Abril de 2022
Kate estava abrindo o que ela torcia para ser sua última caixa. Não era possível que ela tivesse tanta coisa, era?
Ela sentiu braços fortes a rodearem e sorriu, se recostando contra o peito largo atrás de si.
— É assim, qualquer homem que entrar nessa casa e te agarrar você vai se jogar nos braços dele? - ouviu a voz de Anthony brincar em seu ouvido.
— Se ele tiver esses braços fortes, sim. - confirmou.
— Eu não sei qual a sua coisa com meus braços.
— Você não vai entender. - ela subiu as unhas de leve pelos antebraços de Anthony e a pele dele se arrepiou. — São as imagens que me vêm à mente. Eles me agarrando, flexionados... me sufocando... - Anthony deixou um beijo no pescoço dela antes de puxar o lóbulo da orelha com os dentes.
Kate pegou e ele sorriu, deslizando as mãos pela coxa dela, subindo a saia.
— Anthony, não. - ela segurou a mão abusada.
— Vai Kate, deixa eu te comer no balcão? Te foder bem duro do jeito que você gosta? - com a mão livre apertou a cintura dela, intensificando o pedido. Ela fez um som sôfrego que o agradou.
— Não, não. - as mãos dele subiram novamente. — Anthony, não! - ela pulou para longe dele gargalhando. — Para! Sua família vai chegar daqui a pouco! Vai terminar o almoço! Eu tenho que terminar de guardar as minhas coisas!
Kate estava indo morar com ele. Primeiro porque ela já vivia ali, e segundo que morar em cima do estúdio se tornou insustentável porque ela nunca queria parar de trabalhar. Quando Anthony propôs, ficou realmente receoso da resposta dela. Mas ela só sorriu e disse: "Eu pensei que você nunca fosse chamar".
Uma semana depois ela estava ali, pra felicidade dele.
— Aí mas que coisa chata! Vai ser assim quando a gente casar? - Ele fez um muxoxo de decepção e seguiu para a cozinha, que era aberta pra sala.
Ela gargalhou. Anthony amava aquele som.
— Vai ter que casar comigo para descobrir. - ele literalmente parou.
Anthony amava Kate com todo seu coração. Mas ele sabia que a tragédia no seu passado lhe trouxe traumas. Ela estava bem melhor, e isso era nítido na relação em suas amizades com Sophie, Posy, Louis e Gustavo - que agora eram amigos dele também - ou nas tentativas que eles começaram a fazer para ela voltar a dirigir. Por enquanto, ela só pegava no volante com Anthony no banco do carona.
Mas ele sempre imaginou que casamento seria um problema pra ela. Por conta do antigo noivo ou do sonho frustrado. Apesar dela ter voltado a fotografar casamentos, ele sempre imaginou que haveria relutância se fosse o dela.
— Você vai querer? - ele perguntou sorrindo e viu ela disfarçar o olhar, dobrando algumas roupas. Por Kate ser sempre tão direta, ele sabia que ela estava desconfortável sempre que ela evitava o olho no olho.
— Não sei, você vai ter que pedir. - ela disse casualmente. Mas depois se alarmou e acrescentou, arregalando os olhos; — Mas não pede na frente de um monte de gente!
Ele riu e foi até ela, a abraçando por trás novamente.
— Relaxa, um dia, quando você menos esperar, a gente casa. - ela confirmou e ele beijou sua boca de leve. Só porque podia.
Ele amava tanto ela. E sabia que era recíproco. Finalmente era recíproco. Ela demonstrava todos os dias. E por isso, havia pedido secretamente para sua mãe trazer o anel que o pai dera pra ela. Ela sempre disse que a peça passaria para a esposa de Anthony. Não que ele fosse propôr agora. Ou que ele sabia que Kate era receptiva à ideia quando fez o pedido à mãe.
Mas agora ela o havia enchido de coragem. Podia não ser hoje, ou amanhã. Mas ele se casaria com aquela mulher.
Ele sabia no fundo de seu coração que naquele jogo, os dois haviam ganhado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Arcade
RomancePor quase dois anos, Anthony sufocou seus sentimentos por Kate. Desde o início ele soube onde aquilo daria, e ainda assim foi teimoso o suficiente para prosseguir. Tudo o que ele sabia era que amá-la era um jogo perdido.