Pela primeira vez Rony agradeceu pela mania de organização que Hermione tinha. No começo da vida a dois, ele quase enlouqueceu. E sempre evitava o quarto que acabou virando biblioteca/escritório, mas que ele sabia era o refúgio da esposa.
Respirou fundo enquanto lia as etiquetas das estantes. Parou em frente ao temido “contos de fadas". Não tinha boas lembranças com as fadas e não entendia o motivo dos trouxas as amarem.
— Que títulos esquisitos – fez uma careta – O que seria uma Cinderela? E por que dormir é algo belo? – Pegou logo todos os livros e ignorou suas questões pessoais.
Leu quase todos os contos enquanto Rose estava na escolinha de trouxas do bairro. Ficou incomodado com o jeito que retratavam as bruxas. Não entendia porque eram sempre feias e invejosas. Não achava certo criar sua filha com tais percepções.
Resolveu criar suas próprias versões dos contos de fadas trouxas.
Quando a noite chegou, escolheu uma das histórias daquelas pobres princesas indefesas. Rapunzel o nome da coitada. Tinha cabelos longos e provavelmente dores de cabeça por carregar tanto peso.
Rony sorriu:
— Era uma vez...
Quando terminou Rose o encarou com seus olhos enormes e brilhantes. Os cílios saltitantes.
— Pai, a professora conta essa história diferente.
Hermione que observava a cena da porta não segurou o riso, mas deixou que o ruivo explicasse tudo sozinho.
— Qual história é mais legal? – Ele questionou.
— Gostei que não temos bruxas más na sua. – Rose suspirou aliviada. – Mas também não tinha príncipe. E ela precisa de um príncipe.
— Ela não precisa, se salvou sozinha. – Rony sorriu. – As princesas podem tudo.
— Eu gosto dos príncipes. São heróis!
— Querida, princesas também podem ser heróis.
— Heroínas, papai.
— Isso. – Rony sorriu.
— Eu sou uma bruxa né? – ela questionou. Rony acenou afirmando. – Mas eu posso ser princesa também?
— A princesa mais linda, esperta e heroína de todas. – E com um pai coruja que ajeitava a coberta sobre a filha.
Rony beijou a testa da garotinha e estava quase saindo quando escutou:
— Mesmo assim vou querer um príncipe para mim.
Não foi a constatação mais feliz, mas no dia seguinte poderia insistir para sua filha desistir de tal ideia.
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De pai, para filha
FanfictionRony Weasley sempre foi inseguro. Nunca tinha certeza de nada. E muitas vezes parecia perdido em suas escolhas. No entanto ao longo dos anos percebeu uma constância em sua vida. As histórias antes de dormir, o beijo na testa e o boa noite. Lhe troux...