OS DOMOS DE ESCUDO

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Se a realidade pura, nua e crua,  fosse sentida como ela realmente se apresenta apresenta ninguém sairia vivo da experiência por mais de três dias. O físico e a mente em contato com a realidade pura são aniquilados.

Uma pessoa cria defesas para que a realidade seja suportada.

A primeira pode ser apatia, aquele sentimento de ausência"não tô nem aí ", em seguida, pouco mais grave, desenvolve a neurose da histeria, que exagera para se vingar do mundo,a terceira,  a neurose de manias:de limpeza, de perseguição, de doenças ou todas, e, finalmente, a grave psicose.

O psicótico tenta se esconder da realidade e se neutraliza com certo sucesso, por algum tempo, evitando a vivência diária com a realidade.

O álcool está dentro do que pode se chamar de neurose de externalização, sendo um domo removível pela mudança de hábito. As vezes o álcool acaba sendo substituído pela religião, outras pela demência, por extrema paixão à outro vício ou hobby.

As pessoas com os sintomas de neurose costumam apresentar preocupação excessiva, estresse recorrente e pensamentos negativos difíceis de lidar no dia a dia.

Essas pessoas limpam o piso da casa em que residem ao exagero, recolhem as folhas das árvores no quintal até que as raízes das plantas não tenham nada mais absorver do húmus. Elas esquecem que a Amazônia é um Saara coberta de folhas podres. Exageram na limpeza  do próprio corpo, por horas, até que a pele fique fina.  Daí vem a pior fase: de neuróticas passam a psicólogas.

Alcoolismo tem sido visto como válvula de estresse pelos que sofrem dos males já descrito, mas num nível muito agudo, como a neurose do tipo obsessiva-compulsiva, já uma psicose, ligada ao transtorno de ordem biopsicológica e psiquiátrica, condição onde os pensamentos intrusivos, atitudes e atos mentais são repetidos várias vezes.

Essas características também podem causar estresse a ponto de levar quem possui a procurar estas aparentes saídas, como álcool, drogas, alucinógenos ou mesmo anestesias letais do ser físico, também podendo procurar ilusões outras nas diversas formas de
práticas em grupo ou na solidão.

Mas, psicose e a neurose não são a mesma coisa, mas se interpenetram nos sintomas. Enquanto a neurose passa quase despercebida à comunidade em que a pessoa vive, a psicose leva à alterações perceptíveis a todos em volta,  na maioria dos casos.

A psicose faz com que a pessoa sinta e interprete as coisas de uma maneira diferente daqueles ao seu redor.

Este sentir e até apalpar como realidade única faz com que sua habilidade de lidar com contextos sociais seja reduzida.

Alguns sintomas da psicose incluem alucinações e delírios.

A psicose é um sintoma de transtornos como esquizofrenia, bipolaridade, depressão severa ou tumores no cérebro.

Além disso, a psicose pode ser acionada pelo consumo de substâncias como drogas e álcool, sejam ilegais ou prescritas.

O vício, que era atenuante da neurose, pode também causar a psicose, pois os usuários dos mesmos alucinógenos podem ter o efeito biopsicológico da psicose como consequência do uso daquilo que era um anestésico de sua dor extrema.

Mas, em contraposição às neuroses, existe neuroticismo, um tipo de personalidade que tem dificuldade em viver com estresse ou enxergam situações não convencionais da vida de maneira negativa e com pessimismo extremo.

Essas pessoas costumam sentir irritabilidade, raiva, tristeza, culpa, preocupação e vulnerabilidade às mudanças repentinas.

Neuróticos e Psicóticos transitam no intervalo da excitação ou do extremo alheiamento. A normalidade não pode ser chamada de estado, mas de condição das pessoas acometidas por transtornos.

A loucura e a sanidade devem ser tratadas como estados e não condições definitivas.

Ambas estão dentro de nós. 

Seria desejável o predomínio da sanidade, mas não atuando como um rolo compressor, que nega e aniquila a loucura, mas a entende e a acolhe, podendo extrair da loucura o que ela tem de melhor: a criatividade, tão bem explorada por muitos artistas, músicos e escritores.

A fixação por transmitir o máximo de conhecimento pode indicar neurose tanto quanto esfregar o piso da área externa que leva à praia até o quintal ficar sem areia.

A ideia tem sido sempre substituir a inutilidade do esforço repetido, como secar gelo, pela atividade construtiva, como produzir arte da qualidade de um Vincent Van Gogh.

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