•| Bullet proof

9. Anne Garden

Dias depois...

Priscila narrando...

Já vão quase duas semanas depois do ocorrido e mesmo sentindo falta da minha mãe à cada dia, eu tento dar o meu melhor e pensar que ela não gostaria de me ver assim.

Meu pai também está nessa fase, tem dias que parece que o mundo se virou contra a gente e nada é possível, mas tem outros que eu consigo ver até o sorriso do meu pai e isso me deixa feliz também.

O Nicholas ele, está sendo muito útil e presente nesse processo todo. Há poucos dias esteve lá em casa e acabou conhecendo e até virando amigo do meu pai. Ele é super atencioso, carinhoso, fofo, tudinho que qualquer uma mulher quer.

Já era horário de fim de expediente e o Nicholas ainda estava trancado na sua sala.

Bati e recebi um entra, abri e lá se encontrava ele atento ao computador.

Me aproximei da sua mesa e ele me abraçou, fazendo com que me senta-se no seu colo.

Eu: Oi - depositei um selinho nos seus labios e ele agarrou minha cintura com mais força.

Nicholas: Tudo bem, linda?

Eu: Tudo, você vai levar a Gio?

Nicholas: Não vou puder, eu mando o Félix.

Eu: Ou eu posso ir levar ela.

Nicholas: Com o Félix sim pode.

Eu: Por favor amorzinho, deixa eu ir dirigindo só hoje.- enchi ele de beijos e ele acabou cedendo.

Nicholas: Tudo bem minha linda, pode ir sim mas, me avisa assim que chegar, tá? - balancei a cabeça e depositei um último beijo nos seus lábios.

Me dirigi ao estacionamento e adivinha quem eu vi também saindo? Anne Garden, mas diferente das outras vezes, hoje ela sorriu pra mim. Coisa boa não deve ser.

Ignorei seu gesto e me dirigi ao carro do Nicholas, que por algum motivo que eu tento até hoje perceber, ele tanto me confia.

Quem abre mão de um Bugatti Convoy?

Dirigi até à creche da Gio e diferente de outros dias, estava tudo silencioso. Estranhei e desci do carro pra espreitar.

Tinham algumas crianças no pátio mas nenhum sinal da Gio e nenhum carro do lado de fora.

Fiquei preocupada e quando eu ia ligar pra o Nicholas, senti mãos fortes tapando a minha boca com o pano húmido, que exalava um odor forte. Tudo foi ficando escuro e eu apaguei.

Nicholas narrando...

Já fazia mais de uma hora que a Priscila havia saído e nenhum sinal de vida.

Mandei várias mensagens pra ela e nenhuma delas teve resposta, liguei várias vezes e nada.

A Helena disse que minha filha não havia chegado ainda e ai minha preocupação só aumentou.

Dei ordem para que fossem alguns dos guardas até à creche e ao voltar eles disseram que viram apenas a viatura estacionada mas, nenhum sinal da Priscila. E ninguém por ali sabia o que se passava! Giovanna também não estava mais na creche e só de pensar que alguém pode ter feito algo que esses dois serzinhos tão importantes para mim, me atormenta.

Rastreando o celular da Priscila, indica o local onde o carro se encontra e eu me sentia perdido.

Eu não sou de chorar mas, hoje estava sendo difícil.

Cheguei à casa e apenas me joguei no sofá rezando pra Deus intervir.

Ouvi portas do carro fechando e me levantei com urgência.

Abri a porta e lá estava minha irmã com a minha bebê no colo.

Eu: O que você está fazendo com minha filha e cadê minha mulher Anne?

Anne: Nossa maninho, tudo bem?

Eu: Anne responde

Anne: Eu só fui fazer uma surpresa pra minha sobrinha e não sou vigia da sua mulher não.

A Gio desceu do colo da Anne e correu pra mim.

Eu: Anne, eu já pedi distância de você com a empresa e te peço a mesma distância da minha família. A gente sabe se cuidar e não preciso da intervenção de terceiros. Por favor retire-se.

Ela não relutou pelo contrário, deu um sorriso e foi pra o seu carro.

A Gio estava bem e era menos um mal. Mas, e a minha mulher?

Eu me sinto tão mal por ter deixado ela ir sozinha, ela estaria aqui comigo agora.

Helena deu banho na Gio, deu o jantar e logo ela adormeceu.

Perguntei-lhe se não viu nenhum movimento estranho durante o dia e ela negou.

Já tinham passado mais de cinco horas depois do desaparecimento dela e eu comecei com as ligações....