Capítulo 2

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  Carregar ele nas costas não é difícil, o difícil vai ser passar com um corpo nas costas pelas ruas de Albanus, principalmente no horário de saída dos serviços.

  Albanus é uma cidade grande, mas pouco habitada. Ficamos a direita de Summerton e acima de Archeon, lugares de grande comércio onde vermelhos tem mais chance de "crescerem" na vida. Quase ninguém se importa com Albanus. O que nos temos? Um rio que passa por quase toda Norta? Uma bela vista para o Gargalo?

  Nem o governador de Albanus se importa, como todo bom prateado.  O governador Merandus nunca esteve aqui, pelo menos não enquanto eu estava viva. Mas, isso não não quer dizer que nenhum Merandus nunca esteve aqui. Um deles foi meu professor. Adélia Merandus não era como os outros prateados mesquinho e esnobes. Ela tinha o sangue prateado, mas foi expulsa como uma vermelha.

- Alanes?

  Uma voz familiar me tira do meu devaneio e me faz percebe a situação que estou: Na beira do mato, de frente a estrada principal, com um corpo nas costas completamente encharcada.

- Muriel - digo com um sorriso que mais parece uma careta - o que faz por aqui?

- Eu que te pergunto? Por que saiu mais cedo do trabalho? E que negócio é esse nas suas costas?

  Ele não está com uma cara boa. Seu rosto já é murcho e velho e seus cabelos acizentados não ajudam muito, mas sei que cara e essa. E a mesma cara de quando eu faço o nó errado nas redes ou quando ele teve que me dar 3 dias de folga porque eu quebrei a perna tentando pegar um peixe em pleno ar com uma perna só - idéia dele, pra deixar claro.

  Tento achar alguma desculpa ou explicação, mas o que vou dizer? Então descido fugir, correr literalmente. O velho Muriel tem uma perna manca e nunca vai conseguir me alcançar, além de que não conhece onde eu moro.

  Estaria rindo se não fosse a situação horrível do corpo frio do garoto batendo nas minhas costas e o cansaço gritante nas minhas pernas. Não fui feita para correr, mas sim nadar. Correr não é meu ponto forte e nunca será.

  Não sei se as pessoas percebem o corpo que carrego quando passo pela praça central, mas não ligo. Não consigo ver o rosto de ninguém. Meu único foco e a casinha pequena de dois andares com cortinas rasgadas azuis, feito os rios que tanto amo. Minha casa.

  Tiro a corda com nós que prendem a porta e entro com tudo na sala, jogando o garoto no sofá duro e me deitado no chão frio. Não sei por quanto tempo fiquei assim, mas o chão frio acalma e tira a dor no corpo como um rio leva embora toda sujeira jogada nele.

  Assim que viro a cabeça, vejo a mão do garoto jogado em meu sofá. E grande, magricela e está cheia de veias... azuis??
  Me levanto na hora. Não pode ser!!!
  Então, vejo uma coisa que não percebi antes.  Um pouco abaixo do seu coração, por cima de toda roupa preta, tem uma mancha.

  Sangue.

  Sangue Prateado.

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E aí?  O que acharam do capitulo? Quem será o garoto?

Espero que estejam gostando e podem deixar sugestões, críticas construtivas e suas opiniões aqui ; )

Não esqueçam de votar e até o próximo capítulo.

Bjs ♥.

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