2 - Esmeraldas

58 15 14
                                    




Era inverno quando os dois irmãos correram até o píer para dizer adeus ao pai, deixando a saudade escrachada seus peitos. Era engraçado pois, os únicos que tinham que ir para longe eram os adultos, enquanto os filhos homens ficavam para poder aprender a defender seu povo, já as moças, aprendiam bordados, curas e o mais importante, a arte do domínio da água.

O reino da água, ou tribo como preferiam ser chamados, eram os que mais respeitavam a magia ancestral. Para eles, aqueles que já morreram, ainda estavam entre si os cercando de proteção e, dependendo da pessoa e de seu feito, até mesmo o guiando até o caminho para mais poder. Além dessa crença, o reino também ficava localizado em uma terra isolada no sul, não se via nada além de gelo, água e animais que característicos do frio. Essa com certeza era a mais pacifica entre todas as tribos e a que mais ansiava pela paz.

As casas do reino da água eram medias, aconchegantes e simples, Eles não precisavam de muito luxo ou ouro, para eles, o fato de estarem todos juntos já era uma dádiva enorme. Nenhum dobrador de água deixava seu companheiro para trás, era como uma lei absoluta para todos ali e quem a seguia mais a risca, eram os guerreiros. Denominados soldados, eles eram como a força bruta da tribo, a guarda que nunca, nem podia, vacilar. Meninos e meninas lutavam lado a lado, ali não havia desigualdade, afinal, todos ali concordavam que as garotas poderiam ser muito mais que um rostinho bonito.

Assim como a força física, também existia a magia limpa e pura. Por algum motivo, apenas as mulheres obtinham o poder de dobrar a água e quem as ensinava eram as idosas e alguns homens que acabavam sabendo um pouco mais do que deveriam. Todos aqueles rostinhos bonitos sabiam se defender de qualquer tipo ameaça, eram tão fortes quanto os guerreiros ou até mais que eles. Aquela tribo havia de ser a mais forte, não por seu poder ou seus guerreiros, mas por sua união.

E naquela tribo tão única, vivia um grupo de amigos, quase inseparáveis. Ronald Weasley, um guerreiro de dezessete anos, filho de alguns pescadores e o penúltimo de uma grande família. Hermione Granger, com um futuro promissor como curandeira e ainda dobradora da água. Por último, mas não menos importante seu irmão gêmeo, Cedrico Granger, que juntamente de Ronald, era um dos guerreiros com mais destaque. Eles eram grandes amigos de longa data, até porque não sendo segredo pra quase ninguém, Hermione era apaixonada por aqueles fios ruivos e Ronald? Bom... ele gostava da pele legal de Hermione, mas nunca nunca sequer pensaram em abrir a boca para admitir isso nem em seus piores pesadelos.

Naquela manhã fria, por algum motivo, Cedrico pré sentia que algo iria acontecer, algo grande e por isso tentou ao máximo ficar dentro de casa, porém sua irmã o arrastou para fora da cama na primeira oportunidade que teve

— Anda Ced, você vai perder seu treino, sem falar que o papai ficará furioso quando voltar. Sabe como ele é quando você fica de preguiça e não treina.

A acastanhada proferiu retirando as cobertas de cima do irmão mais velho. Cedrico tinha a fama de ser preguiçoso, mas por várias vezes era bem esforçado, só se recusava acordar cedo para qualquer tipo de função. O garoto, extremamente irritado por estar sendo acordado, a olhou feio mas logo se arrependeu pois a feição da mesma, era de pura frieza.

— Só mais cinco minutos Mione, e eu juro que acordo, limpo a casa, faço o que você quiser. - Murmurou com um tom sonolento, pegando a coberta de volta cobrindo-se até a altura da cabeça.

Hermione revirou os olhos furiosa saindo do quarto do outro, por que tinha de ser tão preguiçoso? Isso martelava em sua cabeça quase sempre.

Desde que a mãe havia falecido, era ela quem cuidava de seu pai e do irmão, o que não era uma tarefa árdua, já que Kenai era um homem fácil de lidar. Já Cedrico, não era tão fácil assim. Em passos calmos, foi até o seu quarto pegando o casaco mais quente que possuía, e o colocou na esperança de que o frio fosse embora, porém não era por isso que ela sentia que havia algo errado dentro de si. Respirou profundamente antes de sair de casa e dar dois passos em direção a rua. Havia alguma coisa errada e ela sentia isso em seu interior, em seu sangue e até mesmo no estômago, mas, por ser racional demais, não se permitiu deixar levar por seus pensamentos, apenas tranquilizou-se afirmando ser coisa da sua cabeça, por seu pai ter saído com os outros. Apenas isso, preocupação, pensou consigo mesma.

O Último Dobrador - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora