10 | The Covenant

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A jovem criança encarava a mesa à sua frente, a mesa que tantas vezes temera

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A jovem criança encarava a mesa à sua frente, a mesa que tantas vezes temera. Esperava que as lágrimas escorressem pelo seu rosto como fizeram outras noites durante todos aqueles anos, contudo, agora encarando de perto o pedaço de pedra nu e vazio, a pequena Annie foi incapaz de chorar.

No entanto, outro sentimento começava a surgir-lhe pelas veias.
Desespero.

Ele não estava ali.

As suas mãos tremiam, a sua mente corria. Ele não estava ali.

Os seus olhos voltaram-se imediatamente para a criatura no compartimento. Acordara instantes antes, deitada no chão no meio das cinzas do local, no entanto, no momento em que se tinha apercebido o que acontecera, o seu corpo correra para junto da mesa. Mas esta estava vazia.

Ele não estava ali.

"O que fizeste com ele?" A sua voz saiu num grito desesperado enquanto dirigia-se ao encontro do demônio em paços pesados. Tinha medo, tinha medo de tudo que acontecera, de tudo o que poderia acontecer, mas o desespero para saber onde ele estava era muito maior do que qualquer outra sensação, do que qualquer medo que ela poderia sentir.

"Onde ele está?" As suas mãos agarraram com violência o seu casaco puxando-o. Tentava aguentar as lágrimas de raiva, as lágrimas de medo.

"Eu suspeitei que a tua primeira reação fosse essa." O demônio deixava-se levar pelo aperto da mortal, enquanto a encarava como se em vez de uma humana esta se tratasse de um pequeno coelhinho, estupido por tentar combater um leão. Inofensivo. "Eu tirei-o daqui, dei-lhe um enterro digno da vossa religião, como todas as outras crianças."

Desta vez a jovem empurrou com mais força a figura à sua frente, contudo esta nem sequer se deslocou um centímetro. "O que tu sabes sobre enterros ou fé? Tu és um demônio! Que tipo de funeral podias fazer?" A sua voz saía cada vez mais alta, mas esta já não queria saber.

"Não vale a pena fazeres birra. Preferias que ele ficasse a apodrecer no sítio que lhe trouxe dor?" Com as palavras da criatura, Annie olhou pela primeira vez após ter acordado para os seus olhos, fazendo o seu corpo estremecer. O olhar da criatura era firme, um vácuo sem sentimentos por detrás, um negro vazio, assustadoramente vazio e desumano.

E por momentos a jovem parou, mesmo que o seu interior continuasse desesperado por mais.

"O seu nome está na sua lápide, uma lápide digna. Terás tempo para passares lá."

Annie já não o encarava mais, focava-se agora nos seus pés sujos. A sua voz e força desapareceram, em vez deles pequenos soluços eram ouvidos.

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