Ao sair da reunião na cabana, Nestha e Lissa se encontravam em uma área cheia de árvores.
Elas andaram por uns dez minuto. Passando por diversas cabanas no caminho, de diferentes tamanhos. Porém todas tinham a mesma aparência, uma escadinha de três degraus na entrada que levava a uma varanda, uma porta de entrada na frente, juntamente com uma janela. A cor marrom, com cobertor branco na parte superior, deixava as cabanas um pouco encantadoras.
Pararam em frente uma cabana de dois andares. Por fora, ela tinha a mesma aparência das outras.
Lissa foi até a entrada da cabana e parou.
– Aqui é onde você vai ficar – disse Lissa. – Eu não vou entrar com você, mas seu quarto é no final do corredor.
Nestha assentiu como resposta.
– Podemos conhecer o acampamento amanhã, se quiser – Lissa sugeriu.
Novamente, ela apenas acenou.
– Bom... a gente se vê então – se despediu Lissa
Ela entrou na casa e prontamente subiu as escadas que ficava na sala, sem se importar em olhar ao redor.
Um degrau fez um barulho absurdamente alto, trazendo lembranças que ela ainda luta para esquecer. Ela ignorou rapidamente, se concentrando em continuar subindo. Ao chegar ao segundo andar havia um grande corredor com quatro portas. Ela foi até o final e à abriu.O quarto era pintado de cinza claro, com uma enorme cama no meio. Havia uma grande janela com pesadas cortinas brancas abertas. Na parede contraria a janela havia uma porta, que provavelmente levava ao banheiro. Havia uma cômoda e uma poltrona no cômodo, também. Era simples, mas era o suficiente.
Nestha fez o que queria fazer desde que pousou no acampamento. Ela foi até a cama, entrou debaixo das pesadas cobertas e fechou os olhos.
Ela se sentia completamente esgotada, mas infelizmente não conseguiu pegar no sono. E ficar deitada em silêncio faz os demônios se soltarem.
O que eles queriam dela, porque leva-la até o acampamento, ela se perguntava. Como esse lugar imundo iria ajuda-la?
Ouvir eles falando o tempo todo na reunião foi tão cansativo. Ela ouvia tudo, mas não se apegava as palavras, era como se não estivesse ouvindo de verdade. E tentar manter o foco, tentar prestar atenção, tentar entender o que eles conversavam, era tão, tão estressante e cansativo.
As palavras da Amren ainda rondava sua cabeça "você se tornou um desperdício". Deuses, como ela queria que não fosse verdade. Mas até ela conseguia ver a casca que havia se tornado. Eles achavam que ela não percebia, mas ela sabia que tinha emagrecido uns dez quilos ou mais. Ela sabia como seus ombros estavam absurdamente magros. Como suas coxas que se tocavam quando andava, mal chegavam perto uma da outra.
"Você se tornou um desperdício"
Ela sabia disso. Ela sempre soube disso.
Desde a morte de sua mãe, ela se perguntava o que estava fazendo o tempo todo, ss algo bom a aguardava no futuro. Se ela soubesse que era isso, teria desistido muito tempo antes.
Desistir
Uma palavra com apenas oito letras que significa tudo e nada ao mesmo tempo. Ela pensava nessa palavra constantemente. Seria considerado desistir quando só estava à procura de algo, mesmo que indiretamente? Quando só queria se sentir bem, amada e segura? Quando só queria parar de não sentir nada, e sentir alguma coisa boa que não fosse raiva e dor o tempo inteiro. Não das pessoas, não mais. Mas dela mesma.
Ela estava tão, mais tão cansada de se sentir com raiva. Mas tudo a estressava ultimamente, mais que o normal, e ela se apegava a isso, ela tinha que se apagar.
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Corte de Penumbra e Agonia (Nessian)
FantasyNestha foi mandada ao acampamento illyriano contra sua vontade, agora terá que se adaptar à nova casa. Justo nesse momento, os poderes dela finalmente resolvem aparecer. Cassian quer ajudar Nestha a superar seus traumas. Porém é difícil ajudar algu...