Domingo
Abri os olhos sentindo seu corpo quente colado ao meu, algo bem animado encostado na minha coxa. Sorri ainda sonolenta abrindo espaço para que ele fizesse o que desejava. Não gostava muito de beijar sem escovar os dentes, mas depois das suas tentativas cedi entrando de vez na brincadeira e aproveitando bem aquele tipo de bom dia.
Hélio foi preparar o nosso café enquanto eu tomava banho. O problema era que eu não tinha intenção de passar a noite quando vim para cá e também não queria usar a mesma calcinha, o jeito foi vestir o short sem calcinha e ir para casa assim que tomasse o café. De qualquer forma no domingo minha vó chegava logo cedo para o almoço, e eu não estava a fim de ter que explicar para ela onde tinha passado a noite. Ele era gentil, mas esse tipo de coisa ela não tolerava, e esse foi um dos motivos da minha mãe ter fugido de casa. Mesmo que ame muito vovó ela diz o que quer e eu não estava nem um pouco querendo ser o tema do almoço.
Escutei umas vozes masculinas vindo da sala. Me olhei no espelho, a roupa era de passear na paria, o rosto estava brilhante, e isso foi o que mais gostei no meu reflexo, fazia tempo que não passava a noite com um cara bom de cama e melhor ainda, muito bom de trocar ideias. Era o jeito, eu que tinha sair do quarto e passar pelos seus clientes.
Ao chegar na sala estaquei. Dois homens de ternos preto, pareciam terem armas por baixo do paletó. Eles encaravam Hélio que me olhou assustado, mas logo voltou seu olhar para o terceiro homem, que só agora eu o via, sentado a sua frente usando um terno azul noite. — Tudo bem, aceito seus termos. — Disse o homem de terno azul, levantando-se do sofá. — Vá cuidar da sua companhia, amanhã logo cedo me envie os dados que preciso. — O homem de terno azul com cara de chefe da máfia de filme antigo, estendeu a mão para Hélio, que hesitou meio segundo até segurar a mão do homem que tinha um sorriso cínico.
Esperei ainda no meu lugar os três homens saírem do apartamento. E vi Hélio correr até a porta e trancá-la de chave, mas acho que se aquele homem de terno quisesse voltar para cá, nada o deteria.
— Quem são eles? — perguntei baixinho, nunca tinha visto uma arma em toda minha vida, mas sabia que dentro do terno do possível chefe da máfia e seus capangas havia armas.
— Um problema que pensei ter resolvido. — Hélio reponde vindo até mim e dei um passo para trás. — Nada vai te acontecer. Confie em mim.
— Você trabalha para eles, é isso não é? Eles são um tipo de máfia e você é um mafioso.
— Não, nada disso, eles são bandidos sim, mas meu trabalho é apenas a contabilidade e indicações de como e onde ele deve investir.
— Hélio, se você trabalha para os bandidos, você também é um bandido. Meu deus, eu transei com um vilão.
Estava chocada, em toda minha vida nunca imaginei me envolver com um bandido.
— Na vida real não existe isso de herói e vilão. A gente se vira, a gente faz o que pode. Acha que quis trabalhar para eles? Não queria. Mas ele me achou e me iludiu. No começo ele era um cliente, um herdeiro que queria investir em ações, ele gostou do meu trabalho e de como tripliquei sua fortuna. Isso já tem um ano. Pedi demissão, não quero participar de nada disso. Mas pelo que ele me contou hoje, ninguém sai da sua empresa.
— Hélio, isso tudo é muito louco, tem que ter uma saída. Denuncie eles para a policia.
— Não estamos em um filme, sem provas nada do que eu disser tem valor. Todo dinheiro dele parecesse ser legitimo e eu o invisto nos lugares certos. E ainda tem um problema maior, se ele for preso eu também vou. Eu nunca faria isso com minha tia. Um desgosto assim acabaria com ela. Hoje vi que estou preso a ele, mas vou arquitetar um meio de me livrar dessa roubada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão e Sonho
Cerita PendekUm conto para ler e relaxar. Uma paixão surge na vida de Nanda, bem quando, titubeia seguir ou não seu sonho.