E se Odasaku tivesse uma irmã, uma irmã que fora obrigada a trabalhar para seu pior pesadelo, a Máfia do Porto. Mesmo após tentar inúmeras vezes salva-la desse terrível destino, seu único sucesso é a criar forte e esperta.
O futuro é e sempre será i...
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Cerejeiras
Acordo com meu rosto dormente, eu me encontro em meu quarto deitada na cama. Ainda é noite. Minhas pernas doem assim como todo o resto do meu corpo. Logo me lembro dos acontecimentos recentes.
Ah, como eu queria que tudo isso fosse um pesadelo do qual irei acordar em instantes.
Infelizmente não posso negar os fatos, meu irmão se foi, meus amigos se foram, e logo eu também vou.
Pelo menos irei reencontrar meu irmão. Não tive muito tempo para realizar meus desejos mas parte deles já se cumpriram. Acho que finalmente posso me permitir ficar de luto.
Viro para o canto da janela do quarto e me permito chorar, sinto todo o peso que eu segurei para ser forte sair de meus ombros.
Soluços silenciosos escapam da minha garganta, meus olhos e rosto incham trazendo vermelhidão. Meu nariz logo fica congestionado.
Droga de rinite!
Pego o ushanka do anjo que guardei debaixo do travesseiro e o abraço próximo ao meu rosto.
Akemi - Parece que mesmo que quiséssemos não iríamos nos ver novamente, não é mesmo? - Falo encarando o sedoso tecido como se ele fosse me ouvir.
Ouço passos se aproximarem da porta do meu quarto e em seguida a porta ser fechada e trancada. Viro de imediato para ver quem é.
Chuuya - Vamos, não temos muito tempo, assim que descobrirem que você fugiu o arsenal inteiro vai atrás de você.
Akemi - Do que você tá falando? - Chuuya tira as cobertas de cima de mim e me puxa pelo pulso. - Me solta Chuuya, eu não vou fugir, já chega!
Chuuya - E você vai aceitar acabar assim?
Akemi - Você é o único que não está aceitando. Eu não tenho mais pelo que viver. - Me solto delicadamente de sua mão e volto a me deitar na cama com o ushanka em mãos, como uma criança e seu ursinho de pelúcia.
Chuuya - Como pode ser tão fraca?
Akemi - Fraca? Me acha fraca? Acha que depois de tudo o que tive que passar por causa desse desgraçado, depois de tudo que eu perdi, eu ainda sou fraca?
Chuuya - Você é da máfia...
Akemi - Você tem razão, eu sou muito fraca. Durante todos esses anos trabalhando para a máfia eu devia ter me preparado o suficiente pra ser capaz de dar um fim no Mori, ele não merece esse cargo....não, eu estou sendo ingênua demais, a máfia não é um recomeço, a máfia é um lugar para oportunistas mostrarem o que tem de pior em suas mentes sujas.
Chuuya - Mas ainda assim você pode ter seu lugar no mundo.
Akemi - Eu não vou a lugar algum Chuuya, não vou jogar meus problemas pra cima de você, você não tem que se envolver nisso, aliás não era nem pra ter se intrometido, se não tivesse implorado para ele me deixar viver eu estaria morta agora mesmo. Os membros da Mímico teriam me explodido junto com aquele ônibus e eu não precisaria passar por toda essa cerimônia antes de morrer.
