𝗗𝗥𝗘𝗔𝗠 - tanjiro kamado

4- Servindo de isca

S/n se questionava se deveria mesmo ter ido com eles. Estava se colocando em perigo apenas pela curiosidade de ver como trabalhavam.

--E quantos anos você tem, S/n-chan? -o loiro perguntou, talvez essa fosse a décima pergunta.

--Tenho quinze. -respondeu sorrindo.

--Oh, tem a idade do Tanjiro!

--Calem a boca?! Não posso me concentrar em sentir o oni se vocês ficarem conversando.

Zenitsu e S/n decidiram parar de conversar. Inosuke bravo era assustador.

--Estou sentindo o cheiro dele... -disse Tanjiro, fechando os olhos e se concentrando no odor do oni.

--Não estou sentindo cheiro de nada.

--O faro do Tanjiro é muito aguçado, S/n-chan. Ele pode saber até suas emoções, só pelo cheiro. -Zenitsu explicou.

Isso parecia surreal para a c/c. Como alguem poderia saber as emoções de uma pessoa pelo cheiro?

Preferiu não tentar entender.

Andando mais alguns metros, chegaram na cidade que os desaparecimentos aconteceram.

--Um festival? Como vamos achar um oni em um festival?! -indagou Zenitsu, fazendo todo seu drama de costume.

Tanjiro tentava acalmar o loiro e Inosuke dizia que seria fácil pra ele encontrar e matar o demônio, mas S/n só pensava em uma coisa.

5 anos atrás, pouco antes de seu pai ficar doente, ele a trouxera nesse mesmo festival.

***

--Papai, por que essas moças estão tão arrumadas?

--Por que o festival é o momento em que elas procuram um marido, querida.

--Então o senhor conheceu a mamãe assim?

--Não, meu anjo, eu escolhi sua mãe justamente porquê ela não usava maquiagem ou roupas extravagantes.

A garotinha sorriu encantada.

--Oh, então no futuro eu vou vir ao festival igual a mamãe, do jeito que eu sou!

--Isso mesmo querida, venha do jeito que quiser, seja você mesma... quero que gostem de você pelo o que você é! -bagunçou o cabelo da filha, rindo, muito orgulhoso.

***

--S/n-Chan? Está ouvindo?

--Hm? Oh, desculpe Zenitsu... O que disse?

--Temos um plano, mas talvez seja um pouco arriscado, queríamos seu consentimento...

S/n ja tinha uma ideia de como seria esse plano. Não queria servir de isca, mas se fosse ajudar, o faria.

***

Mentirosa. Era como ela se sentia.

Anos atrás dissera ao seu pai que viria ao festival como ela mesma, sem essas "coisas de menina". Mas agora lá estava ela... Maquiada, perfumada e muito bem vestida. Se estivesse vivo, estaria decepcionado, com certeza.

Zenitsu disse inúmeras vezes que ela estava linda, mas a c/c não se sentia melhor.

O anjo em seu ombro esquerdo dizia que tudo bem, que não estava mentindo, afinal, não procurava um marido. Mas o demônio em seu ombro direito a chamava de mentirosa em vinte e sete idiomas diferentes.