𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑿𝑿𝑿𝑰𝑰

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Tigromem

Mais um dia estava começando no cassino, os empregados organizavam todo o local desarrumado da noite passada. Os mordomos noturnos já estavam indo descansar para mais tarde retornar ao seu turno enquanto as faxineiras limpavam o mais rápido possível para servir o café para seus hóspedes.
Sigma e eu havíamos combinado de sair no dia anterior, por isso já estava à sua espera quando o mesmo chegou com uma cara desanimada.

Akemi - Dormiu de mau jeito? - Sigma me ofereceu seu braço ao se aproximar de mim para que pudéssemos subir juntos no helicóptero.

Sigma - Quem me dera eu tivesse dormido, aquele cliente do quatro três sete me custou a noite toda.

Akemi - Devia ter me chamado para te ajudar a resolver, você sabe que eu poderia. - Olho perversa para ele que entende o que eu quis dizer.

Sigma - Não foi preciso. No fim, o cliente dele que combinou de se encontrar aqui, na verdade, deu um golpe nele e não deixou nada para lhe entregar.

Akemi - Ugh, tanto alvoroço por nada. - Reviro os olhos já sentada no banco de trás do helicóptero ao lado de Sigma.

Sigma - Podemos ir. - O mesmo avisa o piloto para darmos partida.

Já faz um tempo que não desço na cidade para andar um pouco, combinei com Yosano que iríamos sair para nos divertir hoje e passaria a noite na casa dela. Não vai ser arriscado já que estou fora do radar a um tempo graças ao cassino, então posso aproveitar para também eliminar um dos alvos da minha lista.
Apoiei meu queixo sobre minha mão observando a cidade pela pequena janela do helicóptero, tudo parecia calmo de longe mas algo cobria os ares de Yokohama. Chegando ainda mais próximo, pude ouvir alguns estrondos vindos da cidade, Sigma e eu nos entre-olhamos quando o helicóptero balangou, ambos olharam imediatamente pela janela para conferir o que havia de errado.

Akemi - Cacete! Olha essa fumaça! Eu achei que fosse neblina.

Sigma - Isso não é bom...vamos dar meia volta! - Sigma alertou o motorista.

Akemi- Você sabe de algo Sigma-san?

Sigma - Eu tenho um palpite. - Sigma abriu um teclado que ficavam nas costas do banco do motorista, ele digitou algo que surgiu na tela um rastreador, imediatamente ele pegou seu telefone. Não entendi ao certo o que ele estava fazendo, mas decidi observar o caos que se instalava na cidade, a poeira estava abaixando mas a fumaça parecia continuar forte, de repente, algo que eu nunca imaginaria na minha vida passou pelos meus olhos, um tigre, semelhante ao que conheci antigamente, emanou uma aura azul idêntica a de Atsushi, o flash de luz foi tão forte que tive que proteger meus olhos, definitivamente era o Atsushi.

Akemi - Nem fodendo! - Abri a porta do helicóptero sem nem pensar duas vezes e pulei. - EU VOLTO DEPOIS! NÃO ME ESPERE!

Sigma - AKEMI! Meu Deus que garota retardada! - Suas mãos foram de encontro com sua cabeça expressando o choque que passava por sua mente.

O vento estava carregado de poeira, algumas partículas entravam nos meus olhos por conta da velocidade que eu rasgava o céus, precisava ser rápida e cautelosa, qualquer mínimo erro me faria morrer imediatamente.

Akemi - Vamo lá, vamo lá! - Eu sabia que se me jogasse, uma previsão de morte chegaria até mim, logo, posso desbloquear meu teleporte e parar lá embaixo, mas caso desse errado, bem...

Não demorou muito pra que o óbvio acontecesse, a previsão de que eu me espatifaria no chão em segundos chegou até meus olhos e à poucos metros do chão, consegui finalmente me teleportar para um beco na avenida.

Akemi - Cacete isso foi insano. - Limpei minhas roupas procurando pelo jovem tigre que por acaso chamava muita atenção.

A cidade estava um caos, as pessoas pareciam irreconhecíveis e a máfia fazia de tudo para controlá-las. Não posso chamar atenção e nem deixar que eles me vejam, eu tô completamente cercada de problemas agora, mas nada que não pudesse piorar, aquele ruivo escandaloso inconfundível, ouvi seu grito firme ordenando que seus subordinados seguissem suas palavras. Imediatamente me virei para conferir se não era só minha mente pregando peças, mas ele estava bem ali, à poucos metros de mim, ele definitivamente não cresceu, continuava o mesmo, seu cabelo cresceu, seu nariz também parecia mais pontudo e empinado, mas aqueles olhos azuis nunca mudam, continuam brilhando como diamantes, tantas memórias...não posso me distrair, algo naquele tigre me deixa empirocada, preciso ver de perto do que se trata e se foi ele que causou tudo isso, preciso ajudá-lo.
Me esgueirei pela fumaça e coloquei o capuz para que não me percebessem, quando cheguei perto de onde vi a luz, a silhueta do tigre se converteu na de um garoto, não mais velho que eu, ele se ergueu do chão limpando suas roupas e logo estático. Fiquei confusa na hora, onde estava o tigre que eu havia acabado de ver? No lugar de suas mãos haviam patas grandes e peludas, ele as encarava melancólico.

Akemi - Atsushi?! - Ele me ouviu pois olhou de imediato para o beco em que me escondia.

Tapei minha boca com as mãos escondendo minha surpresa, ele também parecia confuso porém curioso, mas logo em seguida um tiro que vinha direto do céu o atingiu. Atsushi foi direto pro chão abatido.

Akemi - Não! - Não deu tempo de sequer dar um passo, um homem à minha frente surgiu mais rápido segurando o boneco que acabaria com esse conflito entre a guilda e a agência. - Dazai...

Sussurrei me segurando pra não correr em sua direção, eles pareciam estar juntos, Dazai parecia feliz e Atsushi não estava mais em apuros, era melhor assim, por mais que doesse, por mais que meu coração saltasse quando ouvisse sua voz, Dazai também merecia um final feliz. Por que justo hoje tantos reencontros?
Eu estava por dentro das coisas, essa briguinha de crianças mimadas era obra do Fitzgerald, um milionário mimadinho que queria o tigromem de qualquer jeito, mas eu não imaginava que o Atsushi era seu alvo. Como não liguei os pontos?
Dazai carregou o garoto em seus ombros o arrastando até o subterrâneo do metrô.

Akemi - COF! COF! - Cobri minha boca com a mão, mas senti algo molhado na minha palma. Ao virar na minha direção pude ver o vermelho carmesim manchar as linhas traçadas pela minha palma. - Droga! Agora não! Tenho que sair daqui sem ser vista.

A verdade é que, eu estou morrendo, não há nenhuma pegadinha por trás dessas palavras, é exatamente o que você entendeu, estou morrendo. Dos anos pra cá, desde que meu irmão morreu, há algo de errado comigo, sempre que uso minhas habilidades algo em meu corpo queima, minha pele já está se deteriorando, a pele descama e o sangue escorre pelas feridas. Eu não tinha certeza se era isso mesmo, mas tudo indica que sim, desde que Dazai me tocou na formatura e usou sua habilidade em mim notei que as feridas se curaram, acredito que seja por suas particularidades, a habilidade dele consiste em anular a outra, logo, sem habilidade, sem feridas. Mas conforme uso elas, as feridas voltam e só pioram, por isso evito usá-las ao máximo, mas não parece que consegui me controlar muito bem, estou tossindo sangue agora? Que droga! Preciso dar um jeito de acalmar essa doença antes que ela me consuma.

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𝐵𝑢𝑛𝑔𝑜 𝑆𝑡𝑟𝑎𝑦 𝐷𝑜𝑔 - 𝑶 𝑭𝒊𝒎 𝒆́ 𝑨𝒑𝒆𝒏𝒂𝒔 𝒖𝒎 𝑹𝒆𝒄𝒐𝒎𝒆𝒄̧𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora