twenty-four

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Tentei me recuperar depois de ter desabado em choro dentro do carro, o que foi uma tentativa falha pois logo a ansiedade atacou.

Peguei meu celular e disquei um número.

call on

- mamãe? - eu disse assim que a ligação foi atendida.

- querida? o que houve? - Anne me perguntava preocupada.

- você ainda me ama? - eu perguntei enquanto várias lágrimas caíam pelo meu rosto.

- é claro que eu amo! você é minha filha! - ela disse como se fosse óbvio. - o que tá acontecendo, meu amor?

- eu não aguento mais, mamãe. - eu falava enquanto tinha voz de choro, minha voz falhava a cada palavra que eu dizia.

- vai ficar tudo bem, filha, mamãe ama você, demais. - meu coração ficou tão apertado com aquelas palavras e tão aconchegado.

- mas eles me odeiam, eles não falam comigo vai fazer um mês.

- vem aqui na casa da mamãe, vou cuidar de você, anjinho. - ela falou em um tom tão carinhoso de mãe.

- tá bom. - respondi enquanto tentava parar de chorar.

- amo você, até logo.

- também amo você, mamãe.

call off

Assim que eu falei com ela pude me sentir um pouco melhor, pelo menos ela não me odiava. Dirigi de volta pra minha casa, onde tomei um banho e sai indo pra casa da minha mãe.

Bati na porta esperando alguém me atender, demorou uns minutos até ela vir abrir aborta.

- filha! - ela disse vindo me abraçar, o abraço dela era tão aconchegante.

- mamãe. - disse sem sair do seu abraço.

- como você tá? - ela perguntou se afastando. - vem entra, tô fazendo torta de limão pra você.

- não precisava. - eu falei enquanto entrava na casa.

- preparei seu quarto também, vai dormir aqui hoje não vai? - ela tinha um sorriso no rosto, eu assenti com a cabeça.

Logo nós duas estávamos na cozinha, eu tava sentada na mesa enquanto ela fazia um suco de laranja.

- tava pensando aqui, nós podíamos maratonar Harry Potter igual nos velhos tempos, o que você acha? - ela perguntou olhando pra mim e sorrindo.

- acho ótimo, mãe.

Quando eu era adolescente e tinha meus surtos, geralmente porque uma garota havia quebrado meu coração, mamãe, Harry e Gemma maratonavam Harry Potter comigo. De algum modo eles fizerem aquela sequência de filmes se tornar meio que um aconchego entre nós. Torta de limão, suco de laranja, chocolate quente, batatas fritas, nós sempre comíamos isso enquanto maratonavámos os filmes.

Fui tirada de meus pensamentos quando a campainha tocou.

- atende pra mim, filha? - mamãe falou me olhando.

- claro. - disse me levantando e indo até a porta.

Assim que eu abri a porta pude ver Harry e Gemma com caixas nas mãos.

- maninha. - Harry disse enquanto me olhava. - pega aqui. - ele disse enquanto me entregava a caixa, eu fiquei parada, ele falou comigo numa naturalidade.

- ei, s/n. - Gemma disse enquanto vinha em minha direção deixando um beijo na minha bochecha.

Eu não tava entendendo nada do que tava acontecendo ali.

- filhas, larguem as caixas aqui. - mamãe disse apontando para o chão. Nós duas nos dirigimos até o lugar que mamãe havia apontado, largamos as caixas ali e logo depois Harry entrou com outras duas caixas e largou ali.

Eu olhava pra ele tentando entender, será que ele tava com alzheimer e se esqueceu de tudo que aconteceu?

- ei. - ele disse aproximando de mim e logo me abraçando. - me desculpa, fui um idiota filho da puta, desculpa mamãe. - ele disse alto assim que havia falado "filho da puta". - não devia ter deixado você sozinha, devia ter sido um irmão melhor e ter ido visitar você no hospital.

- tá tudo bem. - eu disse tentando sair do abraço falhamente já que ele me abraçou ainda mais forte.

- desculpa, sei que você não é igual sua família biológica, fiquei com medo e fui um covarde, não pensei na possibilidade que você também estivesse com medo.

- não devia ter me deixado sozinha mesmo, foi horrível. - eu disse enquanto sentia meus olhos lacrimejarem.

- eu sei, eu sei. - ele disse me abraçando ainda mais. - desculpa, mas agora eu tô aqui com você e espero que me perdoe.

- relaxa. - eu disse e logo ele me soltou do abraçou, encarei o mesmo que deu um sorriso triste.

- desculpa também. - Gemma disse fazendo carinho nas minhas costas. - fomos babacas, acabamos esquecendo seu eu verdadeiro.

- tudo bem. - disse deitando a cabeça no ombro dela.

Nós quatro passamos o dia inteiro vendo Harry Potter, comentávamos sobre cada coisa que acontecia no filme, jogamos adedanha, Quest, uno e banco imobiliário, assistimos os videocassete que mamãe guardava da nossa infância, vimos várias fotos de quando éramos crianças e também de quando éramos adolescentes, ficamos relembrando de várias coisas que já aconteceram conosco, coisas engraçadas, fofas, tristes, sentimentais, felizes.

- o que você vai fazer então? - Harry disse pra mim depois que eu havia contado tudo que tinha acontecido nessas últimas semanas. Estávamos deitados na cama, eu, ele e Gemma, estávamos com uma máscara hidratante no rosto, era até uma cena engraçada de se ver.

- não sei, tô com medo. - disse enquanto nós três encaravámos o teto.

- devia bolar um plano com a polícia. - Gemma disse.

- ia colocar ela em perigo. - Harry disse preocupado.

- se eles continuarem soltos vão colocar ainda mais pessoas em perigo. - Gemma afirmou, ela tinha razão.

- ela tá certa. - eu disse e ouvi Harry bufar.

- contanto que você não acabe morta com tudo isso. - ele disse entrelaçando nossas mãos, fiz o mesmo entrelaçando minha outra mão na da Gemma.

- eu amo vocês. - eu disse baixo.

- nós também te amamos. - eles disseram baixinho em uníssono.

./

atenção o final vai ser surpreendente e vocês vão me odiar! mas pra compensar eu vou começar a escrever uma outra fic só que brega da kendall com uma s/n, provavelmente vou postar só quando terminar de escrever essa.

votem e comentem! fiquem bem! <3

Nós - Kendall e S/N &lt;3 Onde histórias criam vida. Descubra agora