cap. 2

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Aqueles olhos pousaram nele e entraram em alerta, alargando-se  antes que a mulher se começasse a mover.
Ruídos altos e angustiados se ouviam  enquanto ela lutava para se afastar de Bil, os sons ficavam mais dolorosos e desesperados quanto mais ela tentava. Foi um som de partir o coração.

E foi nesse momento que ele desceu os olhos pelo corpo da sereia, e viu linhas de plástico à volta dos seus braços cortando a sua pele e na sua cauda, a razão porque ela estava ali deitada. A rede tinha cortado sua pele de modo, os seus braços tinham linhas vermelhas severas de feridas com sangue que se formaram por causa da rede.

Ele se ajoelhou para tentar desembaraçar a linha, mas a única coisa que conseguiu foi a sereia recuar rapidamente. Seus olhos curiosos estavam arregalados olhando para ele com medo.

'Shhh, está tudo bem. Eu não vou te magoar, ' - Bil disse num tom calmante e baixo.

'Vai ficar tudo bem, eu só quero te ajudar. Por favor.'  Ele estendeu a mão com cuidado, devagar, para que ela  pudesse ver o que ele estava fazendo com as mãos.  No momento em que suas mãos tocaram as linhas, duas lágrimas escorreram pelo rosto da sereia. 

Bil não queria nada mais do que enxugá-las, mas se absteve de fazê-lo.

Em poucos minutos Bil conseguiu retirar a rede em volta dos braços da sereia, dando ela suspiros de alívio por finalmente estar livre. Mas quando chegou a cauda Bil não conseguiu retirar a rede . O plástico estava enrolado com tanta força em torno da cauda que ele não conseguia quebra-lo.

 Olhando para o rosto dela, ele viu que os seus olhos haviam se fechado, sua expressão estava dolorida e angustiada, e ele tomou uma decisão em segundos. 
O mais suavemente que pôde, ele  ergueu o corpo dela em direção ao seu peito.

E pensou, que esta pode ser a pior ideia que ele já teve. E foi em direção ao seu carro.

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