As Desvantagens de Ser Eu

Baek desaparecido e Pé na bunda

O resto do sábado passou se arrastando comigo deitado na varanda tentando tomar um pouco de Sol. A família chegou às sete da noite e nós jantamos, tomei banho e assisti à tevê. Lá pelas nove e meia meu celular começou a tocar loucamente e tive que atender, ficando surpreso ao ver que era Chanyeol quem me ligava.

Ele nunca me ligava.

-Sim?

-Lu-Luhan, por favor, me diz que você viu o Baekhyun! – ele parecia desesperado.

-Não, p-por quê? – ai, meu Deus – Eu não o vejo desde quinta-feira à tarde.

-Ai, não...

-Chanyeol, você está me assustando – senti meus olhos lacrimejarem e segurei o celular com as duas mãos.

-A-acho que o Baek... Tenho certeza que o Baek fugiu de casa.

-Como assim, garoto?! – surtei.

-Ele vivia dizendo isso pro Daehyun. O que eu faço porra? – ele gritou do outro lado da linha. Daehyun era amigo de Chanyeol, baixista, e como um filho para Baek.

-Só nos resta procurar, Chanyeol. Seul é grande, mas nós temos que tentar – disse enquanto corria pro meu quarto e colocava jeans, moletom e tênis – Você pode me buscar? E temos que falar com a polícia.

-Eu vou falar com eles... E estou indo – ele disse e desligou. Corri até o quarto dos meus pais onde eles e ChaeHee assistiam à televisão.

-O Baek desapareceu, estou indo procurá-lo com o pessoal. A polícia já foi chamada.

Houve um breve silêncio até que minha irmã resolveu falar:

-Tudo bem. Vou pedir à Juhyun pra você dormir na casa dela – Juhyun era a mais nova das minhas três irmãs.

Assenti e saí a toda pelo corredor comprido, pegando minhas chaves e saindo pela porta de cima. Dois minutos depois um Opala SS preto maravilhoso apareceu na rua, parando em frente à minha casa.

-Uau! Chanyeol, como conseguiu esse Opala? – meu queixo devia estar no chão.

-Depois te conto. Entra aí que o pessoal tá nos esperando.

Sem contestar, entrei no carro. Chanyeol dirigia a toda velocidade enquanto Evanescence – a banda favorita dele – tocava no rádio.

Em poucos minutos chegamos ao lago perto da minha escola e lá estavam Jongin e KyungSoo, Suho e Yixing, Daehyun e Minah – lembram dela? A nossa amiga sumida? Ela é irmã do Dae – Luna e Sehun.

-Eu conversei com a mãe dele e ela chamou a polícia. O resto é com a gente. Minah e Luna vêm comigo para o centro, Jongin e Kyung pra Hongdae, Suho e Yixing vão pra Insadong, Daehyun procura em Gangnam e Sehun e Luhan procuram em Bukchon.

Depois de alguns minutos todos saíram em seus carros e motos, menos Jongin e KyungSoo, Sehun e eu, pois nenhum de nós tinha idade pra dirigir – bom, Sehun tinha, mas lhe faltava um carro – O outro casal conseguiu pagar um táxi e pra nós dois restou apenas o ônibus.

A viagem demorou um pouco, quando chegamos ao vilarejo eram quase onze horas da noite. Poucas pessoas caminhavam pelas ruas de pedra e havia poucos postes de luz. Ou seja, além de estar fazendo um frio da porra, ainda corríamos o risco de sermos assaltados/sequestrados/ mortos. Agarrei-me ao braço de Sehun e seguimos devagar por entre as casas enquanto eu tentava ligar para Baekhyun, mas só caía na caixa postal.

O vilarejo era muito grande, demoramos cerca de três horas para percorrer cada centímetro dali.

-Acho melhor voltarmos. Aqui ele não está – Sehun disse e começamos nosso caminho de volta pro ponto de ônibus. Fazia tanto frio que nossa respiração se condensava no ar e uma chuva ameaçava cair. Eu estava tão distraído que mal percebi quando Sehun apertou o passo e me abraçou contra seu corpo.