Capítulo 13 - What she's dreaming?

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Cheryl POV

Meia hora mais tarde, quando Betty estava dormindo pacificamente ao meu lado, eu ainda não conseguia deixar de sentir. Eu ainda não queria aceitar que, na realidade, tudo isso estava realmente acontecendo. Eu não queria aceitar que, de fato, a minha filha estava viva, eu me recusava a acreditar que Toni realmente estava a apenas algumas horas de distância de retornar para o meu lado mais uma vez e para sempre.
Seria verdade? Seria possível que, eventualmente, tudo iria voltar ao normal, o nosso normal? Voltar a forma como tudo era antes de sua morte?
Eu não acreditava que fosse possível, mas eu não ia deixar isso me derrotar sem ao menos lutar pelo o que eu mais queria.
- Eu não posso deixá-los morrer. – Betty murmurou em seu sono.
Inclinei-me um pouco curiosa. O que alguém como ela poderia estar sonhando?


Betty POV

- Quem me bipou? – eu perguntei entrando pelas portas da ER.
- Betty! Você tem que ajudá-la!
- Josie? O que aconteceu? – perguntei preocupada, vendo que toda a sua camisa estava manchada de sangue. – Swett está bem? Você não deveria estar em sua lua de mel?
- Estamos bem. – ela respondeu rapidamente e eu me permiti respirar aliviada. – É ela quem precisa de ajuda.
Voltei minha atenção para onde Josie apontou e quebrou meu coração ao ver que era uma mulher grávida.
- Tudo bem, o que temos aqui? – eu perguntei ao estagiário que tinha o prontuário em suas mãos.
- Mulher com idade entre 30 e 35. Quatro meses de gravidez. Ela ficou inconsciente por mais de uma hora. Tem quatro costelas quebradas, hemorragia interna na perna e uma contusão na cabeça que não para de sangrar, juntamente com vários ferimentos superficiais. Sua frequência cardíaca está muito instável. O sangramento interno pode ser contido, mas o bebê está em sérios apuros.
- Prepare uma OR imediatamente. E eu quero um ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada agora! - eu apontei para o estagiário e depois virei-me para uma enfermeira. – Quem é o atendente de plantão esta noite?
- Não há atendentes no hospital neste momento. – ela me respondeu com um olhar nervoso.
- Onde está o residente sênior encarregado?
- Você é a pessoa com mais autoridade que temos hoje à noite, Dra. Cooper.
- Você está brincando comigo? – eu perguntei incrédula, começando a ficar um pouco nervosa. – Eu sou apenas uma residente do segundo ano! Não há nenhuma maldita maneira de eu ser a responsável pela ER!
- Aparentemente sim, você é. – a enfermeira me disse, olhando para mim com certo desgosto. Isso era algo que eu tinha que lidar todos os dias. As pessoas não me davam credibilidade pelo o fato de eu ser residente, porque eu era muito jovem. Muitos deles diziam que não poderiam respeitar uma "menina" e vários estagiários riam de mim porque eu estava prestes a terminar o meu segundo ano e não tinha nem 23.
- Dra. Cooper! – o estagiário veio correndo até mim. – A paciente entrou em trabalho de parto há mais de três horas atrás. Além disso, seu coração está completamente desequilibrado e as estatísticas do bebê estão uma bagunça total.
- Deus. – meu nervosismo aumentou ainda mais. – Alguém chame Jughead Jones!
- Eu já fiz isso. – Josie me disse, vindo para o meu lado. Eu tinha esquecido completamente que ela estava aqui. – Respire fundo, relaxe e pense racionalmente. – ela colocou a mão no meu ombro. – Jug está chegando.
Eu balancei a cabeça. Josie estava certa, este não era o momento para ficar paralisada pelo medo.
- Wilson, eu quero os resultados do MRI e CT pra ontem! – rosnei e o estagiário correu sem pensar duas vezes.
Comecei a caminhar ao redor da sala, jogando meu cabelo e pensando em milhares de maneiras de salvar a vida daquela mulher. Não seria uma tarefa fácil, mas eu também sabia que eu poderia salvá-la, o bebê era outro problema totalmente diferente, ele não tinha salvação, porque uma vez que a mãe entrou em trabalho de parto era impossível parar as contrações e não havia nenhuma maneira possível que um bebê de apenas quatro meses fosse capaz de sobreviver fora do útero.
- Onde você a encontrou? – perguntei aos recém-casados. Swett caminhou até nós com suas roupas igualmente sujas e colocou-se ao lado de sua esposa.
- Nós a pegamos na estrada, ela estava caminhando um pouco vacilante em uma tempestade de neve na periferia da cidade. – Josie me disse, enquanto me dava um olhar preocupado.
- Ela estava sangrando em grandes quantidades e estava quase hipotérmica. Assim que entrou no carro ela ficou inconsciente. – Swett adicionou. – Ela não tinha nenhuma identificação e não conseguia falar quando perguntamos o que tinha acontecido.
- Ela é uma Jane Doe?
- Dra. Cooper. – o estagiário voltou com uma cara horrorizada. – CT e MRI estão normais, mas as contrações estão aumentando aos poucos e a frequência cardíaca do bebê está muito instável.
- Leve-a para a OR. AGORA!
- O que você vai fazer, Betty? – Swett perguntou.
- Eu tenho que cortá-la, preciso salvar o bebê. – eu disse, passando a mão pela minha cabeça completamente desesperada. De repente, a ideia me veio à cabeça... clara, perigosa e muito tentadora. – Eu acho que há uma possibilidade de tentar parar as contrações. Eu venho estudando um procedimento complicado, nunca foi feito por um médico, mas pode ser muito eficiente.
- Acha? Pode? Nunca foi feito? – Josie me olhou como se eu fosse louca.
- Ela é uma mulher jovem, limite-se a salvar sua vida, ela pode ter mais filhos depois. – Swett aconselhou.
- O coração desse bebê ainda está batendo, ele ainda está vivo e meu dever como médica é salvar vidas, meu juramento me obrigada a salvar a vida do bebê. Eu não vou ficar de braços cruzados apenas observando uma criança inocente morrer na minha frente, eu não me importo com as consequências. Eu vou lutar pela vida dessa criança.
- Você pode perder toda a sua carreira por causa de erro caprichoso, Betty. – Josie disse, parecendo séria.
- A OR está pronta, Dra. Cooper. – uma enfermeira me disse.
- Eu provei que sou inteligente o suficiente para fazer qualquer coisa. – eu sorri calorosamente. – Se isso der errado, eu sempre sonhei em ser cantora e ainda sou jovem para fazê-lo. – pisquei e logo depois saí correndo para o andar cirúrgico.
Cinco minutos mais tarde, eu estava devidamente vestida e pronta para operar uma mulher que estava prestes a perder uma vida dentro de seu útero.
- O que diabos você pensa que está fazendo? – Jughead me perguntou quando eu terminei de limpar as mãos.
- Você está indo para salvar a vida dessa criança? – eu perguntei de forma direta.
- Eu li o prontuário, Betty. É impossível salvá-lo. – ele sussurrou. – Às vezes você tem apenas que deixar ir.
Eu balancei a cabeça furiosamente. Jughead estava errado, eu poderia salvá-los.
- Você está desperdiçando seu tempo, Jones. – comecei a caminha em direção a sala de cirurgia.
- O que você está fazendo?
- Eu estou indo salvar a vida desta mulher e seu bebê. – eu disse casualmente.
- Eu não lhe autorizo a fazer esta cirurgia, Dra. Cooper. – ele me puxou pelo braço para tentar me impedir.
O sangue começou a ferver dentro do meu corpo.
- Tente me parar, Dr. Jones. – eu tentei puxar meu braço, mas ele não me deixou ir.
- Betty, não faça isso. Você terá milhares de oportunidade para provar o quanto é boa, por favor, não jogue sua carreira no lixo. – seus olhos verdes estavam me perfurando. Ele realmente estava preocupado comigo, mas eu não podia voltar atrás agora, porque eu tinha feito um pacto em silêncio com a mulher e seu filho.
Eles não iriam morrer.
- Eu não posso deixá-los morrer. – eu suavemente coloquei minha mão na sua. Jughead olhou para mim por alguns segundos, agora seus olhos estavam totalmente frios.
Eu tentei novamente puxar meu braço de seu aperto e desta vez ele não me impediu.
- Eu tenho que fazer isso. Não é para provar o quanto sou boa, porque eu não preciso disso, nós dois sabemos que eu sou a melhor no que faço. – eu sorri, mas ele nem sequer devolveu o gesto.
– Eu tenho que fazer isso por eles, por esta mulher que está deitada na minha mesa, incapaz de lutar pela vida do seu filho, esperando para ser salva, tenho que fazer isso por aquela criança que nem sequer viu a luz do dia e não pode lutar por si mesma, porque não tem força o suficiente. Eu fiz uma promessa e eu vou salvá-los.
Jughead me olhou profundamente com seus olhos verdes brilhando todos os sentimentos. A raiva e o orgulho eram o mais predominante nele.
- Tudo bem. – ele disse e em seguida começou a lavar as mãos. – Eu estarei observando você. Quero estar na primeira fila quando você perder a vida dessa mulher na frente de seus olhos, uma vida que poderia ser salva se você não fosse tão teimosa.
- Obrigada, obrigada por sempre me apoiar. – eu disse ironicamente.
Ele sorriu para mim e me deu um beijo na bochecha antes de entrar na OR.
- Você sabe melhor do que ninguém a razão que eu tenho para fazer isso.


Cheryl POV

Depois dessas palavras estranhas, Betty não mencionou mais nada.
- Cheryl. – Fangs estava encostado no batente da porta. Os braços cruzados e franzindo a testa para algo.
Eu levantei uma sobrancelha esperando que ele continuasse.
- Daniel acordou e está chamando por você. – ele me informou. Eu balancei a cabeça e lancei um olhar preocupado para Betty, eu não estava muito feliz em deixá-la sozinha.
- Ele pode esperar por mais alguns minutos, eu vou esperar até que uma enfermeira venha para ficar com Betty. – eu falei, pressionando o botão e sabendo de antemão que iria demorar alguns minutos até a enfermeira chegar.
- Eu não entendo. – meu amigo me disse. – Eu não entendo como você pode confiar nela depois do que ela fez com você.
- E o que exatamente ela fez pra mim, Fangs? – eu perguntei um pouco irritada com o desprezo que tinha aparecido em sua voz.
- Ela mentiu, e por último mas não menos importante, também te machucou.
- Betty explicou por que ela fez o que fez e já pediu desculpas. O que mais você quer dela?
Fangs deu de ombros e isso só conseguiu me irritar mais. Qual era o problema dele?
- Ela é única que está trazendo de volta a pessoa eu mais amo em toda a minha vida, Fangs. É graças a ela que Daniel vai ter um futuro próspero e saudável, por que eu não confiaria nela? Como eu não confiaria na pessoa que me deu esperança de novo?
Fangs deu de ombros novamente.
- Eu simplesmente não confio nela. Eu não posso confiar nela, isso é tudo.
E dizendo isso, ele olhou para a cama e saiu do quarto da mesma forma silenciosa que chegou.
Eu fui deixada em pensamentos. Qual seria a razão pela qual, uma das pessoas mais maravilhosas que eu conheço, podia suspeitar de Betty dessa forma?
- Eu te amo Jughead Jones. Sempre amei e sempre amarei.
Suas palavras não me surpreenderam, porque na noite anterior Betty tinha me dito que também perdeu a pessoa que mais amava.
Será que Jughead Jones era o dono do coração de Betty Cooper?
Pelo sorriso brilhante que adornava o jovem rosto médico, eu tinha certeza que a resposta para essa pergunta seria um retumbante sim.

Remember Me - versão CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora