🥀 Proposta 🥀

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🥀 As vezes é necessário pensarmos em algo maior, mas somos irracionais ao ponto de deixar isso de lado e seguir o que sentimos 🥀


LEIO a proposta em mãos que o Comandante Pixis — Comandante da Divisão da Guarnição — Sobre eu ir pra área deles. Lá eu ainda vou ser uma Capitã, mas ficarei mais na área de estratégia e política sobre as leis e regras. Eles sabem que eu sei muito sobre isso e tenho uma mente sagaz, só que não imaginei que eles fosse me chamar assim.

Comentei isso com o Comandante Erwin e ele disse que está em minhas mãos. A escolha é minha e nenhum deles irá interferir. Eu gosto da Divisão de Reconhecimento e As Asas da Libertade é o meu sonho desde que eu era pequena, mas isso agora foi bem surpreendente.

Não que eu esteja pensando em sair, eu acho que não trocaria a beleza do lado de fora das Muralhas por nada. Estar presa aqui e ainda em uma sala só fazendo e revisando estratégias está fora de cogitação.

Eles me deram literalmente o tempo que for preciso pra mim pensar, então não preciso responder agora.

Sem muita coisa pra fazer, pego a minha espada indo pra fora da base pra afia-la, daqui poucos dias começaremos a invadir o território dos Titãs novamente e provávelmente muitas pessoas vão morrer, preciso estar pronta e preparada e sem uma espada amolada eu não sou nada.

Meus Cadetes estão treinando mais que nunca. Eu ensino várias estratégias caso aconteça algum imprevisto e nos perca um dos outros lá do lado de fora, eles tem que aprender a se virar sozinhos num momento de dificuldade e é isso que eu estou frisando no momento.

Suspirando pesadamente, mordo os meus lábios vendo a área de treinamento vazia, agora os Cadetes e Capitães estão no refeitório se alimentando então não me surpreende não ter ninguém aqui.

Vou diretamente pro lugar onde as espadas são amoladas e com a minha própria em mãos, coloco acima da mesa e começo a limpa-la rapidamente antes de afiar. Sem prestar atenção ao redor, fico alheia até ouvir uma voz me assustando.

— O que faz aqui Capitã S/n? — Farlan surge pleno e desempedido sem perceber que dei um pulinho de susto — Você sempre fica mais distante dos outros... Por que?

Por que ele está me fazendo essa pergunta? Ah, tanto faz, não tem nada eu responder.

— Vou amolar a minha espada, nada de mais — Dou de ombros sem olhar pra ele — E você? Não era pra estar no refeitório?

— Sim, mas já comi mais cedo e estou sem fome — Responde e afirmo levamente — Por que não limpa depois que afiar? Não vai ser melhor?

Sim... Depende.

— Talvez — Vejo ele ficar curioso e se aproximar mais pra ver e sorriu — Olha só, limpa dá pra ver onde está mais desamolada e assim posso me concentrar em um ponto só. Além de que fica muito mais perigosa e macia de manejar quando mato titãs.

— Uau, sério!? — Concordo e então me viro pra olha-lo — Capitã... Eu sinceramente acho que você é a mais inteligente daqui!

Nossa...

— Só por que eu te ensino tudo que sei? Esse é o meu trabalho sabia? Tenho que dar o meu melhor — Bem, pra não morrerem lá fora por causa de má conduta — Pelos anos que estou aqui, aprendi muita coisa e pretendo ensinar vocês que não tem experiência lá fora... Gosto disso e se algo de ruim acontecer eu não me arrepender de ter dado o que tenho a vocês, entende?

— Sim — Pega a minha espada vendo o quão limpinha está antes de me encarar nos olhos — Muito sabia pra sua idade, eu ainda fico facinado te vendo e ensinando o seu Esquadrão mesmo que eu devesse me acostumar, estou aqui tem quase uma semana e meio.

— Sabe quantas pessoas eu já vi morrer? — Desvio o olhar rapidamente e volto de novo pra não mostrar fraqueza.

— Não consigo imaginar — Nega com o tom de voz bem calmo e confortável — Deve ser horrível, eu sinto muito...

— Nem eu... Já perdi as contas — Estendo a mão pra pegar a minha espada da sua mão a minha, sinto nossos dedos encostarem e me afasto lentamente — Não sinta, isso é bem normal aqui, por mais que eu não me acostume.

— Sua dedicação já é de grande ajuda, muitos que estão vivos aqui foi por causa dos seus ensinamentos... — Sinto a sua mão no meu ombro e sem hesitar, o encaro firmemente, sinto que agora ele tenta me consolar e ver a minha alma... — Não de sinta assim, não é culpa sua.

Talvez.

— Eu... Não sei — Fico vulnerável por poucos segundos enquanto me perco no seu olhar, e assim que volto a consciência, me sinto um pouco estranha — Eu gostaria que todos aqui ficasse bem e vivesse sem estar preso... Eu quero liberta-los mas não posso, então tudo que faço é orientá-los mas sempre acaba do mesmo jeito... A morte e o sangue... — Pisco algumas vezes me lembrando de quantos eu já tive que enterrar tanto como colegas Cadetes e também como Capitã — Essas Muralhas nos prende e esses titãs mata só por sede de sangue, eu quero que isso acabe um dia, acha que podemos alcançar isso?

A pergunta que eu me faço todos os dias, mas... Sem resposta sempre.

— Claro que vamos — Afirma e vejo o seu sorriso — Sinto que você é uma das que verá isso acontecer, será mais que merecido pois por ser tão boa assim...

— Farlan — Chamo o seu nome o cortando, e um pingo de esperança se acende em mim — Muito obrigada.

Uma pessoa como você, merece muito mais do que isso... — Sussurra mas ouço, sinto ele tirar a sua mão do meu ombros e pegar a minha espada novamente da minha mão — Ja imaginou se isso tudo não existice!? Os titãs nem as pessoas mortas... Teríamos muito mais que uma grande nação, pessoas livres, viajantes, mais comercias e vendas, talvez até outras línguas, e conheceríamos de fato todo o mundo! O mar, as águas, terras enormes de areias e tudo mais... Isso seria um sonho!

Sorriu graciosamente imaginando assim como ele.

— Nós da Divisão de Reconhecimento ou os outros não estaríamos aqui e nem o sub-solo de onde você veio não faria sentido — Nego rindo — Faríamos outra coisa, você já se imaginou fora daqui?

— Eu já imaginei muitas coisas! — Acho engraçado e fofo, por mais que ele talvez tenha a mesma idade que eu, deve ter passado por muita coisa também.

— Continue assim então — Aconselho fazendo ele olhar pra mim intrigado — Precisamos de pessoas assim nesse Reconhecimento. Você faria isso por nós?

Ele fica calado um pouco e ele mesmo começa a amolar a minha espada.

— Sim, e o que mais eu posso fazer pelo Reconhecimento e por você? — Abaixo o olhar disfarçando, me sinto estranha outra vez.

— Isso já é o suficiente — Afirmo convicta. E assim, ficamos conversando até que voltamos de volta pra dentro da base.

Dessa vez sem surpresa ou algo do tipo na minha cama, e não ligo muito, mas confesso que estou um pouco curiosa pra saber quem é. Tomara que Hanji esteja fazendo uma boa investigação, pois quero respostas logo.

𝓟𝓮𝓵𝓪 𝓱𝓾𝓶𝓪𝓷𝓲𝓭𝓪𝓭𝓮  - 𝓛𝓮𝓿𝓲 𝓐𝓬𝓴𝓮𝓻𝓶𝓪𝓷! 🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora