Água-Marinha

Novas Perguntas Sem Respostas

O moreno abriu calmamente os olhos, olhando ao redor em curiosidade. Ele sentia algo gelado e duro em suas costas. O garoto levantou o braço e observou os próprios dedos em curiosidade, os mexendo levemente. Um peixe passou na frente do mesmo, que olhou para o animal, inclinando levemente a cabeça, os olhos verde-água brilhando e o belo cabelo preto e sedoso flutuando ao seu redor.

Quando ouviu um barulho vindo de algum lugar mais acima, o menino virou o rosto para lá, antes de, por instinto, mover-se para cima, procurando a origem do som. Apesar da escuridão, o garoto não parecia nem um pouco afetado por aquilo, agindo como se tivesse lidado com aquela pouca claridade durante toda a sua vida.

No caminho para a origem do som, um peixe enorme passou por ele, esbarrando no moreno e fazendo com que ele se curvasse levemente para frente e soltasse uma exclamação de surpresa, vinda na forma de bolhas de ar, que subiram até sumir, seguidas pelo olhar curioso do mesmo.

Ele tentou pegar uma delas com a mão, surpreendendo-se quando ela se desfez com seu toque. Talvez pretendesse tentar de novo, porém o som que chamara sua atenção mais cedo voltou a alcançar seus ouvidos levemente pontudos, fazendo com que novamente se lançasse para cima na direção do barulho, notando a claridade aumentar conforme subia. Quando se aproximou, rapidamente parou de se movimentar ao identificar um ambiente diferente.

Mais para cima havia algo turvo, que dava para algo pintado de cores escuras e claras, com o vermelho e o laranja como cores predominantes. Era bonito, entretanto um pouco intimidador. Também era de lá que vinha a claridade e o barulho, o que fez com que o garoto tivesse de decidir entre a curiosidade e o medo que aquilo tudo lhe proporcionava.

Vagarosamente, o menino esticou a mão, permitindo que alguns dedos atravessassem a superfície turva. Assim que os dedos cruzaram aquele local, ele soltou uma exclamação de surpresa e os puxou de volta, assustado com a mudança de sensação daquele lugar. Olhou para cima com os olhos verdes brilhando de medo, a sensação ainda estava fresca o suficiente na memória para ele ter certeza que era um local antinatural.

Outro som veio daquele lugar que lhe parecia tão estranho, o que fez a curiosidade do garoto aumentar ainda mais, querendo saber mais sobre o mundo. Naquele exato momento um peixe passou rapidamente por si e pulou na superfície turva, ficando lá por alguns momentos, antes de reaparecer novamente em um ponto mais distante.

Finalmente, a curiosidade do menino venceu seu medo e ele novamente se permitiu a colocar a mão no estranho local, lutando contra a sensação esquisita que lhe proporcionava. Cuidadosamente, ele mexeu os dedos para frente e para trás, se surpreendendo ao ver que se moviam muito mais depressa. Com cuidado, colocou a cabeça no local turvo, porém apenas até os olhos, o resto do rosto permaneceu onde já estava antes.

O garoto olhou levemente ao redor, vendo como tudo ali era diferente e que, apesar de quando olhado de fora parecer turvo, não havia nada que fosse compatível com aquilo. O barulho que chamara sua atenção antes se fez novamente presente e ele girou a cabeça naquela direção, se surpreendendo ao ver dois seres lá, um deles era grande e tinha duas coisas longas descendo da cintura e que lhe sustentavam. O menino olhou para baixo de si, esperando ver as mesmas coisas em si, mas o que encontrou abaixo de sua cintura foi apenas uma longa peça que começava com a cor verde claro em sua cintura e ia mudando aos poucos até o azul claro da ponta, o formato era muito parecido com a parte detrás dos peixes, porém era muito maior. Aquilo fez com que inclinasse a cabeça levemente para o ser com os dois longos membros lhe sustentando, se perguntando o porquê do outro não ter o mesmo que si, afinal, devia ser trabalhoso ter de lidar com duas coisas, quando poderia estar se utilizando apenas uma.

Ainda mais curioso sobre o estranho ser, ele se aproximou de vagar e em silêncio dos dois seres, observando levemente o menor deles, que era coberto por algo que parecia extremamente macio e possuía quatro daqueles estranhos acréscimos, apesar destes serem bem menores que os do ser ao seu lado.