O sol ainda estava nascendo quando Draco teve de acordar graças a um barulho agudo ensurdecedor. Ele levantou-se repentinamente, olhando ao redor do quarto enquanto procurava a origem do barulho. Weasley, que estava acordado desenhando alguma coisa sob a luz fraca da varinha, o olhou confuso.
— Aconteceu alguma coisa? — O ruivo perguntou.
— Você... você não está ouvindo? — Draco questionou, ainda meio atordoado pelo sono.
— Ouvindo o quê? — Weasley disse, um olhar levemente preocupado começando a aparecer em seu rosto — Você está bem? Que tipo de som é?
— Cuidado Weasley, quase parece que você se importa — Draco murmurou irritado, o som agudo começava a causar-lhe uma forte dor de cabeça. Weasley arregalou levemente os olhos e abriu a boca para falar algo, antes de desistir e apenas falar:
— Esquece!
O som se tornava cada vez mais alto e, incapaz de aguentar aquilo por mais tempo, Draco levantou-se e foi até a porta.
— Onde está indo? — Weasley perguntou cautelosamente.
— Atrás da origem desse barulho infernal.
— Eu não faria isso, pode ser perigoso. Ouvir vozes ou barulhos que mais ninguém ouve não é normal, H-Malfoy — Ele comentou, mas Draco apenas resmungou algo inaudível e saiu do cômodo, fechando a porta atrás de si.
Encontrar a origem do som não era a mais fácil das tarefas, o barulho parecia vir de todos os lados e o garoto chegou a considerar que as paredes estivessem produzindo-o. Finalmente, quando sua cabeça estava começando a ameaçar rachar de dor, ele conseguiu localizar de onde o som vinha. Entretanto aquilo não o ajudou a ficar mais calmo em relação àquela situação.
A origem do som era a sala de duelos. Preocupado e com a mente cheia de possibilidades sobre o que poderia estar acontecendo, Draco abriu a porta da sala violentamente. A cena que o esperava era de Harry encolhido no canto do aquário, a cauda dobrada de forma que lembrava pernas, as mãos do meio-sereiano estavam nos olhos esfregando-os como se tentasse parar as grandes bolhas de ar que lhe escapavam dos olhos, que brilhavam intensamente. Pequenos soluços e um movimento desconexo da boca também eram possíveis de se perceber. Ao ver aquilo o sonserino percebeu que o que estava ouvindo, de alguma forma, estava sendo originado do choro e desespero do garoto.
Mais rápido do que achou que fosse possível, Draco chegou até Harry e se ajoelhou ao lado dele, falando calmamente enquanto tentava acalmar o outro. Após alguns minutos, as lágrimas de ar diminuíram e o brilho dos olhos também diminuiu sua luminosidade, a tornando quase imperceptível na sala de iluminação fraca.
— Eu vou subir, ok? — Draco falou — Daí você pode me contar o que aconteceu.
Apesar de ainda parecer prestes a chorar, Harry concordou com a cabeça, antes de subir em direção à parte mais alta do aquário enquanto Draco subia, um pouco mais devagar.
Assim que se sentou no teto do aquário e retirou o pedaço de sempre, a cabeça tristonha de Harry emergiu, murmurando diversas coisas desconexas em uma tentativa de se explicar.
— Calma, Harry — Draco falou calmamente — Lembra-se do que eu disse? Pense antes de falar, se não vai se embaralhar.
— Uhum... — Harry concordou. Ele respirou fundo algumas vezes, da mesma forma que Draco lhe ensinara, antes de continuar, ainda errando diversas palavras — Sono mau... hômens estanhos e assusadoes...
Draco tinha um sentimento ruim sobre esse sonho, mas disse bondosamente:
— Sonhos não são reais, Harry... não precisa se assustar...

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Água-Marinha
FanfictionLogo após voltar aos Dursley para o verão antes de seu quinto ano, Harry se envolve em um grande acidente, ao liberar sua herança de criatura em uma situação nem um pouco ideal. Agora todos têm que descobrir como lidar com um meio-sereiano adolescen...