CAP 1| Sobre Nós

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Por pouco não expulsou uma exclamação aliviada, quando, encaixado de joelhos entre as pernas do alfa sentado ao pé da cama da suíte de luxo, finalmente ouviu seu anúncio de que iria gozar pela segunda vez naquela noite. Afastou a boca do caralho rijo e sorriu do jeito como sabia que os clientes gostavam.

A mandíbula doía feito o inferno. No momento em que o primeiro jato de porra atingiu sua bochecha, ele fechou os olhos, sentindo o corpo nu arrepiar de insatisfação. O homem rugiu como uma besta selvagem ao ver o rosto sujo do ômega ajoelhado no chão entre suas pernas numa pose submissa, coisa que o verdadeiro Jimin, aquele que não atuava na intenção de agradar e saciar os desejos libidinosos de alfas, betas e até algumas ômegas, jamais seria.

Ele tornou a abrir as pálpebras pesadas de cansaço quando os dedos do homem deslizaram por seu rosto de pele imaculada e arrastaram os vestígios de esperma para dentro de sua boca, deixando claro o que queria. Jimin não teve opção a não ser sugar os dedos e engolir o que pôde do fluido de gosto desagradável. O cliente assentiu, satisfeito, à medida que se deleitava com a visão dos lábios robustos e macios destacados, os mesmos que, instantes atrás, tão bem envolveram seu pau com experiência.

— Você vale cada centavo, garoto. — Deu dois tapas leves numa das faces do rapaz, antes de se levantar e seguir até o frigobar, de onde tirou uma lata de cerveja cara.

Jimin aproveitou para se trancar no banheiro. O alfa da vez era um cliente recorrente. Prefeito de Seul. Casado. O ômega conquistou sua preferência desde o primeiro programa. "Um achado e tanto", o homem ousara dizer, como se se referisse à porra de um produto à venda numa dessas lojas de bacana que costumava frequentar.

Contrariado mediante à lembrança, o rapaz lavou o rosto na pia, fez xixi e, por último, vestiu-se para ir embora. Na saída do banheiro, Ahn Hancheoul o aguardava. O homem se aproximou no seu típico gingado pseudo conquistador de araque, agora envolto pelo roupão felpudo exibindo o emblema do Hotel Palace, e iniciou um beijo que Jimin automaticamente correspondeu.

Percebeu uma das mãos do alfa deslizar para dentro de seu bolso e o olhou confuso na hora que o outro retrocedeu ligeiramente.

— Um agradinho para meu favorito — explicou o cliente em tom amansado pós-orgasmo. — Já transferi o valor de hoje para a conta da agência. Esse é um extra seu.

O ômega agradeceu e simulou mais um sorriso em resposta ao do prefeito, que, em concomitância, num ato provocativo, apalpou seu pênis por cima da calça.

— Até a próxima, delícia. Um táxi já espera você lá embaixo.

A mente letárgica o compeliu a agir no automático. Não encontrou dificuldades no trajeto de descida ao térreo. Conhecia cada andar do hotel e boa parte das suítes, um lugar famoso por hospedar artistas internacionais, políticos e pessoas da classe alta que precisavam e podiam pagar por discrição, a fim de realizar suas respectivas práticas pouco convencionais.

Já no táxi, ignorou uma chamada no celular sem ao menos verificar de quem se tratava. Ele estava exausto e necessitava de algumas horas de sono pelo menos. Inconscientemente, enquanto observava a madrugada avançada através da janela, massageou a mandíbula dolorida.

Hancheoul tinha predileção por sexo oral, tanto que adiava o máximo possível, evitando gozar. Todavia, o ômega não reclamava. Havia piores. Clientes que o destratavam das maneiras mais grotescas. Que o fodiam sem piedade. Que o agrediam quando ele não conseguia conter sua língua afiada dentro da boca.

"Use essa boca atrevida para agradar aqueles filhos da puta, não para me causar problemas", sua chefe, Hyeon, havia-lhe dito aos berros certa vez.

LUX | Vminkook ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora