Capítulo 3

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  Não pode ser! Eu não fiz isso! Ele não é isso! Trouxe um prateado pra minha casa. E não é um prateado qualquer pelas suas vestimentas e seu bracelete que certamente pagaria minhas refeições pro um ano todo. Por um momento até penso em pega-lo, mas eu não sou uma ladra.

  Mas, então o que eu faço com ele? Não posso deixa-lo aqui. A família dele deve estar a procura e se o encontrar comigo vão me culpar, me matar ou pior. Olho bem pro rosto dele, tentando o reconhecer de algum anúncio ou boletim, mas seu rosto está com muitos hematomas e magro como se não tivesse comido a dias e seu cabelo preto está tocando em suas bochechas. Não conseguiria reconhece - lo nem se forçasse minhas memórias ou usa se meus poderes pra fazer isso por mim.

  Também não posso deixa lo assim. Ferido, com fome, sozinho. Nunca iria me perdoar. Então, o que eu faço? "Vamos Alanes,  você consegue achar um plano. Só pense!". De repente, lembro de um conselho da minha antiga professora:

- "Você conhece a todos, Alanes. Suas mentes estão ao seus dispor. Vasculhe, procure e você achará o que precisa"

  Nunca gostei disso. Não gosto de invadir mentes, muito menos vasculha - las como gavetas. Mas, agora eu preciso.  Preciso saber quem ele é, o que aconteceu e, principalmente, se ele é inimigo ou amigo.

  Levanto ele do sofá e subo pro andar de cima. Minha casa é simples e pequena como toda casa vermelha, mas só eu moro aqui, então fica maior. Meus pais foram recrutados e mortos na guerra. Eram jovens e imprudentes, me tiveram com 16 anos e não tinham nenhum serviço. Não lembro muito bem quando eles se foram, mas a mulher que cuidou de mim me entregou a carta de agradecimento do rei pelo "serviço prestado". Agora ela está em pedacinho num pote depois de um ataque de fúria. Fiquei com essa mulher horrível até os 15 anos, ela só me escravizava. Consegui compara essa casa de um casal de velhinhos que iam se mudar para um vilarejo chamado Palafitas.
 
  A casa não é tão velha, mas as madeiras rangem muito. Embaixo tem uma sala com um um sofá meio quebrado, uma mesa bamba com duas cadeiras piores ainda. A cozinha logo a frente e o puro caos com pratos, colheres, copos e panelas amassadas enchendo a pia, bancada e até mesmo o fogão. Lá encima não é tão ruim comparado com o resto. A escada bamba, mas firme da direto no meu quarto que não aparenta ser tão pequeno com a cama no meio, um espelho quebrado na lateral encostado num baú de roupas velho. Mas o que acho mais bonito nele e a imagem perfeita do Palacete do Sol que consigo ver da minha janela. Parece uma estrela posicionada na terra. Agora, com sol se pondo, não parece tão majestoso, mas sim, vazio.

Ponho o garoto na minha cama e sento ao seu lado. Parece estar morto deitado desse jeito, mas não está. Sua mente não está. Ainda há esperança. Respiro fundo e solto tudo meu poder. Não posso só ler seus pensamentos. Preciso entrar lá dentro, no fundo da sua mente.
No Espaço Mental.

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Espero que tenham gostado. Esse capítulo foi mais pra apresentar um pouco da vida da Alanes.

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Desculpa qualquer erro ortográfico.

Bjs ♥.
 

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⏰ Última atualização: May 18, 2021 ⏰

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