Ainda há tempo? l Sariette.

CAPÍTULO 2

E ai, família?
Se preparem pro capítulo de hoje, hein... O lencinho e um copo d'água, haha.

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Seria mentira dizer que tinha tido uma boa noite de sono. Sarah revirou na cama a noite toda procurando colocar seus pensamentos em pausa para conseguir dormir um pouco que fosse, mas não dava. Ela não conseguia evitar repassar mentalmente cada palavra trocada com Juliette naquela noite, cada momento, cada olhar. Ela esperou por tanto tempo aquele momento, pela coragem de finalmente encarar o que sentia, sem dever mais nada e sem culpar pequenos problemas.

As horas se arrastavam, aquele definitivamente foi a madrugada mais longa de toda a sua vida.

Não lembrava por quanto tempo conseguiu cochilar, só se lembrava que já era de manhã quando adormeceu. 

Sarah estava tão cansada, tão fisicamente quanto emocionalmente, que queria apenas aquietar seus pensamentos e dormir, mas já que era impossível, ela precisava saber a resposta de Juliette. Ela viu cada momento passar lentamente no tic tac do relógio. Passou na empresa de marketing para entregar o relatório que tinha finalizado e sentindo um frio na barriga inexplicável, seguiu para o restaurante.

Garçom: Mesa para dois? -- Perguntou o que fez Sarah rir nervosa.

Sarah: Espero que sim. -- Respondeu dando um longo suspiro.

Novamente ela se sentiu patética esperando. Os minutos agora pareciam passar voando, apressados para mostrar a ela que Juliette não iria aparecer. Ela viu o restaurante encher, esvaziar. Enquanto ela bebia água e beslicava algumas torradas, os garçons já olhavam desconfiado quando ela resolveu fazer o pedido. Nada dela. Soava um relógio na sua cabeça lhe lembrando que não importava o quanto ela sentisse muito, o quanto ela tentasse concertar, elas duas eram causa perdida. Juliette estava magoada demais para simplesmente perdoa-la e ela não tirava a sua razão.

Sarah mal conseguiu tocar na comida. Ficou a tarde toda esperando por ela e nada....

Olhou o relógio mais uma vez e viu que já estava tarde. Pagou a conta, engolindo seu próprio choro, certa que dessa vez não existiria algum dia, era o adeus. Juliette escolheu assim e ela iria respeitar, não importasse o quanto doesse.

Só que do outro lado da cidade o que acontecia não era um programado adeus. Juliette estava no aeroporto de Los Angeles, pronta para voltar ao Brasil após uma emergência. Sua amiga Débora havia ligado para ela dizendo que sua mãe estava muito mal e que todos da família estavam muito preocupados. Sem pensar duas vezes, colocou uma muda de roupa na mochila e voltou para o Brasil.

Ainda estava muito recente encontrar Sarah e ouvir da boca dela tudo que ouviu. Ela não era mais o tipo de pessoa que agia com impulso. Precisava pensar e parecia fora de cogitação a ideia de um encontro marcado e dela estar apenas algumas quadras da distância que ela estava. Juliette precisava de paz, precisava pensar, colocar seus sentimentos em ordem. Naquela altura do campeonato, mesmo com tudo que ela ainda sentia por Sarah, era difícil dizer que ainda valia a pena tentar. Ela não tinha mais dentro de si nenhuma esperança, pelo menos não até a noite passada, até Sarah chegar e acender a faísca de uma explosão que Juliette sabia que não tinha controle.