Capítulo VIII

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Acordei a tarde. Era umas cinco horas.
Alec estava sentado no sofá lendo um livro qualquer.

Ele disse que tinha feito o almoço, mas como eu não acordei pra comer ele só o guardou. Não perdi tempo e logo fui pra cozinha, por que convenhamos, ele é um vampiro mas cozinha bem pra caramba. Mesmo sendo atrapalhado pra cozinhar.

- Dormiu bem? - O vampiro perguntou se apoiando na porta.

- Sim, oque fez nesse tempo todo? - Perguntei provando sua comida, e como o esperado estava maravilhosa.

- Eu?... Fiquei só lendo mesmo - Ele coçou a nuca vindo se sentar ao meu lado.

- Hum, quer fazer alguma coisa? Deve ter sido entediante ficar lendo esse tempo todo - Afirmei concentrada no prato.

- Não sei, oque quer fazer? - Perguntou.

Eu estava começando a ficar desconfortável, ele não desviava o olhar de mim. Será que tem alguma coisa no meu rosto, ou ele me acha estranha comendo.

- Vai ficar me olhando? - Empurrei seu ombro me levando pra colocar o prato na pia.

- Tony? - Me virei para o olhar e fui surpreendida com o mesmo agarrando minha cintura. Fui depositada no balcão de maneira rápida. Alec parou seu rosto a alguns centímetros de distância do meu.

- Alec? - O encarei confusa, com a voz trêmula. Meu rosto deve estar mais vermelho que um tomate. Ele estava muito perto.

- Nunca sentiu nada de diferente por mim? Só me vê como um irmão? - Perguntou começando a acariciar minha coxa por cima da calça de moletom. Me surpreendi com sua voz estranhamente mais rouca.

- Alec, você está bem? Que tipo de pergunta é essa - Ri nervosa empurrando levemente seus ombros, mas ele nem se mexia.

- Eu estou bem Antonella, só quero saber se meu esforço pelo menos começou a fazer efeito - Com a mão livre ele começou a jogar o meu cabelo pra trás lentamente.

- Esforço... Alec, você está me deixando sem oque dizer, me deixa descer - Tentei voltar a empurrar o vampiro, mas dessa vez ele segurou minhas mãos as passando pelo seu pescoço.

- Tony... Já esperei tempo demais até você chegar a maturidade, tive que aguentar outros homens te olhando, e líderes de outros clãs te querendo, e acredite mia bella, tive que me segurar pra não arrancar a cabeça de cada um deles... Mas agora eu quero que realmente seja minha, você sempre foi, só precisamos oficializar, não tem problema se você me considerar um irmão, posso te fazer mudar de idéia... É só falar sim, não vai adiantar fugir disso, você é minha companheira, mesmo que seja apenas metade vampira, ainda sim vai se sentir atraída por mim, uma hora ou outra, então, por favor... Só adianta, não quero esperar mais, quero você agora - Olhou no fundo dos meus olhos me deixando desconfortável, sem se distânciar. Droga, ele tinha que ser tão bonito? Atraída por você eu já sou, e com essa proximidade complica.

- Alec, companheiros? Porque nunca me disse isso? Nós so... - Ele me calou colando seus lábios nos meus. Era diferente, ele era tão gelado, mas ao mesmo tempo era bom.

Fechei os olhos, apertando mais os braços no seu pescoço. Eu não sabia beijar, até porque nunca sai pra festa ou coisa do tipo, e nunca fiquei com ninguém do castelo. Mas Alec parecia não se importar com isso.

- Se me der uma chance, prometo que não vai se arrepender, nunca na sua eternidade - Se afastou sussurrando perto da minha boca. Não me atrevi a abrir os olhos, estava com vergonha demais pra isso.

- Isso é tipo... Um pedido de namoro? - Sorri sem graça, sem saber oque falar.

- Você quer namorar comigo? Mas saiba que se a resposta for sim, não vou deixar você ir embora nunca mais - Ditou sério.

Pensei um pouco sobre seu olhar atento.
Afinal, eu não tinha nada a perder, ele sempre esteve comigo, meu pai gosta dele, eu gosto dele. E mesmo tentando negar sempre senti aquela coisinha no coração perto dele. Então agora sim isso faz sentido. Sou companheira dele, e meu lado vampiro sempre esteve, "correspondendo" os sentimentos dele. Né?

- Tudo bem - Falei baixo sabendo que ele ouviria.

- Isso não tem mais volta, vai ser minha pra sempre, você ainda sim continua querendo? - Ele me fez o encarar nos olhos.

- Alec, já estou com vergonha de mais pra isso, não precisa me fazer repetir uma coisa que eu falei com toda minha certeza - Cruzei os braços desviando o olhar do seu. Ele riu pelo nariz.

- Tudo bem, bellissima, então agora eu posso te beijar, dizer pra todos que você é mia, e não vou mais ter que aguentar outros homens te olhando e não poder fazer nada - Ele me deu um selinho.

- Mas você ainda não pode fazer nada, acha que agora vai poder "arrancar a cabeça de cada um deles"? - Engrossei a voz tentando o imitar, isso tirou um riso do mais velho.

- Tudo bem, você pode não me deixar matar eles, mas vou poder marcar território - Ele aproximou do meu pescoço dando um leve chupão.

- Alec - Gritei em repreensão. Mesmo que isso tenha me arrepiado. São sensações novas, mas confesso que são boas.

- Shiu, como eu disse, estou apenas marcando território - Voltou ao meu pescoço, mas dessa vez apenas deixou um beijo e deitou a cabeça em meu ombros.

Fiquei alguns minutos em silêncio. Será que eu fiz a coisa certa? Oque vão pensar de nós? Será que meus pais vão gostar disso? E meus tios. Há, Demetri vai me encher tanto com piadinhas.

- Não precisa ficar com vergonha de mim, não quero que fique muda piccola - Alec falou pegando minhas mãos e as colocando em seu cabelo me incentivando a acariciar o local.

- Oque nós fazermos agora? - Perguntei sem me conter.

Ele me olhou dando um sorriso sacana.

- Tenho algumas ideias - Sorriu se aproximando.

- Não estou falando disso idiota, estou falando em como vamos contar pra os outros, não sei como vão reagir a isso - Dei um tapa em seu braço, fazendo o mais velho rir.

- Todos já sabiam, provavelmente vão comemorar pela espera ter acabado - Deu de ombros.

- Hum, não gostei de ter sido a última a saber disso - Resmunguei cruzando os braços.

- Tá, tá, agora você por favor dar atenção ao seu novo namorado? Tive que esperar bastante por isso - Resmungou me pegando no colo, tirando um pequeno gritinho meu.

- Sabe que eu nunca namorei né, sou novata nisso, não sei nem beijar - Resmunguei envergonhada.

- Hum, deixa que eu te ensino - Grudou seus lábios nos meus.

Acho que fiz sim a escolha certa

Princesa Volturi Onde histórias criam vida. Descubra agora