas chorava, mas me chamou, a voz dela me chamando, o "Mamãe" não sai da minha cabeça.

Entro de volta para o quarto e fecho a porta olho em volta e vi que Max não está deitado no pé da cama, onde será que aquele cachorro se meteu? O relógio e está marcando 02:28 da manhã que maravilha!!

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⏰ Última atualização: Apr 14, 2023 ⏰

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