Flores E Borboletas - Único.

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Shinobu nunca havia tido a sorte de experimentar aquele sentimento que sua irmã mais velha tanto falava quando ela estava na presença do namorado; Shinobu nunca havia sentido seu coração bater de forma frenética por causa de outra pessoa, de seus pensamentos e sonhos serem completamente e unicamente sobre uma pessoa amada, uma pessoa que poderia ser considerada como sua alma gêmea.

Tinham vezes que a garota invejava silenciosamente a maioria dos casais que via pelas passas públicas, ela se sentia um tanto quanto inferior aos outros por nunca ter tido a sorte de se sentir "completa" com algum companheiro e que iria trazê-la a um imenso conto de fadas repleto de amor e união – mas era óbvio que a Kochou sabia que não era apenas disto que se tratava um relacionamento.

Foi então que sua vida mudou, ela não sabe dizer se foi para melhor ou para pior já que, quando menos percebeu, sentiu o coração palpitar e então sentiu a tão conhecida metáfora das borboletas no estômago, a garota de começo realmente não entendia o que estava acontecendo consigo. Suas mãos suavam, sua boca secava na presença de uma certa pessoa, era totalmente a descrição do que ouvirá muitas vezes de sua irmã mais velha e da irmã mais nova também.

A rosada de pontas esverdeadas havia entrado em sua vida de uma forma tão de repente que nem mesmo a morena de mechas arroxeadas percebeu; as ações gentis e sua personalidade otimista a fizeram perder completamente o juízo e sua pose séria; os sorrisos doces que eram direcionados a si, as palavras bonitas e gestos carinhosos, o olhar verde brilhante como uma jóia foram o suficiente para fazer com que Shinobu caísse de cabeça naquele sentimento.

Mitsuri Kanroji parecia exatamente como um anjo, um lindo e belo anjo, as palavras doces que as vezes saiam exageradamente alta de sua boca pintada de rosa encantava Shinobu, a garota rosada era o sinônimo de perfeição.

Quando finalmente havia dado-se de conta de seus sentimentos, a Kochou optou por reprimi-los, afinal, a mulher não iria correspondê-la, era mais do que óbvio isso e a melhor opção, pelo menos na cabeça da morena, seria reprimi-los o suficiente até que, finalmente, estivesse livre deles e pudesse seguir em frente.

Mas o destino parecia repudiar esta decisão de todas as formas possíveis.

Foi em um final de tarde de uma terça-feira em um campo florida repleto de borboletas que o pequeno sonho da Kochou mais nova pareceu se realizar; as palavras carinhosas junto com a declaração desajeitada da rosada fizeram Shinobu sorrir de uma forma sincera.

Os rostos de ambas estavam vermelhos, porém pareceram aumentar gradativamente esta cor quando, de forma inusitada e inesperada, os lábios de ambas foram juntados; a mais nova havia dado o segundo passo depois de tantos minutos sem falar uma palavra sequer.

Aquilo havia sido uma experiência única, experiência essa que a garota jamais trocaria por nenhuma outra; foi debaixo de um por do sol, em um lugar repleto de flores e borboletas que a mulher finalmente havia encontrado a razão de seu coração bater descontroladamente; ela gostava de pensar, assim como a rosada também gostava, de que ambas eram como uma flor e uma borboleta, uma precisava da outra e eram absurdamente perfeitas quando estavam juntas.
Mitsuri era uma flor que Shinobu tanto apreciava e a Kochou era uma borboleta que a Kanroji tanto amava.

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