CAP 13| Compatibilidade Natural

8.7K 742 716
                                    

Hello, hello!

Conforme avisado na conta da administração de Lux, cá estou com mais um capítulo.

Neste, confesso, me empolguei bastante e ele saiu quilométrico (11k+ de palavras), o maior até agora. Ele foi feito com muito cuidado porque é um capítulo cheio de informações novas e que também explicam acontecimentos de atualizações anteriores e a relação dos 3 personagens principais.

Leiam com bastante atenção.

No mais, muito obrigada por estarem até aqui com Lux.

Boa leitura!


•☪•


A picape foi encostada no meio-fio perante o edifício da Soft Experience Korea. Jungkook descansou os antebraços no volante e admirou através do para-brisas o arranha-céu que ocupava quase um quarteirão inteiro de uma área nobre da cidade. Ele tinha acesso ao estacionamento privativo, mas não gostava de passar nem sequer um instante a mais no prédio além do que era obrigado. A cada vinda aqui, era perseguido por uma sensação incômoda e invasiva.

Mais tarde, em casa, quando Taehyung o questionava sobre a pesquisa da empresa, o lúpus mentia, dizendo que se tratava apenas de testes bobos e cansativos. Mas, a realidade era que o laboratório já o havia remexido de ponta-cabeça, testando seu comportamento, instintos, espetando agulhas em seus braços e fixando eletrodos em sua cabeça; teste físico, teste comportamental, teste emocional, teste de resistência, entre outros tantos.

Era o mesmo que reviver a tortura da infância, em uma época que os pais queriam se assegurar de que ele seria forte e independente para gerir os negócios da família, e capaz de produzir herdeiros saudáveis, que, assim como ele, no futuro seriam exibidos em uma vitrine para a alta sociedade. Fora submetido a exames, a médicos que lhe amedrontavam e forçado a tomar medicamentos que o deixavam aéreo e sonolento a maior parte do tempo.

Porém, nunca reclamou de nada disso para o noivo, muito menos dizia que a experiência com os testes da empresa lhe engatilhava memórias insalubres. Sabia que Taehyung se sentiria culpado por tê-lo envolvido nessa armadilha, ao assinar aquele maldito contrato.

No telão digital, uma jovem de traços inocentes mostrava os efeitos supostamente milagrosos de um creme facial revolucionário. Jungkook estava a ponto de soltar uma risada irônica, quando a propaganda terminou e, em seu lugar, surgiu um homem seminu protagonizando uma cena sensual com sua parceira.

O lúpus nem sequer prestou atenção no produto comercializado, sua mente focou no rosto conhecido. A sequência era provocante e instigou a curiosidade de alguns passantes, que imediatamente pararam para conferir o comercial explícito. Sem ao menos perceber os próprios atos, o professor universitário desceu da cabine do automóvel e se juntou ao pequeno agrupamento.

A imagem de Park Jimin junto da outra modelo era em si impactante, uma afronta ao conservadorismo, sobretudo, estando tão próximas as datas festivas de fim de ano, eventos tradicionalmente familiares. Se porventura Jungkook não o tivesse visto ao vivo e em cores, se não tivesse sido apresentado aos sorrisos francos, aos olhares calorosos e à boca inteligente que sempre estava disposta a lhe dar uma resposta e não tolerar as suas merdas, ele seria convencido por aquele semblante artificial e explicitamente erótico, arquitetado para causar admiração e também revolta; excitação e repulsa.

Mas aquele no telão, apesar de tão bonito quanto, parecia uma versão irreal do homem que conhecia. Um bibelô de gesso, belo, contanto que preservado intocado em uma estante. E, concomitantemente, efêmero graças ao interior oco. Jungkook lamentou ter se deixado levar por essa primeira impressão, por tê-lo julgado precipitadamente.

LUX | Vminkook ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora