A culpa é sua! - Chensung ABO

Capítulo 6 - É isso mesmo que você ouviu

Meu omma chegou um pouco atrasado em casa por conta de um pedido muito grande no restaurante, então estávamos seguindo para a casa dos pais do Sung às pressas. Meu omma ficava dizendo que teria que pedir desculpas ao Taeyong hyung pela demora e o Jisung estava dizendo que não era necessário.

Chegamos apenas cinco minutos depois do horário combinado porque viemos quase que acima do limite de velocidade. Jisung bateu na porta e segurou minha mão, ele estava claramente muito nervoso ali.

A relação de Jisung com os pais era um pouco conturbada, mas não aquele tipo de clichê de pais conservadores que não deixam o filho fazer nada e ele se torna um completo fora da lei (até porque eu não me relaciono com foras da lei), o caso dele é mais porque ele brigou com o pai alfa dele, que não queria deixar o Sung se mudar para o apartamento. Mas eu posso garantir a vocês que o Taeyong hyung e o Jaehyun hyung são incríveis.

Eles são incríveis, mas meu medo deles ficarem extremamente decepcionados conosco ainda existia, então quando Taeyong abriu a porta com um sorriso, toda a calmaria que eu estava tentando passar para o Jisung foi pro saco.

- Boa noite! Quanto tempo eu não vejo vocês! – Ele disse me abraçando e em seguida meu omma – Entrem, fiquem à vontade, o Jae tá tentando fazer churrasco nos fundos, vocês sabem como ele é.

Entramos em direção ao quintal e várias lembranças foram passando em minha mente, eu e o Sung costumávamos brincar bastante aqui: O corrimão da escada era nosso escorregador, as almofadas da sala eram nossas arminhas, nos escondíamos para espiar o tio Tae atrás do balcão e isso sem contar a (não tão) enorme casa na árvore dos fundos.

Encontramos o tio Jae tentando colocar fogo nos carvões (ele nunca foi bom nisso), posso afirmar que para o bem de todos os presentes, meu omma foi ajudar.

- Oi Kun! O salvador da pátria chegou – Ele riu e deu um abraço desengonçado no meu pai – Lele! Como você cresceu! Nem parece aquele ômegazinho remelento que ficava bagunçando minha casa.

- Vocês não se vêem há seis meses, pai – Jisung cruzou os braços e revirou os olhos quando Jaehyun me abraçou – Não é como se ele tivesse mudado muito em seis meses.

- Oi pra você também Jisung – Jaehyun disse – Sentem-se, garanto que o churrasco vai sair rapidinho agora. O Yong só está terminando o arroz, daqui a pouco ele se junta a nós e o Woo falou que ele e o Lucas chegam em cinco minutos.

Nesse meio tempo nos sentamos e ficamos observando meu pai ensinar o tio Jae a acender a churrasqueira pela terceira vez. Jisung aproximou sua cadeira da minha e praticamente se agarrou no meu braço, depositando um pequeno carinho nas costas da minha mão. Ele estava muito mais carinhoso do que o normal, muito por conta do lobo dele reagindo à coisinha (não estou reclamando, na verdade, quem não gosta de um cafuné de vez em quando? E não, eu não tô sensível, parem com isso).

Exatos cinco minutos depois, o Jungwoo, ômega irmão mais velho do Jisung, chegou com seu namorado Lucas. Era engraçado a relação deles, consistia no Lucas tentar fazer alguma bobagem e o Woo impedir.

A relação deles era bem antiga, desde que eu era pequeno o Lucas tentava conquistar o ômega de curvas bonitas e traços finos, mas o Woo nunca dava bola. Nada que uma boa bebida e uma serenata não resolvam.

- Boa noite! – Ele cumprimentou a todos e se sentou, depois de impedir que o Lucas quase caísse da cadeira (segurei o riso na hora, mas passo bem). Tio Tae já tinha se juntado a nós e estava conversando com meu omma perto da churrasqueira, mas quando o Woo chegou, todos se sentaram e ficaram encarando o Jisung, que agora estava com a cabeça apoiada no meu ombro.

Eu dei uma leve cutucada nele e ele se sentou direito, então as primeiras carnes começaram a ficar prontas. Comemos enquanto conversávamos e eu tentava não surtar de nervoso, mas vamos direto ao ponto (eu sei que é isso que vocês querem ver e não a história de como o Lucas fez um gato cair no bueiro).