11. Bebê de Rosemary (Just kidding)

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POV MINA

- Acorda princesa. - Senti alguns respingos de água caírem sobre meu rosto.

Olhei para cima e aquela mesma sensação de alguns anos atrás, onde meu pulso formigava e meu corpo estava amolecido havia retornado. Eu me encontrava da mesma forma de quando tinha sido sequestrada pela irmã gêmea do mal de Dahyun.

Sentada em uma cadeira sem o privilégio de poder olhar para os lados pois meu pescoço doía no momento em que eu tentava.

- Isso soa familiar pra você? - Com os olhos voltados para a frente, fui capaz de observar uma silhueta perante a sombra encostada na parede.

- Quem é você? Onde está Chaeyoung?? - Perguntei enquanto meu corpo ainda parecia meio paralisado, e minhas mãos permaneciam amarradas.

- Não se preocupe, ela está dormindo. - A voz masculina apontou para o lado e lá estava Chaeyoung cabisbaixa desacordada.

- Amor!! - Tentei olhá-la e gritar por algum sinal, mas senti um desconforto por cima do ombro. - O que você fez com ela seu idiota??

- Calma Detetive. - Seu rosto foi ficando cada vez mais aparente assim que se aproximava. - Será que posso me apresentar? - Ele sorriu maléfico. - Sou aquele que vocês tanto procuram, Caim, filho de Adão.

- Ótimo que nos encontramos, agora me desamarre pra que eu possa te matar. - Semicerrei os olhos naquele momento. - E eu não sou mais uma detetive.

- Na verdade eu te fiz um elogio, você não é muita coisa pra mim. - O rapaz pôs-se a andar perto de Chae. - Ela é.

- Achei que era Lilith que você queria, na verdade... todos acharam.

- E você não está errada. - Ele completou. - Mas para chegar nos peixes grandes, nós usamos iscas, certo?

- Se você nos matar, tudo o que aquele demônio vai fazer é achar outras pessoas pra ir atrás de você, aliás... Por que ela mesma não faz isso? Velha preguiçosa.

- Não acho que minha mãe deixaria sua esposa morrer, e muito menos procurar qualquer outra pessoa. - Sua voz soava firme.

- Espera... mãe? - Uma risada se fez presente naquele momento. - Lilith é sua...-

- O que? Achou que eu era filho da doce Eva? - Balançou a cabeça em negação. - Por que acha que matei meu irmão?

- Isso não faz sentido.

- Quando minha mãe foi expulsa do paraíso ela estava grávida, e assim que Abel nasceu, ela me deixou embrulhado em folhas pra que meu pai cuidasse de mim.

- Grandes casos de família.

- Você acha isso engraçado detetive? Um filho que foi deixado pra morrer no início dos tempos nas mãos do pai e da madrasta.

- E por isso você cresceu um garoto revoltado que matou seu único meio irmão e agora está atrás da sua mãe? Sabia que faz mal guardar mágoas?

- Querida Mina... - Caim mais uma vez se aproximou de mim, e agora faltando alguns centímetros do meu rosto. - Você achou mesmo que o rei e a rainha do sub-mundo iriam governar por séculos sem se quer fazer algum bebê? Você acha mesmo Mina, que Abel era meu único irmão?

- Eu não estou entendendo...

- Por que você acha que Lilith quer tanto proteger sua Esposa? Vou te dar uma dica... - Ele chegou seu rosto bem perto do meu ouvido e soltou algumas palavras. - A mãe dos demônios deus a luz à duas crianças.

- Não, o que você está dizendo?? - Eu estava incrédula, não podia acreditar, ou Caim estava brincando com aquilo tudo. - Isso não pode ser verdade.

- Você não percebeu nada de diferente na sua esposa? Uma marca? Uma forma de agir... Nada?

- Chaeyoung não é o que você está dizendo, ela é só uma pessoa comum.

- Eu até entendo o papai ter marcado ela para que eu não pudesse ferí-la, e é agora que você entra na história. - Ele se afastou indo em direção a um armário logo à frente, e retirou algumas facas afiadas do mesmo.

- Que merda você vai fazer?? Se encostar um dedo nela, você-

- Não se preocupe detetive. - Passou o dedo indicador na lâmina afiada demonstrando o quanto cortava. - Eu não posso machucá-la, mas a mamãe vai se entregar quando sua querida filha implorar pela vida de sua amada.

POV SANA

- Você pode ficar aqui. - Abri a porta do último quarto e Irene entrou. - A casa não está muito arrumada porque andamos ocupadas esses dias.

- Por favor, não se incomode. - Ela deixou a mochila na cama. - Eu não queria que se preocupasse mas você insistiu.

- Você não tinha lugar pra ficar Bae, e lembre-se que as amigas da Mina, são minhas amigas.

- Eu nem sei como te agradecer Sana.

- Apenas tente dormir um pouco, eu sei que agora não é fácil, mas você precisa disso... Amanhã vai ser o funeral, e acho que Jihyo iria querer te ver descansada.

- Obrigada por tudo. - Ela sorriu com os olhos ainda inchados de tanto chorar.

- Tenha uma boa noite. - Fechei a porta esperando que ela se sentisse confortável.

- Como ela está? - Dahyun que estava escorada na porta do outro quarto, perguntava preocupada.

- O amor da vida dela morreu em um acidente de avião, não posso nem imaginar como é a sensação.

- Isso me fez pensar que deveríamos parar de brigar e aproveitarmos enquanto estamos juntas. - Colocou os braços em volta do meu pescoço, aproximando nossos corpos.

- Vou dar tudo de mim pra te fazer mais feliz. - Toquei seu rosto o acariciando em movimentos delicados enquanto minha boca se encontrou com a dela. - Eu te amo tanto.

- Eu também te amo Sana... - Afastou seu rosto por um momento. - A propósito... Mina e Chaeyoung saíram pra procurar Caim e até agora não voltaram.

- O que???? - Me afastei rapidamente dela. - Eu não acredito que elas fizeram isso!!!! - Fechei a jaqueta e fui logo pegando as chaves do carro. - Mina não pensa mais, ela simplesmente faz as coisas, a convivência com a Chae não está ajudando.

- Sana elas devem estar bem amor, aonde você vai?

- Eu não sei, vou procurar elas, aquelas doidas com passagem na polícia!!! - Abri a porta da garagem e nem pensar, afundei o pé dando ré com um carro, sentindo um forte estrondo na mesma hora.

- O que foi isso? - Dahyun gritou de dentro da casa.

- Acho que... atropelei um cachorro. - Disse para mim mesma.

- O que amor?? - Dahyun gritou mais uma vez.

- Por favor não seja um cachorro. - Abri a porta do carro me levantando devagar. - Por favor não seja um cachorro. - Fui andando contando os passos até a parte traseira. - Por favor não seja um cachorro, por favor não seja um... Que droga, é uma mulher. - Meu coração acelerou como se fosse sair pela boca. - Espero que não esteja morta. - Me abaixei para sentir a pulsação, e ela parecia estar respirando. - Moça? Está me ouvindo? As pessoas ainda respiram segundos depois de morrer?

- Me ajude a me levantar... - Ela disse fraca.

- Graças a Deus você está viva!! - Coloquei seu braço envolta do meu pescoço e a ajudei a levantar. - Por favor me desculpe, não chame a polícia, eu já tenho problema demais.

- Não se preocupe Sana, está tudo bem. - Disse com dificuldades.

- Como sabe o meu nome? - Soltei seu braço e percebi que havia algo estranho com sua perna, parecia estar virada ao contrário

- Espere eu só preciso dar um jeito nisso. - Ela fez um gesto torcendo o membro, que logo voltou ao normal.

- Que merda foi essa?? - Me esquivei para trás.

- Sana sou eu, Lilith. - Ela ajeitou a roupa. - Eu preciso da sua ajuda.

TRICK IT - 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora