II

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Fazia um lindo fim de tarde, com o sol a se pôr deixando o céu em uma magnífica mistura de cores, com o azul, laranja e rosa a misturar-se harmonicamente. E em meio a todo esse encanto, Kiara Ferraz estava a ter um verdadeiro bloqueio criativo, saíra de casa com o objetivo de pintar uma paisagem, mesmo sendo extremamente comum. Porém, nem o céu no pôr-do-sol conseguiu cativá-la a colorir a tela em branco na sua frente. Então admirou a pintura divina até o Sol sumir completamente e outras estrelas começarem a surgir no céu noturno.

Às 21:18, Kiara estava à porta do quarto de Cléo a espera-lá já que, mesmo tendo sido a primeira a começar a se arrumar, ainda não estava pronta.

- Demore o quanto quiser irmãzinha, não é como se tivéssemos alguma hora pra chegar - ironiza Kiara enquanto bebe outro gole de café.

- Não precisa reclamar tanto Kiara, você sabe que todo mundo sempre chega atrasado - responde Cléo com a voz abafada pela porta – além disso, Flora também não está pronta.

- Ela provavelmente desistiu de ir, deve ter se tocado que o baile será chato e o quão sem sentido é comemorar a virada do ano, afinal, ele acabou, não é como se algo fosse mudar realmente.

- Por que você tem que ser sempre tão pessimista? – pergunta Cléo.

O que as meninas não perceberam foi que pela janela era audível uma risada melodiosa vinda de um banco no jardim, logo abaixo de um poste de luz. Flora, uma árdua leitora que esquece do mundo ao seu redor quando lê, e de festas de amigos. Mas é muito bem lembrada quando Nádia a encontra e lhe fala o quanto está atrasada.

- Não precisa se preocupar Nádia, podem ir na frente, eu vou depois e falo com Sara – responde levantando-se para entrar na casa.

- Tudo bem, mas precisa parar de perder a hora com isso, você sabe que eu apoio que goste de ler, mas você precisa se lembrar de viver – Nádia fala enquanto suspira e entra na casa junto a enteada.

...

A decoração do baile estava de tirar o fôlego, com árvores brilhantes e floridas em um túnel na entrada e do lado de dentro muitas luzes presas ao teto, junto a algumas gaiolas de ferro cheias de flores, que pareciam a morada de algumas fadas. Além do salão estar adorável, os jardins nos fundos da casa também faziam parte, com as plantas iluminadas e toda a decoração nas cores branco e dourado. Bem como era possível observar que, os convidados com suas roupas em cores claras e máscaras combinavam divinamente com cenário mágico criado por Sara Rocha.

Ao chegar, Flora foi atingida por uma forte mistura de perfumes o que a deixou um pouco enjoada, o que a fez optar, como outros convidados, a seguir para os jardins. É quando ela o vê e todo o ar some de seus pulmões. André estava deslumbrante com seu terno branco e os cabelos bagunçados e caminhando calma e diretamente na direção de Flora.

- Você está ótimo! – fala Flora quando ficam frente a frente – devia usar branco mais vezes.

Ele demora um pouco a responder admirando-a e quando finalmente consegue falar, responde com seu sorrisinho de lado:

- E perder meu estilo de bad boy? Nunca!

- Ou, você poderia aceitar que não é, nem de longe, um badboy.

Não muito longe, em uma das portas do salão, uma mulher elegantemente vestida aproxima-se de Nádia com um objetivo e ao colocar seu melhor sorriso apresenta-se.

- Olá, meu nome é Valentina Silva, nos falamos por telefone...

Ao longe um trovão ressoa, mas estão todos tão absorvidos pela festa que ninguém o ouve realmente. Na verdade, muitos casais formam-se na pista de dança pelo começo de uma música lenta. Era possível sentir a felicidade deles, como se todos os sonhos pudessem se realizar no espaço/tempo de uma música.

Quando as Estrelas MorremOnde histórias criam vida. Descubra agora