O Nascer de Um Novo Sol

2.6K 317 63
                                    

Harry não registrou absolutamente nada que acontecia no trem a caminho de King's Cross. Na verdade, ele mal percebia o que acontecia ao seu redor desde a manhã que seguira a terceira tarefa. Desde aquele momento, ele lembrava-se apenas de pequenas conversas aqui e ali, como a que acontecera logo antes de embarcarem na locomotiva vermelha, sobre o fato que Malfoy não entrara no trem junto com todos os outros.

Por volta do meio-dia, o garoto se levantou de seu lugar e saiu da cabine, assustando seus amigos, já que ele estivera completamente parado desde que a viajem começara.

Assim que saiu do compartimento, o Potter começou a procurar os gêmeos, precisava falar com os dois. Demorou um pouco, mas ele os encontrou em uma cabine junto de Lee Jordan, Angelina Johnson e Katie Bell.

— Fred, Jorge, posso... falar com vocês? — Ele pediu baixinho, sem olhar nos olhos de ninguém. Os dois Weasley se entreolharam confusos, entretanto concordaram e saíram do compartimento junto do mais novo.

— Aconteceu alguma coisa, Harry? — Fred perguntou em um tom sério, porém gentil. Desde que souberam do que havia acontecido no fim do torneio, a atitude de ambos mudara levemente em relação ao moreno, eles ainda faziam piadas, mas pareciam ter se tornado muito mais cuidadosos para não machucar os sentimentos do de olhos verdes.

— Eu quero lhes dar algo — Harry contou-lhes, ignorando os olhares ainda mais confusos dos dois garotos. Ele estendeu a bolsa com o prêmio do torneio para eles e continuou — Usem para a loja.

— O quê... — Jorge murmurou, parecendo momentaneamente confuso — Você pirou?

— Não, não pirei — O garoto assegurou-lhes.

— Nós não podemos aceitar! — Os dois negaram ao mesmo tempo.

— Escutem, — O Potter disse — eu não tenho nenhum plano para esse dinheiro e vocês perderam as economias que guardaram para a loja por causa de Ludo Bagman, não é? Acho que, com o que estamos prestes a encarar, uma loja de logros para melhorar o humor de todo mundo vai ser algo extremamente necessário, vamos precisar de algo para nos fazer sorrir e vocês dois tem talento para isso. Então, por favor, apenas aceitem.

Os ruivos ficaram sem falar por alguns segundos, antes de finalmente aceitarem, agradecendo imensamente ao mais novo, que, quando estava prestes a voltar para sua cabine, falou:

— Apenas não digam para a sua mãe que fui eu quem lhes deu isso, ok?

Os gêmeos concordaram com a cabeça, grandes sorrisos estampando o seu rosto. Se sentindo um pouco mais leve do que durante as últimas semanas, Harry voltou para o compartimento, sentando-se ao lado de Hermione. A garota o olhou com um olhar curioso, entretanto não perguntou.

O Potter dormiu durante o resto da viajem e, quando chegaram, ele notou a ausência dos Dursley na plataforma. Eles provavelmente haviam novamente se esquecido de busca-lo. Despedindo-se de todos e tomando cuidado para que não notassem que ele estava saindo sozinho, o de olhos verdes chamou um táxi, agradecendo pelo fato de sempre converter um pouco de seu dinheiro bruxo em dinheiro trouxa para o verão quando ia a Gringotes.

Quando chegou a casa N°4 da Rua dos Alfeneiros, o moreno bateu levemente na porta, esperando seus parentes lhe falarem para entrar. Não muito tempo depois, a voz de tio Válter soou, o mandando entrar na casa.

— Então você está de volta — O homem disse ao avistar o sobrinho.

— Sim, senhor — O garoto concordou.

— Vá logo para o seu quarto! — Ele rosnou para o outro, que apenas obedeceu calmamente.

Alguns minutos depois, Harry estava deitado na cama do seu quarto na casa dos Dursley. Ele olhou para fora da janela, por onde Edwiges acabara de sair, observando as estrelas enquanto ouvia os outros habitantes da casa se preparando para dormir.

Água-MarinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora