AGRADECER MAIS, PEDIR MENOS

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Sempre que saía de um aposento, aquele velho cinegrafista agradecia ao armário, à cama, ao quarto e ao porteiro que lhe cobrava o pernoite.

Era hábito dele falar com objetos inanimados como se fossem seres inteligentes ou seus amigos. Pura gratidão.

A idade poderia ter ajudado, mas a temperança dele era visível nos gestos simples, ao tomar café nas hospedarias, nas casas de gente simples que ia filmar aqueles momentos de aparente alegria e até agradecia bancos de meios de transporte em que circulava.

A gratidão não se contém em si mesma e se torna um ciclo virtuoso de agradecimento contínuo.

Toda graça recebida tem a sua gratidão a ofertar e depois de novamente ser grato, uma torrente de graça volta a acontecer, como numa escada espiralada para o alto ou Anéis de Niberlung.

Gratidão gera felicidade e esta se expande num ciclo espiral ascendente da pura e genuína alegria de viver, que aciona a maçaneta da bem-aventurança e da contínua presença no Altar Alto do Universo criativo.

Nossos ancestrais são motivo de gratidão porque nos transmitiram herança genética depurada e já livre dos inconvenientes de alguns vírus, bactérias bacilos, micróbios mortais.
Em sua época esses agentes foram vencidos por vários estratagemas conscientes e inconscientes, remédios ou encantamentos, desde enterro na areia quente até chás de gosto exótico.

Nossos pais, avós bisavós, trisavós, tataravós ou tetravós, pentavós maternos e paternos, são os guardiões desses recursos a nível de energia consciente, acessíveis quando meditamos ou contemplamos algo belo e majestoso.

Daí em diante há sempre um crescente número de famílias que compõem a ascendência de cada um diretamente no número de mais de duzentas pessoas vivendo e, indiretamente, acrescidos de tios e tias responsáveis, padrinhos e madrinhas cheios de fé, numa progressão geométrica, são nosso principal motivo de gratidão.

Para o nascimento como somos, desse jeito maravilhoso do ser inteligente e integral, somente somando as dez gerações passadas, por exemplo, cada um de nós encontrará o incrível número de 1.000 pessoas que se ligaram umas às outras, até chegar aos nossos pais, que, por conseguinte, nos permitiram nascer.

Ancestrais são dignos de celebração e tendo gratidão aos anciãos desse passado não nos faltará a assistência recíproca aqui e no plano espiritual.

O antropólogo norte-americano Darrell Champlin, autor dos livros "Eu e Portal dos Sonhos" avalia que setenta e oitenta por cento dos que sofreram traumas coletivos, como massacres, holocaustos e confinamentos rigorosos por longos anos como os armênios, ucranianos, judeus, ciganos e negros que vieram trazidos da África nos porões de navios, desenvolvem depressão.

Ainda assim sua visível gratidão pela vida sempre ajuda a aliviar sua dor interna. Isso valendo até a terceira geração dessas pessoas, no caso da depressão e no caso da gratidão aos ancestrais vale para sempre.

Todos os acontecimentos nos levam à gratidão pura. Nascer com vida, ter ar para respirar, depois o próprio ato de inalar aquele oxigênio puro, exalando gás carbono, ter alcançado a fonte de alimento e possuir meios no corpo de desfazer do que não serve ao organismo vivo. Isso apenas no que se refere ao seu aspecto animal.

No universo da  espiritualidade você recebe o éter recebido do Universo, a inspiração de todos os ancestrais, a memória não física de origem no vácuo sagrado, as vibrações sutis no espírito para o ânimo e o aprendizado com os benfeitores na assistência durante o período de imersão onírica, os registros acásicos, os sonhos  conscientes,as portas abertas nos umbrais e a sua maior dádiva: o pleroma, com a gratuidade da plenitude do direito de santidade.

TUDO É AQUI  E AGORA                    Onde histórias criam vida. Descubra agora